Hoje, mais do que nunca, fazemos tantas coisas ao mesmo tempo, que chegar ao esgotamento mental já não é um acontecimento raro. Por mais poderoso que o nosso cérebro seja, ele também se cansa do excesso de atividades, de informações, de compromissos e de responsabilidades. Isso compromete o seu funcionamento e nos leva à estafa. Infelizmente, esse quadro tem se tornado cada vez mais frequente em diferentes países, inclusive no Brasil.

Neste artigo, você vai entender

  • O que é o esgotamento mental;
  • Como isso ocorre no ambiente de trabalho e qual é a sua relação com a síndrome de burnout;
  • Quais são as principais causas desse problema;
  • Quais são os sintomas mais comuns do esgotamento mental;
  • Quais são as potenciais consequências desse quadro;
  • Como lidar com as situações de estafa e esgotamento.

Ficou curioso? Então, continue a leitura e saiba mais!

O que é o esgotamento mental?

Atualmente, mesmo nos momentos de descanso e relaxamento, as pessoas simplesmente não conseguem parar e se desconectar do celular, das redes sociais e da internet. Tantos estímulos — em conjunto com as nossas responsabilidades pessoais, profissionais, financeiras, sociais e familiares — acabam por sobrecarregar a nossa mente ainda mais.

Não por acaso, é comum que, ao final de um dia cheio, a sensação de cansaço seja intensa ou ainda de que a mente vá “explodir” a qualquer momento. Se você já se sentiu assim ou vive isso todos os dias, saiba que esse é o primeiro sinal de que é hora de desacelerar e cuidar melhor da sua rotina.

O esgotamento mental é uma doença séria e não deve ser tratado como um momento passageiro, já que desencadeia vários problemas físicos e emocionais que afetam a nossa vida de forma sistêmica. Trata-se de um conjunto de sintomas de falta de energia mental, provocados pela sobrecarga de atividades, estímulos, emoções e preocupações. Fique atento!

Como isso ocorre no trabalho? Qual é a relação entre o esgotamento mental e a síndrome de burnout?

PSC

Você sabia que o Brasil é o segundo país no mundo com os mais altos índices da síndrome de burnout entre os trabalhadores? Isso ocorre pelos altos níveis de estresse, rotinas muito desgastantes, além de um grande conjunto de problemas aos quais os trabalhadores são submetidos no ambiente de trabalho e fora dele.

Os dados são da ISMA – International Stress Management Association (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse) e servem de grande alerta, pois a síndrome de burnout tem como principal característica o esgotamento mental, embora também provoque manifestações físicas.

Isso pode gerar sérios problemas. Do ponto de vista profissional, a produtividade é diretamente afetada, visto que o funcionário com a síndrome tende a ter um rendimento bastante inferior, se comparado a ele mesmo em perfeitas condições físicas e mentais.

Isso se torna evidente quando verificamos um dado de uma pesquisa, realizada no Brasil em 2016, em que se constatou que o país deixou de faturar aproximadamente 210 milhões de reais, em decorrência da baixa produtividade gerada pela exaustão profissional.

Isso é registrado sem levarmos em consideração os problemas de caráter social e o potencial extremamente nocivo à saúde e ao bem-estar que esse problema pode proporcionar.

Quais são as causas desse problema?

O esgotamento mental, também conhecido como síndrome de burnout, é um estado de exaustão emocional, física e mental que pode ocorrer quando uma pessoa se sente sobrecarregada e estressada por um longo período. Algumas das causas mais comuns deste problema incluem:

  • Excesso de trabalho: trabalhar longas horas e assumir muitas responsabilidades pode levar ao esgotamento mental. Isso pode acontecer tanto no trabalho como em casa, quando a pessoa tenta equilibrar muitas tarefas.
  • Falta de controle: sentir que não tem controle sobre o seu trabalho ou ambiente doméstico pode contribuir para o esgotamento mental. Isso pode ser especialmente verdadeiro em ambientes de trabalho de alta pressão, onde as demandas são altas e as expectativas são grandes.
  • Falta de reconhecimento: sentir que o seu trabalho não é valorizado ou reconhecido pode levar ao problema. Isso ocorre quando a pessoa trabalha em um ambiente profissional muito competitivo ou quando não recebe feedbacks positivos regularmente.
  • Conflitos interpessoais: conflitos com colegas de trabalho ou outras pessoas importantes na sua vida (amigos, cônjuge, familiares) podem ser uma fonte de estresse constante, contribuindo para o quadro.
  • Pressão para cumprir prazos: a pressão para cumprir prazos e metas pode ser estressante e levar ao esgotamento mental. Isso pode ser especialmente verdadeiro em trabalhos de alta pressão, mas também com pressões da vida pessoal (casar-se, ter filhos, comprar uma casa, ter um salário elevado etc.).
  • Falta de descanso: não ter tempo suficiente para descansar e relaxar pode contribuir para o problema. Dedicar-se excessivamente ao trabalho ou às tarefas domésticas, sem tempo para descansar e divertir-se, é um gatilho.
  • Problemas de saúde mental: o esgotamento mental pode ser um sintoma de problemas de saúde mental, como depressão ou transtornos de ansiedade. Nesses casos, é necessário um tratamento médico e psicológico adequado.

