Muitos acreditam que os seres humanos são os únicos capazes de criar e utilizar ferramentas. Uma ferramenta é um instrumento que auxilia em uma tarefa específica. Há ferramentas para as mais diversas atividades, desde apertar um parafuso até modelar o cabelo. Criar e usar uma ferramenta envolve raciocínio lógico, mas também há animais que recorrem às ferramentas. Alguns primatas usam pedras para abrir ou partir cocos e paus a fim de apanhar insetos das árvores.  

Para além do objeto em si, também podemos aplicar o termo “ferramenta” sempre que nos referimos a um procedimento cujo foco esteja na melhoria de uma tarefa ou na mudança de um perfil comportamental.  

Se interfere de alguma maneira, pode ser chamado de ferramenta. Um programa de computador, por exemplo, pode ser uma ferramenta para desenvolver um determinado trabalho.  

O bom processo de Coaching, que visa estabelecer o empoderamento do coachee, usa um leque de ferramentas para conseguir os resultados desejados. Com o uso de ferramentas o coach consegue se conectar ao mundo do coachee, entrar no mundo dele e favorecer a sua alavancagem para o seu estado desejado. Dois exemplos de ferramentas:  

Shazam: consiste em cinco perguntas que revelam quem é o coachee. A primeira requer um conjunto de respostas que focalizem três momentos mais positivos da vida dele; a segunda, outro conjunto de respostas sobre três de seus momentos mais negativos; a terceira solicita, imaginativamente, a escolha de retorno à vida do coachee de um desses momentos passados; a quarta pergunta instiga o coachee em relação ao seu futuro; e a quinta deixa aberta ao coachee possibilidade de acréscimo de respostas a algo que porventura, ainda, não tenha sido contemplado pelo Shazam.  

Diário de Bordo: é o conjunto de três perguntas simples que ajudam o coachee a avaliar metodicamente como foi o seu dia, suas conquistas e falhas; também o que precisa ser melhorado e/ou repetido. Esse diário precisa ser respondido todos os dias. As perguntas: 1ª) por que valeu a pena viver o dia de hoje? 2ª) que ideia você pode ter, hoje, para contribuir à construção de um mundo melhor de se viver no tempo presente? Como você pode colocar isso em prática? 3ª) se você pudesse fazer voltar o tempo e tivesse o poder de modificar algum acontecimento no dia de hoje, o que você faria de diferente? A partir destas perguntas, muitas outras podem surgir, bem como muitas anotações que transcendem as respostas destas perguntas. O Diário de Bordo não é para engessar o processo, mas para facilitar a boa relação entre coachee e coach, do coachee consigo mesmo e a boa sequência dos encontros seguintes.  

As ferramentas fazem parte da ritualística da sessão de Coaching. Um coach que não usa ferramentas trabalha a partir de achismos. É como uma celebração em que a leitura da palavra de Deus não tenha um lugar central. As ferramentas de Coaching, como o Shazam, revelam ao coachee o seu próprio “eu’. É isso que queremos.  

A estrutura da sessão de Coaching, que já descrevemos brevemente em seção anterior, contempla um momento para ferramentas e tarefas de Coaching. Cada uma está direcionada a uma determinada ação de mudança ou de reconhecimento. Shazam e Diário de Bordo, bem como a Roda da Vida, são usadas sempre. Bem usadas, elas geram comunhão, fortalecimento do compromisso entre coach e coachee. Quanto mais forte o compromisso inicial, maior a certeza de chegar ao ponto B, ao resultado desejado.  

 

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