Apesar de todos os seres humanos terem consciência, pois é o que nos caracteriza como tal, há diferentes níveis que podemos atingir quanto mais nos aprofundamos no processo de autoconhecimento. Esse mergulho dentro de nós mesmos é essencial para conseguirmos atingir a transformação.

O poder da consciência reside no aprimoramento e no aprofundamento de si mesmo. Sabe quando estamos fazendo um pão, e é necessário fermento? Quando colocamos o fermento, o deixamos agir para que o pão cresça. O tempo correto de fermentação é o que faz o pão crescer. O que quero dizer com isso? Que o que fermenta a mente é a adição de um autoconhecimento.

O autoconhecimento precisa de tempo para agir na consciência, estimulando-a cada vez mais. Como um fermento. O potencial da consciência está nela mesma, assim como o potencial do pão está nele mesmo, o fermento ou o autoconhecimento apenas despertam o que já existe.

Assim, conforme o autor indiano Deepak Chopra, podemos perceber as situações e os obstáculos ao nosso redor por meio de três estados de consciência. Quando nos encontramos no estado de consciência contraída, nossa primeira reação às situações e aos obstáculos é a luta ou a fuga. Nesse estado, qualquer tipo de desafio transforma-se em um problema difícil de ser resolvido, pois temos dificuldade de elaborar nossa existência no mundo, os lugares que ocupamos, nossos papéis e não compreendemos muito bem quem somos.

Contudo, ao despertarmos a nossa consciência, entramos em estado de consciência expandida, por meio do qual conseguimos perceber como o mundo está conectado a nós e a nossa rede de relacionamentos. Diante desse estado, conseguimos encontrar solução para todos os problemas que acreditávamos ser intransponíveis. Por fim, podemos alcançar o estado de consciência pura, quando não há soluções porque não há problemas.

Desse ponto de vista, cada obstáculo ou desafio é uma forma de exercermos nossa criatividade, nosso modo criativo puro. Nele, as situações da vida jamais são vistas como crises ou como danos, todas são encaradas como inerentes à natureza do homem e do mundo, de forma que não se cria negatividades. É importante pensar que cada estado de consciência proposto por Chopra determina a forma como percebemos o mundo, como criamos expectativas e construímos nossas crenças, o que podemos também chamar como de nossa realidade.

Assim, a mudança de consciência acarreta mudanças na nossa própria realidade. Para além dos três estados de consciência elaborados por Deepak Chopra, o caminho que nos leva à iluminação da consciência, ou a consciência pura, é composto por três etapas:

1. Consciência terrena ou nível da mente;

2. Despertar do presente ou nível da presença;

3. Libertação profunda.

1.Consciência terrena: a vida é feita de começos e recomeços, e é nesse ponto que se inicia a evolução da consciência. O nível da consciência terrena é caracterizado pela força dos tempos inexistentes e do mundo ao redor. Nesse ponto, estamos muito presos ao passado ou vislumbrando um futuro, e ambos estão conectados, pois usamos o recurso da memória para resgatar o que funcionou e o que pode ser melhorado nas ações futuras. Por isso chamamos de nível da consciência do tempo inexistente, pois projetamos o passado e o futuro no presente, que deixa de ser experienciado. Nós vivemos no mundo da ilusão.

Nesse ponto do caminho, estamos preocupados em desempenhar da melhor maneira possível nossos papéis sociais, como cônjuge, filho, mãe ou pai, empregado, e deixamos de questionar e de identificar nossa própria identidade. As opiniões e aprovações dos outros são cruciais nesse momento, promovendo internamente o desejo de agradar e atender às expectativas alheias. As conquistas são consequências de suas ações conscientes, porém é possível que você ainda se sinta vazio, aprisionado e sem confiança, mas lembre-se de que esse é só o primeiro passo da jornada.

Para alcançar o nível seguinte rumo à transformação, é necessário questionar a si mesmo e a sociedade para conseguir encontrar, dentro de si, sua própria identidade.

2. Despertar do presente: do autoquestionamento emerge a compreensão de si mesmo e da realidade, além da percepção de que existe apenas um tempo: o presente. Nesse estágio, passamos a vivenciar verdadeiramente o momento presente, direcionando nosso foco para o aqui e o agora.

Por isso, também é denominado nível da presença. Esse entendimento provoca uma mudança crucial rumo à transformação: você começa a perceber que há algo além dos papéis que desempenha na sociedade, há algo além das regras que precisa seguir, algo além das expectativas criadas sobre você. Um desejo de liberdade passa a tomar conta e é por meio dele que encontramos a nossa própria verdade e nosso verdadeiro propósito. Nós descobrimos, também, o poder do autocontrole.

E não é um autocontrole que nos limita, é um autocontrole que nos fornece material para a expansão da nossa mente, para nossa identificação com o mundo e para nossa compreensão do verdadeiro sentido da vida agora. Quando treinamos o nosso autocontrole, seguimos trilhando o caminho da transformação em direção ao terceiro nível.

3. Libertação profunda: ao chegar nesse nível, nada mais importa a não ser o momento presente. A verdadeira integração com o aqui e o agora propicia uma nova perspectiva de mundo e uma nova dimensão da existência, então conseguimos nos conectar profundamente com a nossa dualidade e com tudo o que está ao nosso redor. A libertação profunda é a autoaceitação de nossa luz e de nossa sombra, o que nos aproxima de uma integralização com o Universo e com os outros.

Depois de termos nos conectado com o presente e vivermos apenas o tempo existente, nós atingimos a paz e a calma interior, o não julgamento, a evolução, a ordem, a harmonia e a unidade perfeitas. Nós atingimos o verdadeiro estado de beleza interno.

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