Nos últimos dias, a internet foi invadida por uma série de notícias envolvendo o jogador Neymar. Longe dos gramados, o enfoque foi na vida financeira do atleta, que, segundo fontes, teria perdido 1 milhão de euros (mais de 5 milhões de reais) em apostas online, em poucos minutos.
A fortuna do craque, no entanto, nunca esteve melhor. Tudo foi uma grande ação de marketing envolvendo o jogador e o site de apostas Blaze, do qual é embaixador. Nas redes sociais, Neymar abriu uma live em que experimentou os diferentes jogos do site e “perdeu” 1 milhão de euros na roleta. Simulando desespero, ele ainda brincou com a situação, mas a sua assessoria posteriormente esclareceu que tudo era uma ação de marketing.
Independentemente do contexto em que a situação veio à tona, o fato é que não podemos negar que o Brasil e o mundo têm vivenciado uma forte onda de apostas online. As plataformas digitais voltadas a esses jogos se proliferam e têm chamado a atenção. Afinal de contas, por que tanta gente é viciada em apostar? Acompanhe-nos na reflexão a seguir!
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Por que os jogos de apostas e apostas online são tão atrativos?
O conceito de jogo é naturalmente atrativo para qualquer ser humano. A competitividade está enraizada no nosso DNA, possivelmente como um mecanismo evolutivo. Os homens das cavernas mais competitivos conseguiam sobreviver e transmitir os seus genes às gerações seguintes. Talvez seja por isso que a humanidade, tal como a conhecemos atualmente, seja tão ávida por jogos e pela vitória.
Hoje em dia, porém, não precisamos mais ser tão territorialistas como na pré-história. Todavia, a competitividade se manifesta de diferentes maneiras, como nos esportes, nas brincadeiras, nos games e, mais recentemente, nas apostas online. Na sequência, você vai conferir os principais motivos que explicam o “sucesso” desse tipo de jogo na atualidade.
Possibilidade de ganhar dinheiro
O dinheiro fácil é um argumento extremamente forte no mundo atual. Sabendo como é difícil e lento prosperar pelas vias tradicionais — o estudo, o trabalho e o empreendedorismo —, sempre há aqueles que tentam cortar caminho. Apostar em jogos e em equipes esportivas representa a possibilidade de ganhar uma quantia elevada sem muito esforço, o que pode ser muito sedutor para várias pessoas.
Estímulos cerebrais
Sim, o seu cérebro também é ávido por emoções. Os jogos de apostas mexem com uma série de neurotransmissores, como a adrenalina e a dopamina, que geram tensão, mas também despertam prazer, felicidade e euforia. Essas sensações agradáveis fazem com que as pessoas que jogam queiram sempre ganhar mais, afinal de contas, esses mesmos neurotransmissores estão associados ao desenvolvimento de vícios em geral. Sim, é uma dependência como qualquer outra!
Socialização
Muitas vezes, os jogos e as apostas são um meio de socialização. As pessoas que mergulham nesse meio acabam conhecendo outros jogadores e criando laços de amizade com eles. Mesmo em meio a tantas desvantagens, as apostas acabam sendo uma ferramenta de socialização, ainda que digital, o que é particularmente atrativo para os jovens, que desejam ser aceitos por grupos.
Variedade
Quem adentra o universo dos jogos online e o mundo das apostas em geral percebe a variedade de games que existem. Qualquer coisa pode virar aposta: o campeonato brasileiro de futebol, as medalhas olímpicas de um país, corridas de cavalos, o sexo de um bebê, e por aí vai. Além disso, baralhos, dominós e roletas de cassinos têm as suas versões online, alimentando a variedade de opções.
Acessibilidade
Por fim, não podemos deixar de citar como é fácil apostar. Antigamente, era preciso ir a uma casa de apostas ou de jogos para entrar nesse meio. Hoje em dia, porém, qualquer pessoa com acesso à internet está a poucos toques de apostar em algo, por meio do próprio celular. A qualquer hora do dia e da noite, todos podem experimentar os prazeres e os riscos de apostar.
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Quais são os riscos dos jogos de apostas e apostas online?
Acima, você conferiu os motivos que têm feito com que tantas pessoas se aventurem pelos jogos online e pelos sites de apostas. Agora, porém, precisamos revelar o lado B da situação, que não é tão glamoroso assim. Conheça os riscos envolvidos.
