Você já ouviu falar em exibicionismo? Esse termo tem sido mais recentemente empregado para falar sobre o hábito de expor a própria vida na internet, o que começou com os blogs e depois alcançou números impressionantes com as redes sociais.

Não há nada de errado em utilizar esses sites para postar fotos, frases, opiniões e vídeos sobre a sua vida. O problema ocorre quando algumas pessoas exageram na dose e acabam dedicando horas do seu dia apenas para publicar a vida nas redes e para acompanhar a vida dos outros. É como se o universo digital ultrapassasse a vida física em importância.

Nesse caso, configura-se o exibicionismo digital, que é o tema deste artigo. Para saber mais a respeito desse tipo de comportamento sobre as emoções e atitudes das pessoas, siga em frente e continue a leitura!

Exposição excessiva da privacidade

Quando decidimos postar algo sobre as nossas vidas nas redes sociais, é primordial que saibamos selecionar aquilo que vamos exibir. Devemos nos lembrar de que o post estará acessível não apenas aos nossos amigos, mas, em algumas redes, a qualquer usuário.

Por isso, é importante que saibamos filtrar o que deve e o que não deve ser postado. Não há respostas definitivas para isso, pois a escolha é de cada um. O importante é que as pessoas saibam lidar com as consequências daquilo que postam.

Fotos sensuais, momentos íntimos com o namorado, xingamentos motivados por discussões de futebol, opiniões políticas extremas e o compartilhamento de informações falsas, por exemplo, são postagens que podem provocar problemas de relacionamento com amigos, familiares e até mesmo no lugar de trabalho. Aqui, não estamos dizendo o que é certo ou errado, mas apenas o que tende a gerar conflitos com mais frequência.

Inveja

Ainda falando em filtrar aquilo que postamos nas redes, é óbvio que há uma forte tendência em compartilhar apenas os nossos melhores momentos — as viagens, as festas, os passeios, os prêmios, as formaturas, as celebrações junto com amigos e familiares, a felicidade de um relacionamento a dois, e por aí vai.

É natural que ninguém queira de fato postar uma foto de si mesmo na fila do banco. O problema, entretanto, é que as pessoas que passam muito tempo nas redes sociais tendem a acreditar mais nesse mundo de faz-de-conta que são as redes. Ao acessar as fotos dos amigos, elas podem ter a impressão de que a vida dos outros é sempre mais bela, divertida e empolgante do que a sua.

Contudo, precisamos ter em mente que, assim como nós, todas as pessoas também enfrentam dificuldades. A questão é que elas preferem não expor esse lado ruim das suas vidas, dando preferência aos momentos felizes. Sem a consciência adequada sobre a seletividade daquilo que é postado, as pessoas podem passar a nutrir inveja dos colegas e desapontamento em relação à própria vida. Algo a se pensar com muito cuidado e atenção pela saúde mental.

Postar em vez de aproveitar

Quando as pessoas visitam o Museu do Louvre, em Paris, é comum que haja verdadeiras disputas por um espaço privilegiado para chegar perto da Mona Lisa. Entretanto, a motivação do empurra-empurra nem sempre é apreciar as características daquela que é possivelmente a mais famosa das obras de arte da história. O objetivo é, na verdade, tirar a melhor foto e publicá-la nas redes sociais, de modo a mostrar que “Eu estive em Paris. Eu visitei o Louvre. Eu vi a Mona Lisa”.

Isso nos leva a um questionamento importante de nossos tempos: o que é mais importante — viver a vida ou mostrar que a estamos efetivamente vivendo? As redes sociais parecem ser uma verdadeira competição para que as pessoas mostrem o quanto estão bonitas e felizes. Mas e quando a bateria do celular acaba? Será que essas pessoas continuam felizes naquilo que estão vivendo?

Em outras palavras, muita gente se preocupa tanto em registrar os eventos e exibi-los aos outros que deixam de aproveitar o momento. O exemplo da Mona Lisa pode ser estendido aos shows de música, às festas e até mesmo a um simples pôr do sol. Em vez de viver o momento, o indivíduo prefere registrá-lo e postá-lo, perdendo boa parte da graça dessas situações.

Overposting

Isso nos leva a um fenômeno digital conhecido como “overposting”, que significa posts em excesso. Esse processo começou a ser registrado quando algumas empresas com forte atuação nas redes sociais começaram a perder engajamento pelo excesso de posts que faziam. Elas publicavam tanto conteúdo que as pessoas simplesmente deixavam de ver ou de interagir com eles. Eram tantos posts que nada mais era relevante; nada mais era novidade.

Esse processo passou a ser identificando também entre as pessoas comuns. Quando um usuário de uma rede social abre o seu feed e percebe que há 4 ou 5 posts de uma mesma pessoa todo dia, ele tende a “enjoar” daquele perfil e pode até mesmo deixar de segui-lo.

Por isso, o exibicionismo pode irritar os amigos e colegas que temos nessas redes, o que justifica a importância de aprendermos a selecionar melhor os conteúdos que publicamos — sejam eles fotos, vídeos, opiniões ou notícias. Isso vale para as marcas na web, mas também vale para os usuários comuns!

O abandono das redes sociais

Por fim, outro fenômeno que tem ocorrido em consequência de tudo o que foi citado até agora é um abandono das redes sociais. A exposição da privacidade, a inveja, a perda de tempo e de aproveitamento dos bons momentos, o fenômeno do overposting e a aparente incapacidade que algumas pessoas têm de lidar com quem pensa diferente delas na internet têm levado muita gente a encerrar as suas contas nesses sites.

É comum que pessoas que antes eram ativas em 4 ou 5 redes tenham optado por permanecer em apenas uma delas, ou mesmo em nenhuma. A falta de equilíbrio pode transformar esses espaços em ambientes tóxicos, o que pode causar perda de produtividade, conflitos com outras pessoas e prejuízo da saúde emocional.

O objetivo deste artigo não é “demonizar” as redes sociais, mas apenas levantar alguns questionamentos: até que ponto nós queremos que os outros saibam quem somos? Até que ponto nós querermos saber da vida dos outros? E por fim, qual é o preço que nós estamos dispostos a pagar diante do exibicionismo digital? Como citamos anteriormente, não existem respostas certas ou erradas, mas existe o que proporciona mais saúde e bem-estar para você. Faça a sua escolha!

E você, querida pessoa, o que pensa sobre o exibicionismo? Como lida com essa questão? Deixe a sua opinião por meio de um comentário no espaço a seguir. Além disso, que tal levar esta reflexão a todos os seus amigos, colegas e familiares? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!