O comportamento humano é o objeto de estudo principal da Psicologia. Essa área do conhecimento concentra os seus estudos e as suas pesquisas em compreender as atitudes das pessoas e os fatores que as originam.
Mas por que as pessoas agem do jeito que agem? Será que elas são geneticamente programadas para serem como são? Será que os estímulos do meio determinam os seus atos? Foi refletindo com perguntas desse tipo que o psicólogo estadunidense Frederic Skinner e o neurologista russo Ivan Pavlov chegaram, respectivamente, aos conceitos de “comportamento operante” e “comportamento respondente”.
Esses dois tipos de comportamento fazem parte da experiência humana e têm sido estudados e analisados ao longo do tempo. A ideia é estimular os indivíduos a agirem de forma saudável, motivados pela proteção das suas vidas e pela busca pela felicidade. Para compreender melhor o que esses termos significam, continue a leitura deste artigo!
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O que é o comportamento respondente?
Para entendermos melhor a ideia do comportamento operante (representado pela sequência: situação — resposta — consequência), vamos recorrer primeiramente ao conceito de comportamento respondente.
Também conhecido como “condicionamento clássico”, o comportamento respondente é representado pela sequência: situação — resposta. Ele foi difundido pelo médico, psicólogo e fisiologista russo Ivan Pavlov. Segundo essa teoria, os nossos comportamentos são sempre o reflexo de um estímulo anterior.
Para Pavlov, os nossos comportamentos são respostas aos estímulos do meio. Por exemplo, quando a temperatura do ambiente cai, nós percebemos a perda de calor e sentimos frio. O mesmo ocorre quando há uma incidência de luz direta sobre os nossos olhos, pois é aí que as pupilas se contraem. Caso contrário, se essas situações não existissem, não sentiríamos frio ou teríamos a nossa visão alterada, por exemplo.
Esse comportamento é considerado respondente porque não considera a história de aprendizagem do indivíduo, mas apenas as respostas automáticas do organismo. Segundo Pavlov, os comportamentos respondentes são importantes mecanismos de evolução das espécies.
Se os seres vivos, por exemplo, lacrimejam os olhos diante de uma substância potencialmente prejudicial à vista, as lágrimas protegem esses órgãos da ameaça identificada. Como os comportamentos desse tipo tornaram-se fundamentais para a sobrevivência das espécies, eles começaram a ser transmitidos de uma geração para a outra, melhorando a adaptação dos indivíduos ao meio — o que vai ao encontro dos conceitos de seleção natural e evolução.
É por isso que as pupilas se contraem ou se dilatam diante da exposição do indivíduo à luz, que o organismo aumenta a produção de saliva quando as pessoas veem um alimento, que os seres transpiram quando a temperatura do ambiente se eleva, entre outras respostas. São comportamentos desenvolvidos para ajudar os organismos a se adaptarem e a sobreviverem, de forma cada vez mais eficaz, no meio em que estão inseridos.
O que é o comportamento operante?
O Comportamento Operante, por sua vez, é um conceito desenvolvimento pelo psicólogo americano Frederic Skinner, um dos criadores da Psicologia Comportamental. Ele defende que as nossas condutas são respostas aos estímulos, positivos ou negativos, que recebemos e que levam a determinadas consequências. Esses comportamentos, portanto, seriam provenientes da relação entre nós e o ambiente.
O comportamento operante tem uma estrutura mais complexa do que a do comportamento respondente, sendo representado pela sequência: situação — resposta — consequência. Para Skinner, não é porque eu, por exemplo, esteja com um livro nas mãos que eu obrigatoriamente vou lê-lo na sequência. Essa ação só se dará se, em consequência disso, eu buscar algum aprendizado ou informação que aquele exemplar especificamente tem.
Isso quer dizer que não é apenas o estímulo (ambiente/contexto) que nos faz agir em determinada direção, mas o ganho que queremos obter com isso. Assim, se eu preciso ir a um compromisso importante, o que controla a minha escolha (ação) de dirigir ou de pegar um taxi até o local combinado é o resultado a que eu viso (fechar um negócio com cliente, rever um amigo, encontrar a namorada).
Essa analogia nos ajuda a perceber como, de diferentes formas, nós condicionamos os nossos comportamentos. Quando são operantes, o que nos condiciona é a consequência desejada que nos leva a uma ação determinada (em outras palavras, a motivação). Quando respondentes, apenas reagimos aos estímulos do ambiente. Entender essas diferenças é importante para compreendermos o nosso mapa mental e o modelo comportamental predominante.
Assim, o comportamento operante reflete a autonomia do indivíduo, os seus sentimentos, a sua capacidade de raciocinar e as consequências das suas ações sobre o meio ao seu redor. São processos de maior complexidade, em comparação aos comportamentos respondentes.
Os seres humanos são mais respondentes ou mais operantes?
Os comportamentos respondentes são respostas orgânicas automáticas. Já os comportamentos operantes são aqueles cujas respostas são refletidas e escolhidas com base em outros fatores. Resumidamente, o comportamento respondente é aquele em que nós apenas somos influenciados pelo meio, enquanto que o operante é aquele em que nós tanto somos influenciados pelo meio, como também o influenciamos com as nossas ações.
Portanto, é importante compreender que essas duas categorias de comportamentos são importantíssimas para a nossa adaptação e sobrevivência no meio em que vivemos, mas também para que possamos fazer escolhas conscientes, definir prioridades, estabelecer objetivos e agir efetivamente para concretizar essas metas.
Segundo os especialistas no comportamento, os seres humanos são complexos e dependem dessas duas categorias de comportamentos, embora apresentem mais comportamentos operantes do que respondentes. Skinner chegou a afirmar que se nós dependêssemos exclusivamente dos comportamentos respondentes, provavelmente a espécie humana não teria se desenvolvido de forma tão eficaz.
O desenvolvimento humano foca em qual desses comportamentos?
A psicologia, o coaching e as mudanças essenciais no comportamento humano são mais focados no comportamento operante, isto é, aquele que leva em consideração a capacidade que as pessoas têm de refletir e de fazer escolhas, com base nas suas motivações.
O comportamento operante não é automático e involuntário, como o respondente. Ele depende da capacidade de escolha e da autonomia de cada indivíduo. Assim, ele considera as motivações de cada pessoa para agir: fugir do sofrimento e buscar um estado de bem-estar. São comportamentos voluntários, que apresentam consequências positivas ou negativas. Essas consequências geram aprendizados que orientam o indivíduo nas suas próximas decisões.
Alguns desses comportamentos são saudáveis, enquanto outros são prejudiciais às suas vidas. Daí a importância dessas áreas do conhecimento para compreender as origens do comportamento humano e conduzir os indivíduos de padrões não-saudáveis para padrões saudáveis. Esses são os grandes desafios que o coaching, a psicologia e as demais áreas de estudo do comportamento humano têm pela frente!
E você, querida pessoa, tinha noção de que há dois tipos de comportamento influenciando diretamente as suas ações? O que tem feito para tornar os seus comportamentos operantes cada vez mais saudáveis? Deixe o seu comentário no espaço abaixo. Por fim, lembre-se de compartilhar este artigo por meio das suas redes sociais. Leve esta reflexão a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se interessar pelo tema!
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