Você conhece ou já ouviu falar em Punição Positiva? Bem, o entendimento geral pode incutir que estamos falando de conceitos que, na sua essência, são opostos, uma vez que a maioria acredita que a punição é sempre negativa e não traz nada de bom ao individuo.
Entretanto, segundo a teoria criada pelo psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner, punir é uma forma de evitar que um comportamento negativo se repita e faz parte do que ele intitulou Comportamento Operante. Neste artigo, você vai compreender melhor esse conceito e entender como a punição positiva funciona. Continue a leitura e saiba mais!
O que é punição positiva? Como esse processo funciona?
Para entender melhor o que é punição positiva, é importante compreender que o objetivo principal da ação é reprimir a consequência da mesma, e não apenas o comportamento em si. No trânsito, por exemplo, o motorista que anda em alta velocidade é multado como forma de coibir esta atitude. Entretanto, a intenção não é simplesmente multá-lo, mas sim que, ao ser repreendido, ele aprenda a não mais colocar em risco a sua vida e a vida dos demais. Há uma punição com resultados positivos.
Outro exemplo é o da mãe que proíbe o uso do videogame da criança por determinado tempo, enquanto ela não se disciplinar a fazer a lição de casa todos os dias. O objetivo não é tirar a diversão do filho, mas sim fazê-lo ser mais responsável com as suas tarefas. O mesmo se repete quando deixamos de comer um alimento de que gostamos muito para fazer uma reeducação alimentar e emagrecer. No começo, isso é sacrificante, mas os bons resultados mostram que a atitude traz bons efeitos.
No fim das contas, esse tipo de punição é um benefício que a pessoa obtém, mesmo que, naquele momento, ela não tenha total consciência disso. O ideal seria que esse comportamento positivo fosse espontâneo, ou seja, que não carecesse de um incentivo ou repreensão externa para acontecer. Desse modo, conscientemente, as pessoas fariam uma autogestão e evitariam cometer ou repetir uma série de erros.
Polêmica: a palmada é uma punição positiva?
Para citar mais um exemplo, no passado (e ainda nos dias de hoje, em alguns casos), muitos pais faziam uso das palmadas como forma de disciplinar os seus filhos para que aprendessem o “jeito certo” de agir ou de realizar determinadas tarefas. Quem faz uso desse mecanismo acredita que bater é uma forma de ensinar, ou seja, uma punição positiva, pois tem como objetivo dar uma lição positiva na criança.
Entretanto, a palmada é considerada uma agressão, e esse tipo de educação pela dor física ensina, na verdade, que partir para a violência não é a melhor forma de educar. Assim, o filho pode não repetir o seu “comportamento errado” por medo de levar uma surra dos pais, mas tem grandes chances de repetir a mesma atitude e agredir outras pessoas para resolver seus problemas.
Portanto, é importante dissociar a palmada de uma punição positiva, pois é comprovado por muitas pesquisas e estudos — incluindo o da psicóloga Elizabeth Gershoff, professora de Desenvolvimento Humano e Ciências da Família, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos — que as crianças que são surradas têm maior propensão à agressividade e à criminalidade, sendo também mais reclusas e antissociais.
Assim, essa ação pode limitar o seu crescimento emocional e prejudicar o seu desenvolvimento, ao invés de ajudar.
Então, como oferecer uma educação de qualidade?
Ensinar alguém a fazer algo de uma determina maneira não é uma tarefa fácil. Ser um educador demanda muita paciência e respeito ao tempo e às capacidades do outro. Isso vale para pais, professores, amigos, chefes empresariais, e por aí vai.
O ensino deve ser feito, acima de tudo, pelo compartilhamento de conhecimentos e pelo exemplo. Diante disso, se você quiser ensinar ao seu filho que ele deve arrumar e limpar o quarto dele, explique os benefícios de um ambiente limpo e os malefícios de viver em um lugar sujo (bagunça, falta de praticidade no dia a dia e até mesmo o risco aumentado de algumas doenças em meio à sujeira). Além disso, deixe o seu quarto limpo como exemplo.
Se a explicação teórica não for suficiente, aí sim você pode pensar em uma punição negativa. Pode deixar o pequeno sem videogame até ele arrumar o quarto. Não é o mecanismo ideal de aprendizado, mas ao menos ele vai compreender que o não cumprimento das obrigações dele tem consequências negativas.
Contudo, essa punição jamais deve ser exagerada. O exemplo citado acima, das palmadas, não pode ser utilizado. A punição extrema pode desencadear rebeldia, revolta e até mesmo traumas que seguem o indivíduo na vida adulta. Não é a melhor maneira de educar ninguém!
E você, acredita em punição positiva? Utiliza esse mecanismo de alguma forma no seu trabalho ou na educação dos seus filhos? Como? Contribua deixando o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!