Quando um jovem, de cerca de 30 anos, assume a presidência de uma empresa de grande porte, como uma multinacional, diz-se que ele está quebrando um paradigma, afinal de contas, está no maior cargo da organização, mesmo com pouca idade para isso.

Esse exemplo não é difícil de entender, mas, ao mesmo tempo, nos convida a uma reflexão mais profunda. Afinal, o que é um paradigma? Qual o significado da quebra dos paradigmas? Como esse processo ocorre? Se você também questiona o significado dessa expressão, confira o artigo a seguir.

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Afinal, o que é um paradigma?

Tomando como base o exemplo acima, o jovem que assume a liderança da empresa quebra aquele paradigma clássico de que o chefe da organização é sempre um homem acima dos 60 anos, repleto de experiência. Essa ideia clássica é um paradigma, ou seja, é um padrão convencionado pela sociedade.

Sempre que um conjunto de crenças, valores, hábitos e comportamentos é compartilhado pelas pessoas de uma determinada sociedade, adquirindo o status de padrão ou de modelo a ser seguido, ele é um paradigma.

Quer um exemplo mais prático? Por muito tempo, imperou na sociedade a ideia de que o indivíduo que faz tratamento com um psiquiatra é alguém “louco” ou fraco. Hoje em dia, porém, é sabido que qualquer pessoa que passe por um momento de depressão ou de transtorno de ansiedade, por exemplo, pode necessitar do auxílio desse profissional. Essa mudança de pensamento acerca da psiquiatria representa, portanto, uma quebra de paradigma.

O conceito de paradigma nas diferentes áreas do conhecimento

O conceito de paradigma aparece com significados distintos em várias áreas do conhecimento. Na ciência, por exemplo, um paradigma é uma solução-padrão para os problemas teóricos e experimentais que os cientistas encontram diariamente. Sempre que a comunidade científica adota um determinado conjunto de práticas, métodos e conceitos, ele torna-se um paradigma que norteia a pesquisa.

Na área de humanidades, os paradigmas correspondem às teorias mais aceitas ao longo do tempo, o que geralmente varia, dado que as humanidades não são exatas. Nesses casos, os paradigmas são as ideias mais aceitas na História, na Antropologia, na Economia e na Sociologia.

Na Filosofia, por sua vez, as definições de paradigmas sempre variaram de acordo com o filósofo em questão — como Platão, que entendia o paradigma como uma representação do mundo ideal. Por fim, na linguística, Saussure definia o paradigma como o conjunto de escolhas vocabulares que podemos fazer ao formar uma frase.

O paradigma social

Apesar da diversidade de definições que o conceito de paradigma apresenta, o mais conhecido das pessoas quando falam em “quebrar paradigmas” é o paradigma social. Ele representa um modelo definido pela maioria das pessoas de uma determinada sociedade. Trata-se, portanto, de uma visão de mundo coletiva, influenciada pela mídia, pela cultura e pela ciência.

Como as pessoas de uma sociedade estão sempre evoluindo e promovendo alterações em seus hábitos, valores, crenças e práticas, é natural que esse modelo a ser seguido também se altere. É por isso que o paradigma social está quase sempre em via de ser quebrado.

Quer um exemplo clássico? Por muito tempo, as mulheres não tinham direito ao voto. Antigamente, elas não trabalhavam fora de casa e eram vistas sempre com inferioridade em relação aos homens. Por isso, elas não eram consideradas na hora de eleger representantes, pois não eram classificadas como cidadãs do mesmo nível que os homens. Esse paradigma foi quebrado e, por mais que algumas desigualdades de gênero ainda existam, a mulher garantiu o direito ao voto.

O que significa quebrar paradigmas?

A definição mais atual de paradigma é a de um modelo mental, cujas crenças e métodos permitam que as pessoas organizem a sua realidade. Essa definição é dada por Thomas Kuhn, filósofo estadunidense.

