Você já teve aquele sentimento de que se tudo tivesse dado certo desde o início, você não teria alcançado resultados tão bons? Como diz o provérbio popular, “há males que vêm para o bem”. O problema é que, em alguns casos, os problemas nos afligem de uma maneira tão intensa que fica difícil enxergar a situação sob uma ótica mais otimista.

Neste artigo, você confere uma situação negativa ao extremo vivenciada pela modelo Paola Antonini, mas que, com resiliência e ressignificação, pôde ser transformada em uma mudança de vida positiva.

A história de Paola Antonini

Paola Antonini é uma jovem modelo brasileira. Aos 20 anos, no início de uma carreira promissora e de uma vida com tudo para ser feliz, ela viu sua realidade modificar-se drasticamente em 27 de dezembro de 2014.

Eram 5h30 da manhã quando Paola e o namorado se preparavam para viajar. Eles deixariam a cidade de Belo Horizonte rumo a Búzios, onde passariam a virada de ano. Quando colocava a bagagem no porta-malas de seu carro, Paola foi atingida por outro veículo, conduzido por uma motorista alcoolizada.

Prensada da cintura para baixo entre os dois veículos, Paola esperou até que o socorro chegasse. Com medo de perder a vida, entrou no centro cirúrgico, de onde só saiu 14 horas depois.

Paola sobreviveu, mas recebeu uma notícia que mudaria para sempre seu destino: teve a perna esquerda amputada abaixo do fêmur, apesar de todos os esforços da equipe médica para evitar que isso acontecesse. Mesmo com a grave notícia que acabara de receber, Paola manteve a serenidade e, acima de tudo, demonstrou gratidão por ter sobrevivido.

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A modelo, então, teve que reaprender a fazer aquilo que automaticamente e inconscientemente já fazia: andar e equilibrar o próprio corpo. Teve de adaptar-se a uma difícil e nova realidade: de muletas, próteses, fisioterapia e acessibilidade.

Um processo de ressignificação

Adaptar-se repentinamente a um novo e complicado contexto é um desafio. A tristeza, o desespero e até mesmo a depressão não são raros nesses casos. Apesar das dificuldades, Paola conseguiu ressignificar a experiência terrível que viveu e relata que tem, hoje em dia, mais coragem e vontade de viver e de realizar seus sonhos do que jamais teria se o acidente não tivesse acontecido.

Sorridente, Paola não tem medo ou vergonha de mostrar a prótese eletrônica que colocou e ainda aparece em diversos programas de televisão, dá palestras e é ativa nas redes sociais. A rotina da modelo tem suas dificuldades, mas ela relata que conseguiu extrair 5 aprendizados da situação, que servem de conselho para toda e qualquer pessoa que estiver atravessando um momento conturbado. Confira quais são eles:

  1. Não supervalorize o que não é essencial para você

Infelizmente, parece ser uma característica da humanidade de só ser capaz de valorizar as coisas quando elas são perdidas. Paola conta que, antes do acidente, era muito vaidosa e se preocupava com a aparência e com a forma física. Qualquer “gordurinha” que aparecesse já era motivo de preocupação.

No entanto, ela relata que perder uma perna faz todas essas questões ficarem muito pequenas. No dia a dia, acabamos dando valor demasiado a questões supérfluas, e que só percebemos que eram de fato supérfluas quando algo maior nos acontece.

Por isso, a dica é não dar aos pequenos problemas cotidianos mais importância do que eles de fato merecem. Há coisas na vida — como saúde e família — que, sim, merecem muito mais atenção. Defina suas prioridades.

  1. Corra atrás de seus sonhos

Paola conta que seu maior medo em toda a sua história sempre foi o de perder a vida com apenas 20 anos de idade. Ao acordar e perceber que sua vida continuava, ela manifestou gratidão, mesmo que tivesse perdido a perna.

A experiência deu a Paola o aprendizado de que a vida é muito curta. Segundo ela, a modelo deixava de fazer muitas coisas de que tinha vontade por medo de se arrepender depois ou por acreditar que haveria um momento futuro mais propício. O problema é que esse futuro poderia nem ter chegado.

