Você já sentiu que a vida passa diante dos nossos olhos como se estivéssemos vendo-a em uma tela e apertando o botão “avançar” e “retroceder” do controle remoto o tempo todo sem parar? Quantas vezes você já apertou outro botão de “Pausar”? Será que esquecemos que esse botão existe em uma vida moderna tão corrida?
É possível que diante de uma vida moderna e atribulada, deixemos o Ego dominar nossa vida e ter o Ego como o grande piloto do nosso destino é estar mergulhado na Consciência do Eu, com a qual nós oscilamos entre as dualidades que nos compõem, o certo e o errado, bonito e feio, bom e ruim, Luz e a Sombra, a Alegria e a Tristeza, entre outras.
Quando deixamos a Consciência do Eu predominar em nossa vida, somos constantemente invadidos por julgamentos e críticas. A vida passa a ser um mar de felicidade que não conseguimos enxergar, pois sempre estamos insatisfeitos, acreditando que as nossas realizações e alegrias estão no futuro.
Os conflitos são uma constante quando o Ego nos domina, queremos entender o porquê de determinadas coisas acontecerem, o motivo de tudo o que nos rodeia e estabelecemos uma guerra com tudo o que nos cerca.
Tudo isso faz crescer dentro de nós o Estado de Sofrimento, que ofusca nossa visão e não nos permite vivenciar a verdadeira beleza da existência.
Para percebermos que estamos em um Estado de Sofrimento, distante da Alegria e do Amor, precisamos apertar o botão do “Pause”. Precisamos parar de correr e começar a prestar atenção, voltar nossa atenção para aquilo que nos compõe.
O olhar que dirigimos para fora deve se voltar para dentro e respirar. Quando damos uma pausa ao nosso cérebro (e é uma pausa do mundo exterior e não da percepção), isso vai nos deslocar do cérebro límbico, com o qual nós lutamos, resistimos e sobrevivemos, para o neocórtex frontal, responsável pela fluidez da vida, pela aceitação, pela felicidade, pela tranquilidade e pela calma.
Isso mostra que a pausa que fazemos na agitação da vida, os minutos que dedicamos a observar nosso interior e a nos conhecer com mais profundidade causa mudanças físicas e neurológicas significativas. E, dessa forma, despertamos para o Estado de Graça.
O Estado de Graça é o estado físico, mental e de espírito daqueles que saíram da Consciência do Eu e ingressaram na Consciência da Unidade. Essa consciência tem como característica o estado de Abundância interna, no qual nos sentimos plenos em Compaixão, Amor, Gratidão, Calma, Tranquilidade, Alegria genuína, etc.
Conseguimos entender como o Universo é próspero, fazemos conexões interiores profundas que abrangem o Universo inteiro, aceitamos quem somos, com dualidades, pontos de melhoria e nossas qualidades e entendemos que a vida acontece no tempo presente, o passado deixa de ser o lugar do desconforto e o futuro deixa de ser o espaço onde estará a felicidade. A alegria se faz apenas no presente.
Vivenciamos uma felicidade interna imensa que começa a se espalhar por todos os cantos. A mesma felicidade e a plenitude que abrigamos, nós desejamos para os outros. O campo ilimitado de energia faz com que sintamos tudo o que está à nossa volta.
A arte da pausa acontece quando presenciamos a Divindade que existe ao nosso redor e dentro de nós, quando paramos alguns minutos para dar atenção à nossa respiração, para perceber quem somos, o que realmente queremos, qual é a origem de toda a angústia e sofrimento e como podemos ser um bem para a Humanidade.
Pausar é vivenciar o presente, é sentir seus pés no chão, os odores que te cercam, a presença de todos os seus ancestrais e de todos os seus descendentes. Pausar é fazer a Terra girar um pouco mais devagar, é sentir que estamos vivos, entendendo como o ar entra em nossos pulmões e sai dele pelo nariz, é dar valor a cada cheiro, cada som que percorre nosso corpo.
Pausar é ter a consciência de que só conseguimos viver o presente. Essa compreensão é imprescindível para que o “Play” seja bem aproveitado quando for dado e que esquecemos do “retroceder” e do “avançar”, pois eles só conseguem trazer ressentimentos e ansiedade.
Dê o “Play” nos momentos bons da vida, sabendo que cada um deles devem ser celebrados e vividos intensamente. Quando a vida estiver exigindo mais do que seu corpo e mente podem aguentar, o “Pause” servirá para que coloque o filme da sua história novamente no ritmo certo.
Será que não estamos deixando de dar “Pause” quando precisamos? Quantas vezes você parou o mundo externo e observou o filme da sua vida interna? Você está preparado a aprender a arte de pausar o sofrimento?
 
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