A definição de liderança é aprimorada e atualizada a cada dia, podendo ser diferenciada de acordo com o autor que a trabalha. Embora o papel de líder já exista desde as associações de artesãos em um período pré-revolução industrial, somente na metade do século passado a função passou a ter um papel mais presente na motivação e inspiração de todos os colaboradores. Conheça, a seguir, algumas abordagens e os pontos de congruência entre as principais teorias da liderança.
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Evolução do conceito de liderança
Embora existam estudos sobre liderança desde o início do século XX, quando a revolução industrial atingiu um certo grau de maturidade, foi somente no período posterior a Segunda Guerra Mundial, principalmente durante a década de 60, que o foco das ações de marketing saiu da produção e passou para o consumidor.
Sendo assim, até idos de 1960, a única função do líder, que nessa época era melhor caracterizado como chefe, era sentar em sua cadeira e lidar com as peças (funcionários) de uma engrenagem maior (empresa). Com isso, suas obrigações se dividiam em organizar, planejar, corrigir erros e controlar.
Essa grande mudança de paradigma aconteceu na década seguinte, quando as empresas passaram a focar mais em pessoas e menos em produção, refletindo no ambiente interno das organizações. Nos anos 70, passou a ser necessário a contribuição intelectual dos funcionários tanto quanto ou até mais que sua força braçal, em uma porcentagem que só aumentou com o passar do tempo.
Já no fim da década de 80 e início de 90, elementos como dedicação e motivação dos colaboradores começaram a ganhar cada vez mais importância na equação de sucesso de uma empresa. Essa evolução também teve grandes reflexos na liderança e forma com que os gestores lidavam com os colaboradores.
Principais teorias da liderança
Com a evolução do conceito de liderança, foram criadas diversas teorias para explicar os diferentes tipos de líderes, e quais as principais qualidades que um gestor precisa ter para conseguir que sua empresa seja bem-sucedida. Dentre elas, três se destacam mais:
Teoria dos traços
Considera que o indivíduo possui características natas de líder, não sendo possível o aprendizado da liderança ou aprimoramento das capacidades de liderança. De acordo com esta abordagem, as competências de liderança estariam atreladas às características físicas, cognitivas e sociais.
Teoria comportamental
Esta vertente abrange uma série de conceituações, sendo que as duas principais são:
Teoria dos estilos de liderança:
Conceituada pelo psicólogo Kurt Lewin, separa as lideranças entre estilos: Autocrático, Democrático e Laussez-faire. O primeiro modelo centraliza as decisões e ações do grupo, limitando-se a prover instruções de como o trabalho deve ser realizado.
O líder democrático, por outro lado, abre espaço para discussões e ações coletivas, incentiva a participação e fornece feedbacks para estimular o crescimento do colaborador e lhe atribuir a devida responsabilidade de seu cargo. Já o líder Laussez-faire caracteriza-se pela atitude liberal, em que não interfere muito no trabalho dos colaboradores, atribuindo a eles as decisões relativas ao próprio trabalho.
Teoria do Grid Gerencial
Elaborada pelos pesquisadores Blake e Maouton, da Universidade Ohio, demonstra graficamente a propensão do líder a atribuir mais atenção às pessoas ou às tarefas.
Um eixo cartesiano com diversas posições determina o perfil dos líderes, das quais são tidas como essenciais:
- Liderança 1.1 – participação quase imperceptível do líder, que atua discretamente, realizando o mínimo para a manutenção do seu cargo;
- Liderança 1.9 – líder atencioso às necessidades do grupo e as suas próprias, propiciando um bom ambiente de trabalho, geralmente tendo boa aceitação entre os colaboradores;
- Liderança 5.5 – líder que percebe as características de cada funcionário e desenvolve uma forma de atuação social que o aproxima de seus colaboradores, tornando-se amigo e sendo muito popular na equipe;
- Liderança 9.1 – rigidez com controle dos processos e resultados, esta liderança exige muito de sua equipe e de si mesmo. Dificilmente acata outras opiniões e se decepciona quando seus planos não saem como esperado;
- Liderança 9.9 – manter a atenção às duas variáveis básicas do trabalho: pessoas e processos. Flexível e democrático, este líder não possui dificuldades em mudar seu posicionamento frente a novas oportunidades de sucesso e preza muito pela evolução de seus colaboradores.
Os autores consideram a liderança 9.9 como a ideal, pois abrange os dois aspectos essenciais ao sucesso da organização.
Teorias Contingenciais
Avaliam o ambiente em que a liderança é exercida, bem como as ações dos líderes e dos liderados. Dentro desta abordagem, vale destacar a teoria do Modelo de Participação do Líder, de Vroom e Yetton (1973), que considera essencial a participação dos liderados para alcançar os propósitos da organização.
A eficácia da gestão do líder é avaliada de acordo com a influência que ele exerce sobre sua equipe, cabendo a ele próprio definir o nível ideal desta influência, o estilo de sua liderança e quanto deseja que os colaboradores participem das decisões.
O modelo apresenta oito questões nas quais o líder deve se ater: qualidade técnica da decisão, comprometimento do colaborador com a decisão, nível de conhecimento do líder acerca da decisão a ser tomada, atual estado de evolução de um problema, nível de comprometimento dos colaboradores liderados, grau em que colaboradores compartilham as metas da organização, constatação da existência de conflitos na equipe e avaliação sobre a quantidade de informações que os colaboradores possuem — se são suficientes ou não.
Pontos comuns entre as teorias
Mesmo com as diferentes abordagens, podemos perceber que há dois aspectos comuns a todas as teorias de liderança apresentadas. São elas:
- A liderança é inerente a um grupo de pessoas, e determinados traços de um indivíduo o farão se destacar e tomar à frente da situação;
- Liderar é exercer influência sob outras pessoas, conquistar sua lealdade e direcionar seus esforços à consecução dos objetivos da organização.
Conceito de Coaching aliado ao desenvolvimento da liderança
O Coaching é uma metodologia de aprimoramento e desenvolvimento humano que, por meio de suas técnicas e ferramentas, propicia ao indivíduo um salto na performance profissional. O processo se aplica também no desenvolvimento da liderança, acrescentando conhecimentos relevantes e únicos para uma gestão assertiva.
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Imagem: Por fizkes
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