Por isso, se você tem um sonho, lute por ele agora. O passado já se foi, e o futuro pode nem chegar. A única coisa que concretamente possuímos é o presente. É nele que devemos agir para alcançarmos aquilo que nos faz felizes. Paola conta, por exemplo, que sempre adiava as tatuagens que tanto desejava fazer. Assim que se recuperou do acidente, deixou de postergar os planos e fez as tatuagens que queria, sem mais perder tempo.

  1. Desconfie de seus medos

O medo é uma emoção humana muito importante para garantir a nossa sobrevivência. É por meio dele que conseguimos planejar nosso futuro, amenizar os riscos aos quais estamos expostos e fazer as coisas com mais segurança.

No entanto, mesmo com toda a preparação do mundo, há coisas — como um carro desgovernado — que simplesmente estão fora de nosso controle. Por isso, é importante que saibamos dosar esse medo. Ele deve sempre ser proporcional aos riscos que corremos, de modo que saibamos nos preparar para enfrentá-lo e não desistir antes mesmo de tentar.

Paola diz que acredita muito na ideia de que o corajoso não é aquele que não tem medo, mas aquele que consegue agir, mesmo sentindo o medo. Todos nós somos mais fortes do que realmente imaginamos, mas ter consciência disso é um privilégio reservado àqueles que ousam tentar e conseguem superar seus receios.

  1. Entenda que mudanças acontecem

A vida de Paola mudou completamente numa fração de segundos. Queiramos ou não, é preciso aceitar que a única constante da vida é a mudança. Algumas delas somos nós que promovemos, mas há outras que acontecem sem nosso consentimento.

A realidade é essa, e é melhor aceitá-la do que lutar contra. Isso não quer dizer que ninguém mais deve fazer planos ou se preparar para fazer as coisas darem certo. No entanto, é importante que sejamos capazes também de manter a flexibilidade, pois as circunstâncias que não estão sob nosso controle podem alterar completamente o cenário.

Nós não podemos controlar tudo aquilo que nos acontece, mas podemos controlar a nossa reação sobre o acontecido. Como diz uma poderosa prece popular, “é preciso serenidade para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para diferenciá-las”.

  1. Valorize os pequenos momentos

Experiências negativas, especialmente aquelas que colocam em risco nossas vidas ou as vidas daqueles a quem amamos, nos fazem lançar um novo olhar sobre nossa existência. Elas nos levam a manifestar mais gratidão por cada dia de vida, já que são novas oportunidades para aprendermos coisas novas e para sairmos em busca da realização de nossos sonhos.

Além disso, a consciência sobre nossa fragilidade nos leva a aproveitar melhor o tempo que temos com as pessoas que fazem parte de nossa história. Familiares, amigos, colegas de trabalho, nenhum deles é eterno. Por isso, pequenos momentos compartilhados com essas pessoas podem revelar grandes sentimentos de carinho e admiração.

A magnitude de cada momento não depende daquilo que estamos fazendo, mas dos significados que lhes atribuímos. Dessa forma, dê valor aos pequenos momentos, como um abraço, um pôr do sol, uma caminhada na praça, um telefonema, um choro de criança. Com o tempo, perceberemos que esses pequenos momentos foram, na verdade, os maiores momentos de nossas vidas.

Ninguém precisa passar por situações extremas, como a que aconteceu com Paola Antonini, para extrair esses aprendizados. Se pudermos lançar esse novo olhar sobre nossa existência, já conseguiremos diminuir consideravelmente os efeitos dos pequenos aborrecimentos do dia a dia. Assim, poderemos levar nossa atenção e nossos sentimentos àquilo que realmente vale a pena.

Qual das dicas acima mais tocou seu coração? Deixe seu comentário no espaço abaixo e não se esqueça de compartilhar este artigo em suas redes sociais. Leve esta mensagem de resiliência, ressignificação e superação a todos aqueles que você ama.