É importante ser otimista e pensar positivo. Essa ideia é muito comum. Aliás, não faltam livros, artigos de blogs, frases em redes sociais, filmes e finais felizes de novelas que reforçam a importância de viver o lado bom da vida. Aqui no blog, já citamos alguns dos poderes do otimismo. Mas será que há algum momento em que esse olhar positivo sobre a vida se torna excessivo?

O tema é bastante complexo, tendo em vista que não podemos avaliar de forma quantitativa o nível de otimismo de uma pessoa. Assim, a linha entre o otimismo que faz bem e otimismo excessivo é bastante tênue, e, por isso, é preciso refletir com mais profundidade. Essa reflexão sobre a visão positiva da vida é o assunto deste artigo. Boa leitura!

Os benefícios do otimismo

Estudiosos do tema afirmam que tentar encontrar um lado positivo nas situações difíceis é uma tendência humana, que ocorre em aproximadamente 80% da população. É o que acontece, por exemplo, quando alguém perde um emprego, mas acredita que uma oportunidade ainda melhor vai surgir.

Pesquisas científicas concluíram que as pessoas que vivem com esse pensamento otimista tendem a ser mais saudáveis e a viver mais. Segundo os especialistas, isso acontece porque o otimismo estimula uma espécie de profecia autorrealizável. Por exemplo, se uma pessoa acredita que vai viver por muitos e muitos anos, ela automaticamente começa a cuidar melhor do seu corpo e da sua mente, o que de fato a leva a alcançar esse objetivo.

Por isso, alguma dose de otimismo é positiva para a motivação das pessoas e para que alcancem uma vida mais feliz. Quando ativamos o modo pessimista, isso pode nos levar ao desânimo e até mesmo ao comprometimento da relação com amigos e familiares. Dessa forma, não há como negar que ser otimista produz efeitos positivos.

Existe algum lado negativo em ser otimista?

O otimismo é como o chocolate: uma dose moderada não faz mal e de fato adoça a vida, mas o excesso vai trazer problemas. A questão não é o otimismo em si, mas o uso excessivo que se pode fazer dele. Nesse caso, de fato podem surgir alguns aspectos negativos. Confira-os na sequência.

1. Passividade

É fato que, na vida, há diversas questões que não estão sob o nosso controle. Uma pessoa pode afirmar que as ações dos outros, a natureza, Deus, ou qualquer que seja a sua crença pode ter algum efeito sobre o seu destino. Quando alguém tem fé em algo, isso realmente pode tornar essa pessoa mais forte e confiante, mas esse processo jamais pode isentá-la de ser autora da sua própria história.

É aquele velho conselho que ouvíamos dos professores: você pode rezar e ter todo o pensamento positivo do mundo, mas se não estudar, não conseguirá uma boa nota na prova. Assim é também na vida adulta: podemos confiar que o universo vai nos ajudar, mas devemos ter a consciência de que isso não nos livra de fazer a nossa parte para que isso aconteça.

Por isso, o otimismo em excesso pode produzir uma passividade extremamente negativa. Pessoas que acreditam demais no fato de que as “circunstâncias da vida” vão ajudá-las podem se esquecer de agir e de fazer a sua parte.

2. Queda de energia

Psicólogos que estudam os efeitos do otimismo afirmam que quando ele aparece de forma excessiva nas mentes das pessoas, pode produzir nelas uma queda de energia. As pesquisas realizadas constataram que as pessoas que conseguem ter visualizações positivas do futuro com frequência podem se sentir mais “relaxadas”, deixando de realizar o esforço necessário para conquistar as suas metas. Basicamente, é uma ideia de “já ganhei”, que reduz a motivação de agir.

Nesse sentido, é importante ressaltar que o estresse nem sempre é ruim. Quando ele aparece em nossas vidas em doses controladas, isto é, saudáveis, ele nos leva à ação para que conquistemos os resultados desejados ou para que saibamos prevenir problemas. O otimismo excessivo pode levar embora até mesmo esse nível saudável de estresse, o que nos leva a essa queda de energia e, consequentemente, à passividade de que falamos no item anterior.

3. Falta de preparação diante dos riscos

Conforme citamos, o estresse, assim como a ansiedade, tem uma função de existir em nossas vidas, sendo benéfico quando aparece em níveis saudáveis. Pensar no pior pode ser produtivo, no sentido de que identificamos todos os riscos aos quais estamos expostos. Uma pessoa que passa por esse processo certamente será capaz de agir para amenizar esses riscos ao máximo possível, o que quer dizer que o pensamento saudavelmente ansioso nos ajuda a nos preparar para as dificuldades que possam surgir.

Uma pessoa excessivamente otimista, porém, pode negligenciar esses riscos e, com isso, deixar de se preparar adequadamente para as situações que possam representar dificuldades. Quer um exemplo bem simples? O otimismo excessivo pode fazer uma pessoa simplesmente deixar de olhar para os dois lados da rua antes de atravessá-la, correndo o risco de sofrer um acidente. Dessa forma, pensar no que pode dar errado nem sempre é problemático. É um mecanismo de proteção necessário à vida.

4. Frustração

Por fim, o otimismo excessivo também pode levar a uma emoção bastante desagradável, que é a frustração. Como explicamos acima, as pessoas que confiam demais que tudo vai dar certo deixam de fazer a sua parte para que isso aconteça e ignoram os riscos aos quais estão expostas. Quando isso ocorre, a chance de não alcançar os seus objetivos é grande.

Nesse momento, a pessoa se dá conta de que entre os seus pensamentos positivos em que tudo dava certo e a realidade em que as coisas não saíram como foi planejado existe um abismo. Essa divergência entre expectativa e realidade produz uma sensação de frustração muito grande, o que, paradoxalmente, pode tornar essa pessoa que era excessivamente otimista alguém pessimista.

Quer dizer que devemos ser pessimistas?

Não. Ninguém precisa ser pessimista. Como em tudo na vida, o equilíbrio é a palavra-chave. As pessoas podem ser otimistas, desde que compreendam que pensar positivo não as livra de se prepararem adequadamente para as suas ações. O aluno pode fazer exercícios de visualização em que tira 10 na prova, por exemplo, mas também deve ter a consciência de que precisa estudar para que essa visualização se concretize.

Em contrapartida, alguém que só pensa no pior desenvolverá níveis de estresse e ansiedade acima do que é considerado saudável, o que também é extremamente negativo, podendo provocar transtornos da mente. Dessa forma, é importante ser otimista, mas sem que isso descole o seu pé da realidade e o faça “relaxar demais”, deixando de esforçar-se para alcançar aquilo que você deseja. Resumidamente: equilíbrio é tudo!

E você, querida pessoa, considera-se uma pessoa excessivamente otimista ou consegue fazer um bom uso dos seus pensamentos positivos? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar esta reflexão a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar dela? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!