Em nossa carreira, para tomar a decisão certa, muitas vezes, além de recorrer à nossa experiência e aos conhecimentos tácitos e explícitos, também é importante ter feeling, ou seja, uma intuição que nos leva em determinada direção.  Grandes líderes recorrem a este sentimento, que é aprimorado ao longo do tempo por suas experimentações anteriores, e que acabam guiando seu sucesso.

Mas o que é feeling? Vamos conversar mais sobre esse tema no artigo de hoje, para entender melhor do que se trata! 

O que é feeling?

Bem, este termo, que tem origem no inglês, representa um sentimento anterior que descreve uma sensação futura. Podemos dizer que ele se apresenta como uma projeção do que desejamos, como uma espécie de pressentimento ou intuição,  que nos mostra por meio de uma visão, de um estado de consciência, o resultado que atingiremos se tomarmos uma ou outra decisão.

Quando se traduz literalmente a palavra feeling para o português, sentimento é de fato a palavra que vem primeiro. Mas em razão de significância, essa tradução pode variar. Também pode significar a sensação física de que sentimos quando tocamos algo, nesse caso está relacionada ao tato. 

Mas pode também ser quando nos expressamos sobre algo que estamos sentindo. Ainda estão entre os significados de feeling: um afago, parceria, a sensação sentida de calor ou de frio, bem como a cumplicidade ou pressentimento.

Pode se perceber que é uma palavra só, mas possui vários significados que vão variar de acordo com o contexto em que está inserida. Contudo, para os estudos do tema que estou propondo hoje nesse artigo vamos considerar o significado de pressentimento. 

Aqui vou discorrer mais sobre como o feeling pode ser utilizado no ambiente de trabalho e é perceptível que cada vez mais é um termo que está sendo incorporado em nosso vocabulário, especialmente quando se trata do local onde desenvolvemos nossas atividades profissionais.

Dssa forma, é algo que se mostra valioso para o dia a dia de trabalho e vou te mostrar mais como esse pressentimento pode ser aplicado em sua carreira profissional, te ajudando, especificamente, no processo de tomada de decisão. 

O que é Feeling na Prática e como usá-lo no Trabalho Assertivamente?

Bem, tenho certeza de que em seu dia a dia de trabalho você precisa tomar uma série de decisões, e que nem sempre tem total certeza se está indo pelo caminho certo. Por isso, depois de avaliar os prós e contras e ainda ter dúvidas, é ao feeling que recorremos para deliberar.

Neste sentido, é importante que o profissional que se conhece muito bem, sabe compreender seus sentimentos, ideias, as sugestões da mente consciente e inconsciente, para não se confundir e acabar utilizando esta habilidade de maneira inadequada. Digo isso, porque muitas pessoas despreparadas para decidir simplesmente atribuem ao “seu feeling” suas decisões quando não sabem o que fazer. Este é um grande erro.

Em minha visão, o feeling deve ser associado aos conhecimentos e experiências do indivíduo, seja ele colaborador ou líder, sendo este sentimento sempre o último elemento influenciador na decisão. Digo isso porque ele também está muito associado aos sentimentos e crenças de cada um, portanto, seu feeling também pode bater de frente com o feeling de outras pessoas e gerar atritos desnecessários.

Se, por exemplo, você tem que decidir entre dois profissionais, com currículos bem parecidos para uma vaga na empresa e, está em dúvida, é melhor avaliar mais profundamente seus perfis e só recorrer ao seu feeling quando já não houver mais quesitos racionais para avaliar, já que a intuição deve ser aliada, mas não o ponto central de todo um processo decisório.

Compreender isso é muito importante para a construção de uma carreira sólida e de resultados profissionais consistentes, uma vez que é importante ter um equilíbrio entre o racional e o emocional e jamais deixar que um se sobreponha ao outro. Deste modo, ao tomar suas decisões, você estará mais bem embasado sobre o que fazer e terá mais chances de seguir na direção certa.

Como nosso cérebro age quando precisamos tomar uma decisão?

Quando nos deparamos com uma situação que precisa ser resolvida o nosso cérebro enxerga inúmeras possibilidades de soluções e elas podem ser complexas. Para simplificar essas saídas complexas, o cérebro simplifica também os possíveis caminhos que precisaríamos percorrer para tomar uma decisão. Esse processo é chamado de heurística, que são justamente os atalhos criados por este poderoso órgão, a fim de que se chegue a uma única solução para aquela situação.

Esses atalhos podem ser influenciados por dois aspectos humanos: motivacional e emocional. Em resumo, as influências motivacionais são pressões internas que tendem a nos fazer sentir positivos com relação a uma decisão em um determinado momento. Muitas das vezes são consideradas decisões que vão atender um objetivo que temos, mas que é de curto prazo. 

Nesse sentido, eles podem se contradizer com os objetivos de longo prazo que possuímos. É considerada, portanto, uma decisão impulsiva e incoerente, já que a curto prazo essa escolha será recompensadora, mas será a longo prazo incoerente com outros objetivos que possuímos.

Já os atalhos influenciados pelas motivações emocionais são o que costumeiramente conhecemos como sentimentos. Durante muito tempo houve correntes de pensamento que consideravam que a supressão dos sentimentos para tomar uma decisão era o melhor caminho para que esta fosse mais racional e assertiva.

Contudo, estudos mais recentes mostram que as emoções perduram durante o processo de decisão. Nesse sentido, é praticamente impossível suprimir todas as emoções quando se vai decidir algo. Por isso, é recomendável inclusive que se entenda as emoções que são geradas em determinada situação para que as decisões sejam tomadas de forma mais consciente e considerando os sentimentos que foram gerados.

