Um líder é não apenas aquele indivíduo que coordena e distribui tarefas entre os seus liderados, mas também aquele que propõe novas e melhores maneiras de fazer as coisas em sua equipe. Isso demanda uma boa dose de criatividade, ou seja, de saber inovar e de combinar referências já vistas no passado em uma solução nova e original.

Ainda que muita gente considere a criatividade um dom, a verdade é que todos nós a temos, em maior ou menor grau. Tudo depende do nosso repertório mental, ou seja, de tudo aquilo que já vimos em nossas vidas e da nossa capacidade de utilizar esse repertório diante dos desafios que aparecem à nossa frente.

Nas empresas, ser criativo é essencial para que elas possam obter diferenciais em relação à concorrência e, dessa forma, consigam vencer essa concorrida disputa. Portanto, líderes precisam ser criativos e estimular essa mesma postura em seus liderados. Contudo, é importante ressaltar que há alguns comportamentos que prejudicam o processo criativo. A seguir, você vai conhecer os 6 principais. Boa leitura!

1. Dar ouvidos ao medo

O medo é uma reação comum a qualquer pessoa, sobretudo diante do desconhecido. Ser criativo, porém, significa exatamente mergulhar no desconhecido, pois precisamos fazer algo que ninguém fez. Por isso, quando damos ouvidos ao medo, ele nos mantém presos à zona de conforto, ou seja, àquilo que todo mundo já faz.

Sendo assim, ser criativo demanda uma dose de coragem — o que não significa não ter medo, mas sim agir, apesar da existência desse sentimento. Dessa forma, todo criativo sabe que está exposto a determinados riscos: de a ideia não surtir o efeito desejado, de receber críticas, e por aí vai.

No entanto, se você acredita no potencial da sua ideia, reflita sobre ela, aprenda a defendê-la quando a questionarem e dedique-se de verdade para que ela dê certo. Se o resultado não for positivo, aprenda com o erro, mas entenda que dedicação e coragem não faltaram, o que é sempre visto com bons olhos no mundo corporativo.

2. Ser objetivo demais

A objetividade é uma característica muito elogiada na vida profissional. De fato, em diversas circunstâncias, ela é muito bem-vinda, já que permite que as pessoas realizem o que deve ser feito sem perder tempo. No entanto, quando se trata de ser criativo, essa ânsia por cortar caminhos não é uma boa ideia.

O processo criativo demanda algum tempo para que as ideias possam ser desenvolvidas. A pressa pode fazer com que as pessoas recorram às soluções já existentes e convencionais, o que é o oposto de uma solução criativa. Sendo assim, o processo criativo precisa ser mais subjetivo e menos objetivo.

É claro que é importante analisar as possibilidades e estudar o cenário, mas também precisamos olhar para dentro, vasculhar o nosso repertório mental e dar tempo para que uma ideia não convencional venha à tona. Objetividade demais pode bloquear a criatividade.

3. Sentar e esperar

Por mais que o processo seja essencialmente mental, não pense você que a criatividade é algo que surge espontaneamente de sentar e ficar esperando que uma ideia milagrosa apareça. É preciso ser mais ativo nesse sentido. Revistas, livros, jornais, televisão, internet — todas essas fontes podem e devem ser consultadas com forma de inspiração.

Geralmente, as ideias originais surgem de uma combinação de diferentes referências. Portanto, estude o seu caso, procure referências, faça um trabalho de pesquisa bem-feito e comece a esboçar as suas ideias. Coloque-as todas no papel, sem muita preocupação.

Depois disso, analise-as e identifique as melhores, separando-as das que devem ser descartadas. Se for possível e se desejar, inclua mais pessoas nesse processo, de modo que elas também contribuam com as suas respectivas ideias. Juntar os repertórios de vários indivíduos alimenta o combustível da criatividade nas empresas.

4. Insistir, em vez de persistir

A criatividade depende essencialmente da nossa habilidade de fugir das soluções de sempre. Naturalmente, isso esbarra também na nossa capacidade de aceitar que as mudanças são essenciais. Ser criativo significa sair do óbvio, o que envolve aventurar-se por territórios desconhecidos e por mudanças de rotina.

No entanto, esse ato de desbravar não deve ser feito “no escuro”. Ele demanda planejamento, organização e muita pesquisa. Quando as ideias não ficam boas, é importante começar de novo. A ideia é persistir, ou seja, tentar novamente de um jeito diferente, mas nunca insistir (fazer sempre a mesma coisa).

A perseverança e a paciência precisam ser exercitadas na hora de ser criativo. Frequentemente, estamos no trabalho, na mesa do computador, sem que uma ideia bacana surja. Contudo, pode ser que, já em casa, tomando banho, nos venha à mente uma resposta interessante aos desafios que precisamos solucionar.

5. Ser meticuloso em excesso

Ter métodos é uma maneira de tornar as atividades, sobretudo as rotineiras, mais fáceis e rápidas em sua execução. Contudo, o conceito de criatividade é exatamente o de sair da rotina, de modo que ter métodos para ser criativo parece ser uma ideia um pouco contraditória.

As pessoas muito metódicas podem ter dificuldade em enxergar soluções inovadoras, justamente por confiarem tanto nos sistemas “de sempre”. Por isso, você pode até ser metódico em diversos momentos do seu dia a dia, mas, na hora de exercitar o pensamento criativo, fuja um pouco dos padrões e saia da rotina.

Diversos profissionais que lidam com a criatividade a todo instante gostam de ter momentos de meditação, de caminhar pelas ruas ou simplesmente de ver o pôr do sol através da janela do trabalho para relaxar e deixar que as ideias “germinem” em sua mente. Isso não significa ser passivo, mas dar tempo para que a mente amadureça os pensamentos.

6. Achar que “é o máximo”

Muitas pessoas que trabalham com criatividade gostam de receber sozinhas os créditos das grandes ideias. É claro que isso é bacana, mas você prefere dividir os créditos do sucesso com a sua equipe ou não receber crédito algum?

É preciso deixar a vaidade de lado em nome da criatividade. É difícil que alguém seja autossuficiente quando precisamos ser criativos. Por isso, durante esse processo, é bacana apresentar as ideias a outras pessoas, inclusive de outros departamentos. Muitas vezes, é de onde menos se espera que surgem respostas incríveis.

Por isso, converse, interaja, exponha as suas ideias, ouça o que os outros têm a dizer e filtre as contribuições que mais fazem sentido. Entenda que a coletividade pode ser muito benéfica na hora de ter boas ideias, pois as pessoas têm diferentes pontos de vista, e contribuições distintas podem ser extremamente úteis. Nem sempre fazer tudo sozinho é a melhor ideia.

Concluindo, podemos destacar que os principais empecilhos ao processo criativo são: o medo, a objetividade excessiva, a passividade, a insistência, a meticulosidade e a vaidade. Se você aprender a lidar com esses fatores, certamente perceberá que o seu processo criativo será muito melhor e que você, enquanto líder, conseguirá estimular uma postura semelhante nos seus liderados.

Agora, responda: qual desses 6 “vilões” do pensamento criativo mais bloqueia as suas ideias inovadoras? Por quê? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Por fim, que tal levar estas dicas a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!