Coach aglutinador apertando a mão de membro da equipe durante reunião

G-stockstudio/Shutterstock O Coach que aglutina é aquele que sabe unir a as pessoas à sua volta

Em uma definição possível, o coach faz o papel de aglutinador. Mais ou menos como em uma receita culinária, a tarefa por ele realizada consiste em “misturar para que se forme uma massa homogênea”. Acredito que poucas ex­pressões conseguem descrever tão bem o trabalho cotidia­no do coach como essa. Em se tratando de Coaching Group, isso fica ainda mais evidente.

O Coach Aglutinador e seu Papel no Coaching e no Mundo!

O coach é “aquele que aglutina”, quem ousa ir além dos níveis anteriores para incluir senso de significado de pertencimento. Nesse caso, o limite do trabalho em Coach­ing ultrapassa a dimensão do eu para chegar ao grupo, com a finalidade de reconectar o coachee a um contexto mais alargado, com os contextos aos quais ele está inserido. Ele realmente identifica o que não está tão amalgamado e aproxima esses grupos, equilibrando-os.

Não é necessário que o coach busque elementos muito distantes para conseguir esse efeito, basta que ele trabalhe com a essência do coachee e com a atribuição de significado em cada um dos contextos trabalhados. É necessário, para tanto, uma sólida visão sistêmica, pois também é trabalho do coach chamar a atenção do coachee para pertencimen­tos que não agregam em sua vida e no seu processo em busca das metas acordadas no Coaching.

Ou seja, cabe o coach não só agregar indefinidamente. É também uma parte da sua atribuição chamar atenção para a necessidade de certa desagregação quando ela se faz necessária, estimulando o coachee a se atentar para aqueles vínculos e pertencimentos que vão de encontro às metas buscadas. Se saber onde e com quem filiar-se é uma competência fundamental a um coach, cabe também lembrar que saber onde e de quem se desincompatibilizar é também uma habilidade muito desejável.

Caso haja resistência do coachee para se ver como pertencente a grupos importantes como a família, o coach deve buscar a permissão interna do coachee para se ver per­tencente a esses grupos. Não raro, os rompimentos com a família desequilibram a visão de grupo das pessoas, levando a problemas de relacionamento em todos os níveis. Nesses casos, é certo, tudo deve ser tratado com mais atenção.

Ressalto ainda que alinhar os propósitos individuais com os propósitos dos demais grupos é uma tarefa para de­pois de estarmos com os demais níveis em harmonia. Tra­balhar o pertencimento sem que a identidade ou os com­portamentos estejam equilibrados com o propósito de vida não surtirá o efeito desejado.

A atuação no Processo de Coaching

A primeira providência deve ser mesmo a de aparar as arestas, eliminar as pontas soltas e trabalhar aqueles es­paços que parecem mais geradores de conflitos tanto na vida intrapessoal quanto nos núcleos interpessoais. De posse da visão sistêmica proporcionada pelo processo de Coaching, torna-se possível descobrir os campos mais sensíveis e que prioritariamente merecem soluções, antes mesmo de tra­balhar para que o todo chegue ao nível desejado.

No âmbito empresarial, se o coachee entende que deve se reconectar à empresa em que ele atua, o coach trabalhará como esse aglutinador que reconecta as par­tes desse todo. Caso o coachee entenda que o melhor é se desligar desse contexto, o coach atuará em outros níveis no que concerne à sua atuação profissional, mas reforçará os laços entre o coachee e os demais grupos, para que esse consiga estar o suficientemente sustentado para uma reco­locação profissional.

As ligações são uma parte fundamental da nossa vida, como bem mostram os nossos laços de pertencimento. Compreender que elas todas podem ter naturezas distintas, significados igualmente diferentes e até mesmo funções que variam entre si é acessar um patamar de sabedoria e autoconhecimento que casa muito bem com tudo aquilo que o Coaching Group pode nos promover.