Quais são os 21 sintomas do esgotamento mental?

Entre os sinais mais típicos do esgotamento mental, podemos citar:

  1. Perda de memória e dificuldade para lembrar informações;
  2. Queda na qualidade do sono e dificuldades para adormecer (insônia);
  3. Diminuição drástica da libido, isto é, do desejo sexual;
  4. Problemas dermatológicos provenientes do estresse e alterações que ocorrem nos hormônios; 
  5. Perda de interesse por situações que antes geravam motivação e ânimo;
  6. Alterações de humor constantes, que levam a: irritação, impaciência, tristeza e também ao choro sem causas aparentes;
  7. Sensação de que a qualquer momento a sua mente vai “explodir” de cansaço;
  8. Perda de compromissos importantes por conta do esquecimento;
  9. Sensação constante de cansaço, mas sem causa aparente;
  10. Emoções predominantemente negativas, como angústia, ansiedade, falta de disposição, desânimo, abatimento e grande tristeza, sem razões aparentes;
  11. Problemas intestinais e estomacais, como azia, refluxo, má digestão, prisão de ventre ou diarreia;
  12. Perda de produtividade nas atividades do dia a dia;
  13. Fadiga mental, sem tempo para cuidar de si mesmo;
  14. Sensação de sobrecarga, sem conseguir relaxar ou ficar alguns momentos sem fazer nada; 
  15. Estado emocional mais sensível;
  16. Sensação de falta de pertencimento, desesperança, ansiedade e depressão;
  17. Baixa capacidade de raciocínio e concentração. Nível de estresse alto pela ansiedade de que tudo melhore rapidamente;
  18. Enjoo e falta de apetite, ligada à fadiga mental e ao estresse elevado; 
  19. Oscilações bruscas de humor;
  20. Mudança na socialização — menos vontade de conviver com outras pessoas; 
  21. Procrastinação e vontade de não cumprir com os compromissos, principalmente profissionais ou com a família e amigos.

Quais são as potenciais consequências desse problema?

O esgotamento mental pode ter diversas consequências, tanto para a saúde física como mental. Algumas das possíveis consequências incluem:

  • Problemas de saúde física: o esgotamento mental pode levar a problemas de saúde física, como: fadiga, dor de cabeça, insônia, dores musculares, doenças gastrintestinais (como úlcera e gastrite), doenças cardiovasculares (como hipertensão e maior risco de infarto e AVC), entre outros;
  • Problemas de saúde mental: pode levar também a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, pânico, irritabilidade, baixa autoestima e sentimentos de desesperança;
  • Diminuição da produtividade: esse quadro pode afetar a produtividade no trabalho e na vida pessoal. A pessoa pode se sentir desmotivada, ter dificuldades para se concentrar e apresentar um desempenho reduzido em tarefas cotidianas;
  • Problemas de relacionamento: os relacionamentos interpessoais podem ser afetados. A pessoa pode se sentir irritada, frustrada e ter dificuldades para se comunicar com outras pessoas, tendo explosões emocionais e conflitos;
  • Dependência de substâncias: em alguns casos, o esgotamento mental pode levar a uma dependência de substâncias, como álcool ou drogas, como uma forma de aliviar o estresse e a ansiedade;
  • Isolamento social: em longo prazo, essa situação pode fazer com que a pessoa se afaste de amigos, familiares e outras atividades sociais.

Essas são algumas das possíveis consequências do esgotamento mental. É importante reconhecer os sinais precoces e procurar ajuda se você ou alguém que você conhece estiver sofrendo de esgotamento mental.

O que fazer em caso de esgotamento mental?

  • Reveja os seus valores

Você já se perguntou se está alinhado com os seus valores? Saiba que um dos maiores motivos pelos quais as pessoas abandonam o trabalho é pelo motivo de não se dar muito bem com o seu gestor. Um sentimento forte de esgotamento pode imperar nessa hora. 

