A ética no trabalho se tornou um dos temas mais debatidos no universo corporativo nos últimos anos devido ao número alarmante de casos de corrupção empresarial que foram apresentados em noticiários. Tornou-se imprescindível desenvolver mecanismos que ajudem a manter a atuação das companhias no mercado ilibada, especialmente quando se trabalha com clientes da esfera pública.

Siga a leitura para saber como a ética pode ser promovida dentro das empresas de modo a ser fortalecida entre os colaboradores.

Como a ética pode ser promovida nas empresas?

A corrupção no ambiente corporativo não é uma exclusividade do Brasil, muitos países sofrem com más condutas de organizações locais. Uma das soluções mais adotadas por empresas de diferentes nacionalidades e portes é o desenvolvimento de um programa de compliance, com medidas que visam dificultar ações antiéticas e corruptas por parte dos seus colaboradores e públicos de relacionamento, como fornecedores e clientes.

Com processos mais transparentes, torna-se praticamente impossível agir sem integridade e, caso isso aconteça, também fica mais simples detectar a situação e comprová-la, punindo os responsáveis.

O termo compliance deriva do verbo em inglês “to comply”, que significa cumprir o estabelecido. Esse formato de programa ético teve sua origem nos Estados Unidos na década de 1980, quando aconteceram sérios problemas em relação à atuação de companhias do mercado financeiro.

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Como estruturar um programa de compliance para promover a ética?

Ter um programa de compliance em sua empresa significa basicamente ter um conjunto de regras que deverão ser seguidas pelos funcionários e público externo, objetivando tornar as atividades mais éticas. Embora tenha sido criado para o mercado financeiro, pode ser aplicado em diversos modelos de negócios de todos os segmentos.

Exatamente por isso, existe uma grande variedade de modelos de programas de compliance, as regras adotadas devem estar alinhadas com as atividades realizadas pela companhia e com o grau de risco que ela possui de ser envolvida em atividades ilegais e/ou antiéticas. Dentre os pontos abordados pelas regras de atuação íntegra estão o cumprimento das normas trabalhistas, atenção às regulações tributárias, redução do impacto ao meio ambiente, entre outros.

É importante que, independentemente do modelo de programa de compliance escolhido, a companhia esteja atenta à legislação que rege determinadas atividades. Os colaboradores devem compreender que, além da responsabilização dentro da corporação, também podem ser legalmente responsabilizados por ações que faltem com a ética.

Principais elementos para desenvolver um programa de compliance

Ao decidir desenvolver um programa de compliance para guiar as ações dos seus públicos para um caminho mais ético e íntegro, é válido observar os pontos chave que corroboram para o sucesso das medidas. Acompanhe a seguir quais são esses elementos para que seja mais fácil organizar a criação desse programa.

1 – Equipe de compliance

O ideal é ter um ou mais funcionários dedicados ao desenvolvimento e gestão do programa de compliance da sua organização. Esses profissionais devem ter autonomia para tomar decisões, de maneira que não fiquem em situações complicadas com outros colaboradores tendo que agradá-los. Para que a ética seja o norte desse programa, ele deve nascer independente.

Caso não seja possível destacar um funcionário somente para essa atividade, tenha o cuidado de evitar situações em que ele seja constrangido por outros colaboradores. O gestor do setor de compliance deve responder somente à alta administração.

2 – Identificação de riscos

Se o primeiro passo para ter um programa de compliance é destacar os funcionários responsáveis por essa atividade, o segundo diz respeito a identificar os riscos a que a companhia está exposta. Como mencionei, empresas que atendem clientes da esfera pública têm mais possibilidades de se envolver em esquemas ilícitos.

A atividade do seu negócio pode ser uma porta de entrada para uma série de problemas, então, é essencial fazer um mapeamento para encontrar onde estão os riscos. Com esse trabalho feito, fica relativamente mais simples delinear as regras que deverão ser seguidas e algumas mudanças na forma como os processos são realizados. O segredo está em cercar todas as etapas dos processos corporativos para reduzir as chances de que algo antiético seja realizado.

3 – Regras claras e bem divulgadas

As regras que vão gerir a ética nos processos realizados pela sua companhia devem ser bastante claras, não abrindo brechas para interpretações ambíguas ou mesmo para saídas pela tangente. Para garantir que todos cumpram o que foi estabelecido, é interessante promover uma divulgação efetiva desse conjunto de regras.

Os funcionários e, também, os públicos externos devem ter acesso constante a todos os detalhes. Além disso, é importante manter o diálogo aberto com a equipe para que o tema ética não seja um tabu e sim um valor forte e presente na organização.

4 – Treinamento

Para tornar mais fácil a assimilação dessas regras pelos colaboradores, é recomendado que haja investimento de tempo e recursos em treinamento. Os profissionais devem estar devidamente preparados para sair de situações que possam comprometer a integridade da companhia em seu dia a dia.

5 – Comprometimento

Toda a empresa precisa estar comprometida com o cumprimento das regras determinadas pelo programa de compliance. A alta administração deve dar o exemplo, agindo sempre com ética e demonstrando que existe transparência na sua forma de trabalhar. 

Por isso, é muito importante, independentemente de os profissionais serem novos ou mais antigos, que os líderes da organização deixem sempre bem claro para a sua equipe quais são os comportamentos éticos que a empresa espera de todos os seus colaboradores. As instituições também devem presar pela idoneidade e jamais obrigar seus funcionários a cometerem atos ilícitos para beneficiar o negócio ou terceiros, e ter normas claras quanto a qualquer tipo de falta de ética.

Como lidar com a falta de ética no trabalho?

A falta de ética no trabalho pode ser um sinal claro de que um colaborador tem um caráter duvidoso.  Se, por exemplo, um profissional compartilha informações sigilosas sobre a empresa com concorrentes ou sempre busca levar vantagens financeiras em negociações de valores: esses são sinais claros de que seus comportamentos não são bons exemplos para ninguém.

Além disso, atitudes negativas, como falar mal do chefe, dos clientes ou de seus colegas com frequência, fazer intrigas e espalhar boatos, também detonam tipos de condutas que, além de serem erradas, ainda prejudicam a convivência diária, a satisfação das pessoas em estar na empresa e se tornam maus exemplos para os demais.

Portanto, se, mesmo com feedbacks de melhoria, um profissional ainda demonstrar comportamentos inadequados, antiéticos e não mudar suas atitudes, para evitar maiores prejuízos ao grupo, o líder deve pensar bem comum, na manutenção de um ambiente positivo, correto e produtivo. Sendo assim, pode ser hora de pensar no desligamento do colaborador para manter apenas aqueles que estiverem alinhados com os valores da empresa.

Quer saber mais sobre esse tema? Assista meu vídeo e conheça mais sobre a importância da ética no trabalho.

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