Emagrecer. Um verbo que sempre aparece nas listas de resoluções para o ano seguinte, nas segundas-feiras em muitas agendas, nos murais de desejos e nas conversas em geral.

Perder peso não é uma tarefa simples, e precisa ser realizada com acompanhamento de profissionais da saúde para que ninguém recorra a métodos extremos, que possam criar novos problemas, ao invés de solucioná-los.

Emagrecer é também um exercício de inteligência emocional.

O emagrecimento e as emoções

Muitas das pessoas que manifestam o desejo em emagrecer precisam de uma revisão de seus hábitos alimentares. O consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar, a dificuldade em ter horários para alimentar-se, a rejeição aos alimentos de maior riqueza nutricional e a desmotivação em praticar atividades físicas são os principais obstáculos a serem superados.

Frequentemente, esses itens são, na verdade, sintomas de outros problemas, de origem emocional, como depressão, ansiedade, solidão, estresse ou algum tipo de frustração ou conflito. Eles são os gatilhos para o início de um comportamento compulsivo, em que a pessoa utiliza a alimentação para compensar suas dificuldades emocionais.

A alimentação por impulso pode acontecer porque a quantidade de alimentos é excessiva ou porque a escolha dos alimentos a serem consumidos não é das mais saudáveis. Por isso, cuidar da saúde mental e emocional é fundamental para alimentar-se com mais consciência e, consequentemente, conseguir emagrecer.

Consciência emocional

Como se diz popularmente, é preciso comer para viver, e não viver para comer. As pessoas devem, desde a infância, entender que a alimentação é um processo para manter a vida, por meio dos nutrientes que existem nos alimentos. É possível sentir prazer nesse processo, mas não a ponto de utilizá-lo como uma compensação sobre os conflitos emocionais.

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Por isso, o primeiro passo para superar essas questões é a consciência emocional, ou seja, refletir sobre o que você está sentindo. Você está comendo porque é preciso e porque é prazeroso, ou para acalmar uma mente ansiosa ou depressiva?

O segundo passo é a inteligência emocional, isto é, a administração de suas emoções e de suas atitudes em relação a elas. É assim que as pessoas conseguem refletir antes de abrir a caixa de chocolates apenas porque tiveram um dia difícil. Elas se lembram do quanto isso pode ser prejudicial à sua autoestima e à sua própria saúde, deixando de comer por impulso.

É uma atitude difícil, especialmente no calor das emoções. Porém, quanto mais conseguirmos manter a disciplina alimentar, mais o cérebro a adotará como hábito, em substituição ao comportamento compulsivo.

Alguns questionamentos

Reflita:

  • O que você sente antes de se alimentar? Estava triste, ansioso ou raivoso?
  • Você se alimenta de maneira racional, ou usa os alimentos para aliviar situações de estresse, frustração, ansiedade ou tristeza?
  • Você escolhe os alimentos por sua preferência ou por seu valor nutritivo?
  • Você tem horários definidos para fazer suas refeições?
  • A quantidade de alimentos consumidos é sempre proporcional às suas necessidades, ou você comete exageros?
  • Quais são suas emoções após a refeição? Satisfação? Arrependimento? Culpa?

Muitos dos distúrbios alimentares surgem porque as pessoas colocam no alimento uma recompensa; algo que lhes dará prazer e amenizará suas dores emocionais. O cérebro, portanto, entende o alimento como uma solução aos problemas que estão sendo enfrentados.

É por isso que se afirma que o emagrecimento começa na mente. O indivíduo precisa passar por uma reprogramação de suas emoções para que se alimente com escolhas mais saudáveis, pensando em sua saúde física, e não como escape para suas questões emocionais.

Lembrando que existe tratamento adequado para problemas como depressão, ansiedade, estresse, dificuldade em lidar com a solidão, problemas de relacionamento e necessidade de ser aceito.

Em contrapartida, a alimentação compulsiva, o álcool, a droga ou qualquer outro vício são fatores que iludem o cérebro, fazendo-o acreditar que o problema está sendo solucionado, quando, na verdade, outros ainda mais complexos estão surgindo. É a emoção dominando a razão.

Contudo, é perfeitamente possível recodificar a mente, incluindo outras fontes de prazer em sua vida, sem que a comida seja essa “válvula de escape” para suas dificuldades emocionais.