Antes de falar do poder dos neurônios, vamos desmitificar alguns equívocos sobre o nosso cérebro, que geralmente é associado aos músculos do corpo humano, sendo em alguns casos até tachado como uma espécie de versão aprimorada deles. A metáfora é boa, mas é usada com uma frequência que em alguns casos mais confunde do que instrui.
Bem, tecnicamente falando, ao menos, classificar o cérebro como um músculo não poderia ser mais errado. Embora até seja constituído por uma forma de tecido, do tipo conjuntivo, ele nada tem a ver com o tecido muscular. Trata-se de uma fibra nervosa que não é mais do que uma prima bastante distante da fibra muscular.
Sanado o motivo da confusão, a metáfora tem seu valor por ensejar a ideia de que, à semelhança dos músculos, o cérebro também pode ser “malhado”, isto é, exercitado até que adquira um “físico” mais bem preparado para os desafios que assume. Como outros órgãos, pois não se trata de uma exclusividade dos músculos, ele pode ser condicionado a melhores performances, aprimorando suas características, superando suas eventuais falhas e oferecendo respostas mais satisfatórias às questões que encontra pela frente.
Ponto para quem viu nesse itinerário uma grande similitude com nós mesmos e nossas capacidades sempre sujeitas a melhorias. Pois é disso mesmo que se trata. Esse é o ponto que desperta mais fortemente a sensibilidade de um coach e as razões são óbvias demais até para quem é um total novato no ramo. Como um especialista em desenvolver potenciais e fazer com que eles aflorem para além até das expectativas do coachee, o coach pode e deve concentrar seu enfoque no cérebro do seu cliente.
Tonificar esse órgão corresponde a trabalhar no coachee potencialidades que ele desconhecia, desenvolvendo competências ao ponto inclusive de expandir a capacidade cerebral, o que não chega a ser fácil, porém guarda léguas e léguas de distância de ser algo impossível. Levando adiante a analogia mencionada acima, é possível, sim, criar uma cadeia de exercícios que estimulem a atividade cerebral, aprimorem funções específicas, fortaleçam as ligações que conduzem às respostas e os resultados desejados, enfim, exercícios que azeitem a máquina. Assim, é criado um atalho no caminho e se chega mais facilmente à superinteligência de que falamos desde o título.
Os Neurônios e Seu Papel Essencial!
Por atalho, aliás, podemos entender em linhas gerais os mecanismos que exacerbam as funções do que concebemos como sendo a nossa cachola. Por mais minúsculas que sejam; as sinapses, ligações elétricas estabelecidas pelos neurônios, percorrem certas distâncias dentro do cérebro. Na pesquisa em seus próprios arquivos que nossa cabeça faz quando está em busca de uma informação ou resposta, um neurônio x vai até o neurônio y, z ou w.
Na prática, exercitar o cérebro corresponde a fazer com que surjam atalhos para diminuir a distância a ser percorrida pelas sinapses, diminuindo o tempo de resposta e aumentando a capacidade cerebral. A rede de caminhos, por assim dizer, já é bastante extensa. Afinal, os pontos físicos das instalações, isto é, os neurônios, são por volta de 86 bilhões em um cérebro humano adulto.
E as suas ramificações, as ligações que os neurônios mantêm entre si, são contadas na multiplicação exponencial desse número de neurônios. É conta para entornar calculadora científica. Haja equipe da manutenção nessa rede! Mas o melhor dessa história é que, uma vez estando lá, eles sabem muito bem o que fazer e não cabe a nós gerenciar toda essa turma.
Nosso trabalho se resume a dar todas as condições para que eles desempenhem suas respectivas funções de modo adequado. Trabalhar para que eles tenham melhores capacidades para produzir é algo que podemos nos comprometer a realizar. E o beneficiado por essa tarefa, que nos traz a superinteligência, somos nós mesmos.