Por exemplo, quando nos deparamos em uma situação semelhante a que já vivemos, podemos acionar a memória sobre como agimos naquela situação passada e claramente essa memória vai despertar alguma reação emocional em nosso cérebro. 

De acordo com Yaniv Hanoch, estudioso de psicologia econômica, as emoções possuem uma lógica própria e configuram por se um acervo de informações que funcionam em conjunto com a racionalidade. Essa execução conjunta vai auxiliar naqueles atalhos que o cérebro faz para facilitar o processo de tomada de decisão.

Como se manifesta o feeling no ambiente corporativo

Bem, o ambiente corporativo possui suas próprias regras de organização e possui comportamentos que são mais valorizados que outros. Por isso falo sobre o mundo corporativo, pois é de fato um mundo à parte do que estamos acostumados. Se você trabalha nesse mundo já sabe disso, não é mesmo? Mas como uma decisão baseada em um pressentimento pode ser bem vista nesse ambiente?

No mundo corporativo a intuição que os profissionais desenvolvem a partir de experiências anteriores é sim valorizada. Algumas vezes podem vir a acontecer situações inusitadas que não se espera e não há precedentes sobre como prosseguir. Nesse caso, é extremamente válido que se baseie na intuição para tomar a decisão. 

Dessa forma, a intuição é fruto do conhecimento e da experiência que o profissional adquire ao longo de sua carreira. Ela pode ser entendida como um mecanismo mental, que facilita a tomada de decisões nas empresas. Como a intuição deste profissional é pautada pelo conhecimento e pela experiência, as decisões não são tomadas de maneira impulsiva ou baseadas em achismos, garantindo maior assertividade do que é decidido. 

Quando se trata de ambientes ou momentos em que há muita pressão para se tomar uma decisão, o feeling pode abreviar bastante esse processo de decisão. Vale ressaltar que se embasar apenas no feeling para se decidir, em momentos de maior pressão e urgência, pode não ser a melhor saída, uma vez que nada substitui o plano de negócios e um bom planejamento.

Compreender esse universo de variáveis que circundam um processo de decisão baseado no feeling é fundamental para que você desenvolva uma carreira sólida e de sucesso.

O feeling com base em dados

Como já vimos, no ambiente corporativo não dá para se basear no feeling sempre para tomar decisões. Algumas decisões empresariais serão orientadas por planejamentos estratégicos. 

Entretanto, começar um negócio nem sempre vem de um planejamento estratégico prévio, já tem tudo começa por simples intuição ou pressentimento de que é uma boa seguir nesse ou naquele rumo empresarial. É possível inclusive fazer relação com aquela expressão popular de que “alguém tem tino para negócio”. 

Essa expressão vai representar pessoas que possuem feeling bem aguçado, pois são capazes de observar as tendências de mercado e conseguem investir no momento e nicho mais assertivo. Muitos dirão que isso é sorte, mas prefiro atribuir a um feeling aguçado pela experiência profissional que essa pessoa possui em sua bagagem.

Mesmo que o começo de um negócio seja baseado em puro pressentimento, não é razão para que assim o negócio continue a ser tocado. Como sabemos, é muito importante prosseguir o crescimento da empresa baseado em dados, informações e muito planejamento! Ou seja, à medida que a empresa crescer, deve-se delinear a organização de um planejamento interno.

É vital que dados e informações sobre a empresa, o mercado, os clientes, os concorrentes sejam coletados. Essas informações devem auxiliar a tomada de decisão, mesmo que em algum momento específico se faça valer o feeling. Isso é o que chamamos de tomar decisões devido ao feeling, mas baseado em dados.

Às vezes pode acontecer também a manifestação muito forte de um pressentimento sobre como prosseguir, porém, algum desses dados coletados vai confrontar esse feeling. Isso é muito importante para que seja evitado um provável prejuízo, já que as informações vão ser capazes de demonstrar de fato que não é o caminho desejável a ser seguido.

Assim, o mundo empresarial é incerto, mas saber dosar quando tomar uma decisão baseada em feeling e outra de maneira mais estratégica pode ser a receita de uma carreira de sucesso no mundo corporativo.

Saiba um pouco mais da história do feeling no meio corporativo

Um case de sucesso sobre o feeling no mundo dos negócios é o do Facebook. Quando Mark Zuckerberg criou essa rede social, ele não esperava e nem previu que sua plataforma crescesse tanto em tão pouco tempo. Entretanto, ele não deixou isso que isso afetasse o crescimento da empresa.

À medida que o Facebook crescia ele coletava dados sobre seus usuários para poder tomar decisões que garantissem a melhoria da sua rede social e, assim, cada vez mais ganhasse mais adeptos. 

Ou seja, o começo se deu por puro feeling, mas o crescimento posterior para tornar o Facebook a potência que é hoje foi pensada de maneira estratégica, com base em dados.

E então, entendeu o que é feeling? Está disposto a aplicar esse conceito em suas decisões de trabalho? Eu espero que sim, pois é uma habilidade bastante valiosa e diferenciada, que se pode ter e desenvolver no mercado de trabalho. Gostou desse artigo? Aproveite e compartilhe em suas redes sociais e deixe aqui um comentário sobre o que achou das explicações sobre o feeling!

Fontes:

https://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/944/1/Tamar%20Klein%20Alvarenga.pdf  https://www.projectbuilder.com.br/blog/em-que-basear-sua-tomada-de-decisoes-informacao-ou-feeling/

 

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