Seu corpo conversa com você diariamente. Dores, cansaço, azia após o almoço são algumas formas do corpo de se comunicar com você, para mostrar o que ele anda sentindo e o que foi feito por você teve um resultado negativo; mas em outros momentos ele conversa de forma positiva. Mostrando que algo que você está fazendo foi ótimo para ele. Nesses momentos a sensação de bem-estar e tranquilidade é clara para entender que deu tudo certo.
Mas existem momentos em que o corpo mostra uma alta quantidade de nervosismo, muito acima do normal, e isso costuma ser ansiedade. Um dos problemas que vêm aumentando cada vez mais no mundo e também no Brasil, a ansiedade, é algo normal do organismo em momentos de nervosismo, tensão e estresse. Ela ajuda a pessoa ter mais atenção sobre determinada situação, ficar em alerta e não correr perigo, conseguir se defender se for preciso.
São situações de estímulo externo como trabalho, trânsito, relacionamentos, do nosso ambiente em que vivemos, ou interno, sendo estes pensamentos, imagens que trazemos do nosso passado ou que pensamos como será o futuro – seja positivo ou negativo – que trazem um nervosismo. Da excitação que ocorre no nosso organismo por causas desses pensamentos cria-se a dor e a ansiedade passa a ser algo não saudável.
Por diversas vezes temos uma reação diferente para situações complicadas, diferentes, algo que não estávamos esperando. Essas reações podem fazer com que limites de respeito com o outro não sejam respeitados e isto também é a ansiedade agindo. Na psicologia existem os termos chamados “luta” e “fuga”, e são os dois “caminhos” que a ansiedade faz quando uma pessoa está diante de situações diferentes ou que fazem ela se sentir nervosa. Como não se pode ficar sem sentir ansiedade, já que é algo natural do corpo humano, o que pode ser feito é buscar acalmar-se, relaxar.
Para quem está sofrendo com alto estresse e ansiedade, ter o conhecimento de como ela é gerada em níveis altos ajuda a entender por que acontece de a pessoa entrar nesses estados. Conseguir relaxar é um caminho pedido por todos que fazem parte do grupo das pessoas ansiosas. Com isso, a leitura é uma ferramenta que pode ser utilizada para as pessoas terem mais calma e tranquilidade, conseguindo ocupar a mente e esvaziando-a um pouco de pensamentos que a deixam mais ansiosa.
Existe um grande potencial terapêutico oferecido pela atitude de ler um livro. Não importa qual o assunto do conteúdo do livro: à medida que é aberto e a pessoa vai fazendo a leitura, é possível criar uma conexão forte com palavras, frases e com a história em si conforme a história vai acontecendo. A interação auxilia a criar outros pensamentos, ativar a imaginação a respeito do que irá ocorrer enquanto vai lendo o livro, torcendo por algum personagem, fazendo com que pensamentos diferentes ocupem a cabeça.
Importante destacar as emoções sentidas também à medida que a história é contada. Buscando um termo mais técnico, a leitura do livro pode ser inserida ou vista como uma meditação focada. Lendo, é possível não prestar atenção mais no contexto externo, que muitas vezes leva a pessoa a sentir ansiedade. Acalma os nossos pensamentos, relaxa os nossos músculos e conseguimos prestar atenção a nossa respiração, vivendo o momento no tempo presente.
Como é sua rotina hoje? Quais de suas atividades poderiam ter o tempo reduzido para que você pudesse ler por trinta minutos ou até uma hora?
Pensando na rotina, a leitura pode se tornar uma atividade diária. Pode-se ler dentro do transporte público, em direção ao trabalho, na volta para casa, em um momento em que seja possível desligar a televisão ou o celular e ficar mais em contato com você mesmo. A busca pela sua aproximação consigo mesmo, com o seu interior é indicada por psicólogos, pois aumenta o autoconhecimento, controla a respiração; passar mais tempo em sua própria companhia pode diminuir os níveis de hormônio da ansiedade e também do estresse.

Veja abaixo algumas dicas de livros para ansiedade:

  • Depois a Louca Sou Eu — Tati Bernardi

Cheia de humor, a autora brasileira relembra histórias próprias da sua convivência com pânico e transtornos ansiosos. É divertido e, ao mesmo tempo, quebra estigmas sobre saúde mental.

  • Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século A Síndrome do Pensamento Acelerado: como e por que a humanidade adoeceu coletivamente, das crianças aos adultos — Augusto Cury

Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida e um intelecto criativo e produtivo.
Em Ansiedade: como enfrentar o mal do século, o conceituado psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury apresenta a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), uma das doenças mais penetrantes da atualidade. Ainda pouco conhecida por psicólogos e psicopedagogos, não raro a SPA é confundida com hiperatividade ou transtorno do déficit de atenção. Nesse livro, você conhecerá os sintomas e as consequências desse mal, bem como as técnicas para enfrentá-lo e recuperar sua tranquilidade, emocional e mental.

  • Diário de um Corpo — Daniel Pennac

Em Diário de um corpo, Pennac constrói uma ficção singular que flerta com a autobiografia, ao narrar a vida do protagonista a partir de um diário do seu corpo, dos 12 aos 87 anos.
Embora tenha atravessado boa parte do século XX e experimentado as novidades do XXI, os aspectos históricos e os estados de alma do personagem pouco interessam aqui; o motor da história é o corpo, com as descobertas e surpresas que ele nos reserva – do desafio de habitar um corpo e criar uma imagem à primeira polução noturna e às limitações do envelhecimento. O resultado é um diário comovente, ora engraçado e amoroso, ora sofrido e ressentido, e uma saudação à magnífica engrenagem sobre a qual montamos nossa existência.

  • As aventuras de Tom Sawyer — de Mark Twain

Tom Sawyer é um jovem órfão que vive com seu irmãozinho Sid na casa de sua tia Polly. Preguiçoso de marca maior, ele se recusa a fazer qualquer esforço, salvo quando se trata de seduzir a bela Becky. Com seu companheiro Huck, Tom se entrega a todo tipo de bagunça; os dois vivem pregando peças e pintando o sete, até o dia em que testemunham um assassinato… A associação, a curiosidade e a vontade de aventura desta história promovem a exploração e a vontade de alcançar alguma coisa diferente na vida.

  • As Horas — Michael Cunningham

O romance que ganhou um Pulitzer intercala a história de três mulheres (uma delas, a escritora Virginia Woolf) e suas relações com depressão, ansiedade e suicídio.

  • O Demônio do Meio-dia: uma Anatomia da Depressão — Andrew Solomon

O livro é considerado uma das maiores referências quando o assunto é depressão. Nele, o jornalista e escritor resolveu investigar a própria doença a fundo, entrevistando especialistas e outras pessoas deprimidas. O panorama é completo, desde questões éticas e morais a tratamento e impacto da doença em várias populações. O livro venceu o National Book Award e foi eleito um dos melhores 100 dos anos 2000 pelo jornal britânico The Times.

  • Meus tempos de ansiedade: Medo, esperança, terror e a busca da paz de espírito: Entre o depoimento pessoal de ansioso e uma pesquisa científica ampla — Scott Stossel

O livro pinta um retrato esclarecedor do distúrbio mental mais comum da atualidade.
No dia de seu casamento, Scott Stossel viveu os momentos mais aterrorizantes de sua vida. Ele não foi deixado pela mulher no altar nem mudou de ideia na última hora. Tudo aconteceu nos conformes, exceto pelo fato de que ele passou a cerimônia tremendo de pavor e encharcado de suor. Na noite que deveria ser a mais importante e especial de sua vida, ele só pensava na morte, em desaparecer: ele não estava lá.
A partir de sua própria vivência da ansiedade, o editor da revista Atlantic investiga essa doença que, se não existia como categoria diagnóstica 35 anos atrás, hoje é o mais comum distúrbio mental oficialmente classificado. Embora seja generalizado, o mal permanece uma incógnita, muitas vezes mal compreendido. Trata-se, afinal, de um estado espiritual, um distúrbio neuroquímico, um trauma psicológico? Entre o relato íntimo e a exposição de argumentos de autoridade, o autor nos oferece uma história de todas essas perspectivas, da médica à filosófica, das mais remotas às contemporâneas.
Stossel revela ainda as várias formas de tratar a ansiedade e administrar seus efeitos incapacitantes. Eliminá-la, como mostra o autor, seria impossível, e talvez até prejudicial: afinal, o que seria do homem sem inquietações? “Enfrentar e compreender a ansiedade”, nos diz Stossel, “é enfrentar e compreender a condição humana”.
Seja para estudar, para se informar, por prazer ou para se sentir mais confortável, conectado com algo que possa fazer a mente viajar em mundos que não conhece, histórias e vidas maravilhosas, a leitura também pode ajudar com a ansiedade controlando a respiração e mantendo os pensamentos que trazem para um “local” mais calmo, tranquilo e de relaxamento. O autoconhecimento inicia com a aproximação de você com você mesmo, a sua companhia, a conversa consigo mesmo nessa meditação focada que é a leitura.
 
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