Em uma definição possível, o coach faz o papel de aglutinador. Mais ou menos como em uma receita culinária, a tarefa por ele realizada consiste em “misturar para que se forme uma massa homogênea”. Acredito que poucas expressões conseguem descrever tão bem o trabalho cotidiano do coach como essa. Em se tratando de Coaching Group, isso fica ainda mais evidente.
O Coach Aglutinador e seu Papel no Coaching e no Mundo!
O coach é “aquele que aglutina”, quem ousa ir além dos níveis anteriores para incluir senso de significado de pertencimento. Nesse caso, o limite do trabalho em Coaching ultrapassa a dimensão do eu para chegar ao grupo, com a finalidade de reconectar o coachee a um contexto mais alargado, com os contextos aos quais ele está inserido. Ele realmente identifica o que não está tão amalgamado e aproxima esses grupos, equilibrando-os.
Não é necessário que o coach busque elementos muito distantes para conseguir esse efeito, basta que ele trabalhe com a essência do coachee e com a atribuição de significado em cada um dos contextos trabalhados. É necessário, para tanto, uma sólida visão sistêmica, pois também é trabalho do coach chamar a atenção do coachee para pertencimentos que não agregam em sua vida e no seu processo em busca das metas acordadas no Coaching.
Ou seja, cabe o coach não só agregar indefinidamente. É também uma parte da sua atribuição chamar atenção para a necessidade de certa desagregação quando ela se faz necessária, estimulando o coachee a se atentar para aqueles vínculos e pertencimentos que vão de encontro às metas buscadas. Se saber onde e com quem filiar-se é uma competência fundamental a um coach, cabe também lembrar que saber onde e de quem se desincompatibilizar é também uma habilidade muito desejável.
Caso haja resistência do coachee para se ver como pertencente a grupos importantes como a família, o coach deve buscar a permissão interna do coachee para se ver pertencente a esses grupos. Não raro, os rompimentos com a família desequilibram a visão de grupo das pessoas, levando a problemas de relacionamento em todos os níveis. Nesses casos, é certo, tudo deve ser tratado com mais atenção.
Ressalto ainda que alinhar os propósitos individuais com os propósitos dos demais grupos é uma tarefa para depois de estarmos com os demais níveis em harmonia. Trabalhar o pertencimento sem que a identidade ou os comportamentos estejam equilibrados com o propósito de vida não surtirá o efeito desejado.
A atuação no Processo de Coaching
A primeira providência deve ser mesmo a de aparar as arestas, eliminar as pontas soltas e trabalhar aqueles espaços que parecem mais geradores de conflitos tanto na vida intrapessoal quanto nos núcleos interpessoais. De posse da visão sistêmica proporcionada pelo processo de Coaching, torna-se possível descobrir os campos mais sensíveis e que prioritariamente merecem soluções, antes mesmo de trabalhar para que o todo chegue ao nível desejado.
No âmbito empresarial, se o coachee entende que deve se reconectar à empresa em que ele atua, o coach trabalhará como esse aglutinador que reconecta as partes desse todo. Caso o coachee entenda que o melhor é se desligar desse contexto, o coach atuará em outros níveis no que concerne à sua atuação profissional, mas reforçará os laços entre o coachee e os demais grupos, para que esse consiga estar o suficientemente sustentado para uma recolocação profissional.
As ligações são uma parte fundamental da nossa vida, como bem mostram os nossos laços de pertencimento. Compreender que elas todas podem ter naturezas distintas, significados igualmente diferentes e até mesmo funções que variam entre si é acessar um patamar de sabedoria e autoconhecimento que casa muito bem com tudo aquilo que o Coaching Group pode nos promover.