Isso se deve ao fato de que pode estar havendo muito desgaste na relação de vocês, prejudicando a sua produtividade no ambiente de trabalho. Talvez seja necessária uma mudança de valores, além de mais conversas para avaliar o que está deixando você com pouca vontade de ir trabalhar. Até mesmo na vida pessoal, agir de forma incompatível com os nossos princípios pode provocar esse esgotamento mental.

  • Mentalize o seu dia para que de fato seja um dia melhor

Quer começar o dia com mais alegria? Comece pensando positivamente. Evite noticiários com tragédias. Tome um delicioso café. Procure dormir o suficiente e não acordar tarde demais. 

Acordar mais cedo e cuidar da mente e do corpo, fazendo alguns exercícios de meditação e alongamentos, pode gerar um bem-estar muito melhor do que o contrário disso. Você pode escolher como o seu dia vai começar e como ele vai terminar também. Mesmo que o seu dia seja atribulado no trabalho, a sua mente estará pronta para as demandas que surgirem. Será mais fácil administrar os problemas.

  • Descubra o que o tem deixado sem energia

Tente descobrir o que o está deixando sem energia: algum colega de trabalho, alguma situação que você não consegue mudar, determinados hábitos etc. Foque na solução, tente apoiar e receber o apoio da sua família e da sua equipe de trabalho. 

A perda de energia é um fator que desencadeia outros problemas emocionais. Por isso, faça um diagnóstico, analisando quais são os momentos e contextos em que você se sente mentalmente esgotado. É diagnosticando as causas do problema que você conseguirá promover as mudanças necessárias para alcançar uma vida mais saudável.

  • Procure um estado de equilíbrio

É importante que tenhamos equilíbrio, do ponto de vista físico e mental. Para tanto, devemos estar atentos à nossa rotina e como ela nos afeta. Feito isso e descobrindo o que nos deixa sem energia, o próximo passo é buscar soluções.

Existem diversas atividades que podem contribuir significativamente para que tenhamos mais energia e disposição. Além disso, é preciso saber quando a prioridade deve ser o descanso, pois ele é de suma importância para que possamos repor as nossas baterias. Estar “recarregado” significa trabalhar e efetuar as atividades cotidianas com muito mais eficiência e vontade. Isso vai muito além de garantir melhores resultados: é você protegendo o seu bem mais precioso — você mesmo. 

  • Procure ajuda quando necessário

Se você perceber que não tem mais energia e disposição e que isso está prejudicando a sua rotina no trabalho e os seus relacionamentos pessoais e profissionais, talvez esteja na hora de reavaliar e tentar mensurar o quanto essa situação pode estar sendo nociva para o seu bem-estar.

Na dúvida, procure pela ajuda de especialistas responsáveis pela saúde mental, como médicos psiquiatras e psicólogos. Além disso, o apoio de familiares e pessoas próximas é fundamental para o restabelecimento.

Esgotamento mental não é fraqueza!

Nem de longe sentir todos esses sintomas é normal. Muitos deles, inclusive, trazem um alerta para os sinais da depressão, que é uma doença silenciosa, que pode se disfarçar de cansaço mental e fazer muitos estragos. Em meio à rotina e aos reflexos do esgotamento, muitas vezes, a pessoa pode achar que sentir tristeza e cansaço constantemente é apenas uma consequência do excesso de trabalho, quando, na realidade, a estafa já a afetou de forma bem maior.

Obviamente, estar cansado de vez em quando não é sinal de esgotamento, porém quando isso se torna frequente, é importante ligar o botão de alerta. Para isso, é essencial que você seja sincero consigo mesmo e procure identificar quais desses sintomas citados acima se fazem presentes. 

Se, por exemplo, você tiver dificuldades frequentes para dormir, sentir-se estafado o tempo todo, esquecer-se dos seus compromissos e sentir uma tristeza não explicada, talvez seja hora de buscar a ajuda de um especialista antes que o problema tome proporções maiores.

 

Conclusão

Concluindo, não sinta vergonha de dizer que está cansado e que precisa de um tempo para descansar a sua mente. O esgotamento mental é coisa séria e uma das causas de problemas graves, como a síndrome de burnout e a depressão. Ele se camufla na rotina, nas responsabilidades e nos compromissos da pessoa e a faz confundir tudo isso apenas com um cansaço passageiro.

Entretanto, ele não passa e, cada vez mais, adoece o indivíduo: a sua mente, as suas emoções e até mesmo o seu bem-estar físico. Portanto, não tenha vergonha ou medo de pedir ajuda. Procure a ajuda de um psicólogo e também de um psiquiatra para identificar as causas do problema e conduzir o tratamento necessário. Busque ajuda e vença o esgotamento mental!

E você, querida pessoa, já passou ou passa por um quadro semelhante? O que faz para lidar com ele? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!