Segundo esse filósofo, a quebra de um paradigma é, na verdade, a substituição de uma crença por outra, que seja mais adequada à realidade do momento. Ainda segundo Kuhn, esse processo ocorre em cinco etapas:

  1. Fase pré-paradigmática: diversas ideias circulam pela sociedade ao mesmo tempo;
  2. Fase paradigmática: uma ideia é selecionada pela maioria como o modelo a ser seguido. Ex: mulheres não têm a mesma importância para a sociedade do que os homens, portanto, não devem ter direito ao voto;
  3. Fase normal: o modelo definido impera sobre a sociedade, definindo as suas regras de forma hegemônica;
  4. Fase de crise: alguns grupos de pessoas passam a discordar do padrão definido, questionando se ele realmente faz sentido;
  5. Fase de revolução: as pessoas que estão fora do consenso lutam por suas ideias, até que o antigo paradigma seja deposto e um novo paradigma seja estabelecido. Ex: movimentos feministas pelo direto ao voto no Brasil, culminando com a autorização do voto feminino, em 1932.

Esse é o processo por meio do qual as ideias e os comportamentos das pessoas se renovam. É claro que, observando o esquema acima, tudo parece muito simples e linear. Contudo, essa mudança de paradigma é sempre um processo lento, longo e complexo. Os diálogos, as trocas de conhecimento, os estudos, as pesquisas e o poder do exemplo são as principais ferramentas que possibilitam essa quebra.

O medo da mudança e o coaching

Você pode estar se perguntando: mas por que esse processo é assim tão devagar? Os paradigmas são construções que se lapidam com o tempo. Por isso, todo elemento novo que é introduzido num sistema tradicional provoca estranhamento e medo. Isso acontece porque o cérebro gosta de padrões. Eles ajudam as pessoas a entender o mundo e a agir de acordo com as circunstâncias.

A mudança, no entanto, exige que o cérebro aprenda algo novo e adapte-se a novas realidades, o que não é fácil. Lembre-se de que esse poderoso órgão gosta de economizar energia e de nos proteger de tudo. Como o elemento novo é desconhecido, o cérebro o interpreta como uma ameaça, o que torna o processo de mudanças difícil e lento.

Contudo, se realmente desejamos conquistar algo de bom na vida, precisamos sair dessa chamada “zona de conforto”, onde as crenças antigas imperam. O problema é que, com o passar do tempo essas crenças ficam ultrapassadas, tornando-se limitantes.

Tanto as crenças limitantes da sociedade (como “mulheres não merecem votar”) quanto as crenças limitantes individuais (como “eu não nasci para ser rico” ou “eu nunca vou amar alguém de verdade”) precisam ser renovadas. Se não fosse pela mudança, todos nós estaríamos vivendo nos mesmos paradigmas de quando a humanidade surgiu — o que não seria muito legal, certo?

Assim, se você deseja quebrar paradigmas, acabar com as crenças limitantes e sair da zona de conforto (para enfim encontrar o seu sucesso e a sua felicidade!), procure um coach. Esse profissional oferece técnicas de definição de objetivos, planejamento estratégico e mudanças de comportamento que permitem que as pessoas vivam ao máximo, libertando-se de todas as amarras das crenças antigas.

Se o seu cérebro anda preguiçoso ou com medo de inovar — tanto na vida pessoal quanto na vida profissional — invista nas sessões de coaching. Elas são profundamente transformadoras. Um indivíduo que se permite passar por essa transformação fatalmente promoverá também mudanças positivas e significativas na sociedade. É assim que, juntos, podemos quebrar paradigmas e modificar o mundo em que vivemos!

Que a reflexão acima seja realmente transformadora em sua vida. E você, quais paradigmas individuais e sociais ainda precisa quebrar? Quais crenças limitantes você já superou? Relate a sua experiência com um comentário no espaço abaixo. Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo por meio das suas redes sociais!

Imagem: Por Kunst Bilder