Ao longo de nossas vidas, muitas vezes passamos por situações que nos causam dor, sofrimento e traumas. Nesses casos, é comum que como forma de “defesa” muitas pessoas optem pelo isolamento.

Para evitar maiores aborrecimentos e para não ficar alimentando sentimentos ruins, algumas pessoas se isolam do mundo, outras preferem se afastar de pessoas que causaram seus problemas.

O isolamento ou a exclusão de pessoas acaba sendo uma forma de “fuga” que nem sempre nos permite seguir em frente em nossos caminhos. Isso acontece, porque sempre estaremos “presos” ao passado de alguma maneira. Por mais que o tempo passe, sempre haverá o sentimento de mágoa, desconforto ou culpa no coração de quem saiu ferido da situação.

Quando excluímos alguém, um antigo amor, um filho bastardo, uma mãe ou pai criterioso, seja quem for, estamos excluindo a nós mesmos, e abrindo mão do amor que flui naturalmente nas relações humanas.

Bert Hellinger afirma que existe amor em todas as relações, esse amor não é padrão, nem pré-estabelecido pela sociedade ou pela mídia. Ele é na verdade a representação da união entre as pessoas de nosso círculo de relacionamentos.

Numa Constelação Familiar por exemplo, é possível perceber que muitas dessas relações de amor estão abaladas por conta de magoas e ressentimentos do passado. Nesses casos, cabe ao constelador auxiliar o constelado e seus representantes no processo de ressignificação dos acontecimentos, de modo que as respostas que muitas vezes ocultamos, venham à tona e o fluxo do amor volte a acontecer.

Durante o processo das Constelações é natural que o constelado se recorde com detalhes de situações do seu passado, ainda que tente não se recordar. É quase que impossível não resgatar dentro de nós essas lembranças e situações.

Por mais que tentemos esconder ou omitir fatos, magoas frustrações e dores, é natural que o Constelador perceba os movimentos que acontecem dentro do campo quântico, como por exemplo, a forma como o Constelado posiciona seus representantes dentro do sistema. Assim, ainda que o Constelado tente omitir suas verdadeiras dores,    o Constelado consegue percebe-las e desse modo, conduz melhor o processo de constelação.

Quando excluímos alguém de nossa vida, é possível que estejamos gerando consequências para nossos herdeiros. É como se deixássemos para eles a responsabilidade de lidar com nossos problemas, nossos assuntos mal resolvidos.

Para que nossos problemas não afetem nosso sistema, seja ele familiar ou não, o ideal é não gastar nosso tempo buscando culpados, pois estes não existem. O que existe é, na realidade, uma ou mais pessoas com dificuldade de compreender determinados comportamentos, ações e movimentos do passado.

Sendo assim, podemos afirmar que o processo de Constelação acaba servindo como ferramenta para que esses movimentos, ações e comportamentos sejam identificados, ressignificados, ou melhor compreendidos.

Constelação é uma ferramenta extraordinária, pois serve como complemento à teorias da física quântica e da biologia, que estudam o comportamento humano enquanto ser individual, e seu posicionamento na sociedade e em seu espaço sistêmico.

Por meio dessas teorias podemos afirmar que somos como pequenas células de um único organismo, logo, pensar em cada indivíduo como um ser independente e autossuficiente, é algo ilusório. Somos a somatória de um todo, somos parte de um sistema.

O fato de não assumirmos nossas responsabilidades, deixando para nossos herdeiros os nossos problemas e desentendimentos, causa um grande desequilíbrio no sistema. Não é natural que nossos filhos, netos e bisnetos lidem com dores e mágoas de nosso passado. Nem é aceitável que nós, enquanto adultos tenhamos que lidar com problemas e aflições de nossos pais, avós ou outros membros de nossa família.

É imprescindível lembrarmos sempre que o verdadeiro amor não é aquele que assume as responsabilidades de outra pessoa. Essa atitude não melhora, nem soluciona a situação. Apenas estende o desequilíbrio sistêmico a outras gerações.

Confie na estrutura do sistema! O ideal é que cada indivíduo assuma suas dificuldades, dores e anseios, lide com cada situação com amor e tenha sempre em mente que “não existem culpados”.

Em nossas vidas, tudo acontece por uma força maior. Seja qual for a situação, boa ou “ruim”, tudo tem um porquê de acontecer. Sendo assim, não devemos nos excluir do fato de que somos parte de um todo.

Em Constelações, é possível reconhecer e assumir as consequências de nossos atos, que nada tem a ver com culpa ou exclusões. Trata-se apenas de um processo de conexão que nos abre para os outros e elimina qualquer resistência que possa existir de ambas as partes. Desta forma o amor verdadeiro flui e naturalmente nos traz harmonia e equilíbrio em todos os aspectos de nossas vidas.

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