Problemas de saúde mental
Conforme citamos, os jogos e apostas mexem com neurotransmissores importantes, como a adrenalina e a dopamina. O problema é que o estímulo cerebral excessivo provocado por esses neurotransmissores pode desequilibrar a química do órgão, o que, em alguns casos, pode levar o indivíduo a quadros de estresse, depressão e transtornos ansiosos.
Dependência
Vivenciando esses sintomas desagradáveis, a pessoa provavelmente vai querer jogar e apostar cada vez mais em uma tentativa de recuperar o ânimo e a alegria. Temporariamente, ela vai melhorar, mas vai perceber que esse bem-estar está diretamente associado ao comportamento de jogar e apostar. Em outras palavras, a pessoa fica viciada, desenvolvendo uma verdadeira dependência por jogos, o que abre as portas de problemas em várias outras áreas da vida.
Riscos financeiros
Um dos efeitos desse vício é a perda do contato com a realidade. Mesmo após uma série de derrotas, a pessoa sempre acredita que poderá ganhar a próxima rodada. Assim, acaba por comprometer o que tem e o que não tem, em termos de dinheiro e posses. Em longo prazo, endividamento, desemprego e falência podem ocorrer, prejudicando ainda mais o já delicado quadro mental do indivíduo.
Problemas de relacionamento
Se uma pessoa apresenta dependência de um comportamento, prejuízos na sua saúde mental e riscos financeiros graves, ela pode afastar as pessoas ao seu redor. Perde amigos, perde emprego, perde namorados e pode perder até o apoio dos familiares. Além disso, é comum que as pessoas viciadas em algo percam o interesse por outras atividades. Um viciado em jogos pode não querer mais estudar, trabalhar, socializar, enfim, fazer outras atividades, tendendo ao isolamento.
Desonestidade e riscos legais
Por fim, esse tipo de comportamento pode potencializar, em algumas pessoas, a desonestidade, em que o indivíduo recorre a meios ilícitos, como roubo e fraude, para financiar o seu hábito de jogo. É por isso que, em várias localidades, há proibições ou restrições a esse tipo de jogo, podendo levar o infrator ao pagamento de multas ou até a prisão.
O que fazer?
Diante do exposto, entendemos que estamos diante de um problema com potenciais graves. Por isso, é importante pensar nos meios de prevenir e tratar aqueles que já estejam vivenciando as consequências drásticas da dependência por jogos e apostas.
Ajuda especializada
Diante de um quadro de dependência por jogos, é fundamental auxiliar a pessoa a procurar ajuda especializada. Médicos psiquiatras e psicoterapeutas contam com as medicações e terapias necessárias para ajudar o indivíduo a superar esse vício. Aos poucos, a pessoa percebe que não precisa daquilo para se sentir bem, mas trata-se de um processo longo e que exige muita determinação.
Jogadores anônimos
Existem iniciativas paralelas que também ajudam as pessoas na superação desses problemas. É o caso do JA (Jogadores Anônimos), que, nos mesmos moldes do AA (Alcoólicos Anônimos), promove reuniões online e também presenciais (em algumas cidades brasileiras). A ideia é superar o jogo compulsivo, por meio dos tradicionais 12 passos. É o caso também do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico (Pro-Amjo) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Políticas públicas e publicidade
Por fim, também é preciso responsabilizar as entidades públicas e as próprias empresas do setor na promoção do chamado “jogo consciente”. A esse respeito, é necessário compreender que, apesar de serem atividades divertidas, os jogos e apostas não devem ser promovidos como uma fonte sólida de renda. Especialistas alertam que as pessoas que lucram nesse meio são raras exceções.
Por falar nos especialistas, alguns deles defendem que, além de regulamentar os jogos, também é necessário desenvolver políticas de prevenção e de saúde pública nesse âmbito, como é feito com o álcool e com as drogas legalizadas. Os relatos de compulsão por jogos têm sido assustadores, alcançando faixas etárias cada vez mais baixas.
Nas empresas, os sites podem exibir essas informações sobre o jogo consciente e até mesmo disponibilizar ferramentas de limitação do jogo: por tempo, por quantidade de apostas ou por perdas. Existe, ainda, a possibilidade de bloqueio ou de exclusão do usuário.
O tema do vício em jogos e apostas online não é exatamente novo, mas parece ter crescido de forma rápida e intensa nos últimos anos no Brasil e no mundo. É uma questão delicada, que, como pudemos perceber, pode afetar a vida do indivíduo em todas as suas áreas. Nesse sentido, fica o alerta para que a diversão não se torne dependência, afinal de contas, nem todo mundo tem 1 milhão de euros à disposição, como Neymar.
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