Constantemente buscamos adequar as pessoas aos hábitos, crenças e valores que possuímos. Buscamos compreender o outro, mas não deixamos de analisar e julgar seus comportamentos e ações.
Não nos damos conta de que ninguém muda ninguém… Fomos todos programados em nossa infância para sermos quem somos. Nossas histórias, desejos, experiências positivas e negativas, nos fizeram ser quem somos em nossa essência e ninguém pode mudar a essência de ninguém.
Nossas vidas passadas, traumas de nascimento, infância, educação, cultura e todos os nossos condicionamentos estão impregnados em nós e em nossas vidas. São nossa herança, são quem somos, e nossa vida flui de acordo com essa programação.
Quando tentamos mudar ou transformar o comportamento de alguém, somos apenas um programa buscando modificar outro programa, e essa tentativa acontece constantemente, todos os dias desde o momento em que nos entendemos como seres humanos, até o momento de nosso desencarne.
Essas várias tentativas de modificar o outro podem ser comparadas a um filme que assistimos todos os dias esperando que haja um novo final, um novo desfecho, um novo clímax. Por mais que a gente assista a esse mesmo filme, nada de diferente acontecerá porque existe uma programação, uma sequência de cenas, falas e movimentos que levam a um final, que pode nos agradar ou não.
Sendo assim, o que fazer para modificar o comportamento de alguém? Será que se insistirmos a pessoa vai realmente e verdadeiramente mudar?
Todos estamos tentando mudar o outro da mesma forma. Tentamos mudar o outro sem explicar os porquês da mudança e principalmente, sem buscar entender o outro e o porquê de ele(a) ser como é e fazer o que faz.
Para modificar algo, é preciso antes de mais nada conhecer aquilo que deseja modificar. Isso se aplica a qualquer situação. Por exemplo: quando chegamos em casa extremamente nervosos, não sabemos como estarão as pessoas, não sabemos como foi o dia de cada uma, assim como elas também não sabem como foi nosso dia, por isso, para evitar conflitos devemos experienciar as pessoas, conhecer como foi o dia de cada uma delas, e caso tenha sido um dia ruim, podemos auxiliá-las no processo de mudança de seus estados internos.
Quando experienciamos o outro e a vida, nossas dores mágoas e ressentimentos se transformam em alegria e paz. Se observarmos bem, por pior que seja o momento que estamos passando, sempre haverá alguém com um problema maior que o nosso.
Quando experienciamos as pessoas, adquirimos sabedoria, nos tornamos resilientes, vivemos a vida com mais leveza e aprendemos a aceitar as pessoas exatamente como elas são.
Você já parou alguma vez para experienciar seus próprios sentimentos a fim de compreendê-los e encontrar a resposta para seus problemas e anseios? Quantas vezes ao dia você se permite estar em paz, olhar para dentro de si e escutar a sua própria voz?
Na última semana, quantas vezes você dedica verdadeiramente algum tempo do seu dia para escutar compreender alguém? Você já parou para experienciar alguém hoje? Como seria se em vez de reclamar, julgar e criticar, escolhêssemos ouvir, compreender e experienciar o outro?
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