Você já ouviu falar em arquétipos? Basicamente, eles são personagens ou símbolos que representam determinadas características e que são compartilhados por toda a humanidade. Alguns dos arquétipos que mais ficaram conhecidos na humanidade vêm da Psicologia Analítica, como o herói, o velho sábio e a criança inocente.

Arquétipos, portanto, são personagens-símbolo de determinadas características humanas. Nós os utilizamos com alguma frequência para avaliar as pessoas que fazem parte das nossas vidas. Além disso, também podemos reconhecê-los nos livros, nos filmes, nas telenovelas, nos desenhos animados e até mesmo nas campanhas publicitárias.

Os arquétipos e o inconsciente coletivo

Os Arquétipos são os padrões universais de energia, que despontam de nossos mitos e crenças e que exercitam a sua influência de modo invisível diante da maneira como as pessoas enxergam todos os aspectos das suas vidas. É essencial, para falar de arquétipos, mencionar e explicar o conceito de inconsciente coletivo.

De forma simples, inconsciente coletivo é a fração do inconsciente individual que se deriva da experiência antepassada da espécie, ou seja, ele contém material psíquico que não provém da experiência pessoal.

Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a Psicologia Analítica, faz a comparação do inconsciente coletivo com o ar — que não muda de localidade para localidade, isto é, é o mesmo em todo lugar — portanto, é inspirado e expirado por todos e não pertence exclusivamente a ninguém.

Desvendando os arquétipos

Os arquétipos se configuram como distintas formas de moldar uma escultura. Essa forma com que a escultura é moldada é o que estabelece se ela será: redonda, quadrada, retangular etc. Esses arquétipos originam as fantasias individuais de cada ser humano e também as mitologias de várias épocas.

PSC

Por exemplo, várias pessoas almejam um emprego dos sonhos. Pode-se dizer que isso é resultado de um arquétipo, da figura de pai e mãe ou de um irmão mais velho, pois, em todas as famílias, existe uma história de algum parente que ilustra a pessoa bem-sucedida, com um ótimo emprego.

Esse conceito se difunde cada vez mais pela sociedade e, mesmo que as pessoas não o reconheçam, sempre existe um desejo muito grande de encontrar o emprego dos sonhos, muito especial, que corresponda ao que esperam. Essa fantasia é bastante peculiar e individual, resultante de um mito que perpassa mundo afora.

Confusões envolvendo os arquétipos

Jung diz que o conceito de arquétipo é bastante confundido/mal interpretado, já que esse conceito não demonstra uma imagem ou teor definido, e, sim, uma parte simbólica, sujeita à interpretação. Partindo do mesmo exemplo anterior, além do emprego dos sonhos existe, também, o desejo de encontrar um emprego que seja o mais perto possível da perfeição. No entanto, o conceito de perfeição varia de pessoa para pessoa. Não existe uma fórmula definitiva.

Todos os arquétipos trazem consigo particularidades, tanto positivas quanto negativas. Por exemplo: uma pessoa pode querer ser um Bill Gates (magnata, filantropo, autor norte-americano, que se tornou conhecido após fundar, juntamente a Paul Allen, a Microsoft – a maior e mais afamada empresa de software do mundo).

Por outro lado, também existe uma imagem e um medo de que este vire uma celebridade e não possa mais sair às ruas, ou que a fama acabe com a morte sem ter aproveitado a vida pela falta de tempo para a vida social. Precisamos então, entender bem o que um arquétipo significa e identificar as melhores maneiras de utilizar essa representação ao nosso favor. Eles podem nos inspirar em alguns aspectos, mas jamais devemos permitir que eles nos definam ou nos rotulem. A experiência humana é muito mais complexa do que isso.

Os 12 arquétipos de Carl Jung

Segundo Jung, há 12 arquétipos existentes na humanidade. Cada um de nós tende a se identificar mais com um ou outro, mas podemos ter traços de vários deles. Lembrando que eles são representações de determinadas características da personalidade, mas que não totalizam um indivíduo.

1. O inocente: representa aquele indivíduo que deseja ser feliz e pertencer a um determinado grupo. Faz de tudo para agradar aos outros, o que pode ser compreendido como ingenuidade. É puro e bem-intencionado, pois evita o conflito o quanto puder. É otimista e sonhador.

2. O sábio: o sábio é aquela figura, geralmente representada por alguém mais velho, a quem todos recorrem à procura de conselhos. É alguém experiente, emocionalmente inteligente, que sabe transmitir conhecimentos aos outros. Metódico e detalhista, procura raciocinar de forma lógica para buscar a verdade.

3. O aventureiro: é o arquétipo daqueles que não têm medo de sair da chamada zona de conforto. Gostam do que é novo e entediam-se com facilidade. A coragem e a ousadia estão no seu DNA. Não gostam de rotinas e, por isso, transmitem a imagem de insatisfação constante. Procuram a liberdade e a independência.

4. O rebelde: um pouco parecido com o aventureiro, mas com pouco ou nenhum planejamento. O rebelde quer seguir o seu caminho sem dar muita atenção ao que os outros pensam ou às regras que lhe sejam impostas. Gosta de provocar, questionar e romper com o que é obsoleto. Pode sofrer com as consequências da impulsividade.

5. O mago: intuitivo e visionário, o mago é um contraponto ao sábio. Ele não se importa muito com a lógica dos fatos, mas sim com a intuição e a criatividade. Costuma representar a espiritualidade, a religião, a criação e a invenção. Tende ao idealismo e à solidão.

6. O herói: um dos mais clássicos arquétipos, o herói é o indivíduo corajoso que luta para defender as vítimas das injustiças, salvar os que sofrem e punir os maldosos. Busca o bem maior, geralmente defendendo uma causa específica. Com protagonismo, constantemente aparece nos cinemas, nos livros e nos esportes. Pode esbarrar na arrogância e na ambição desmedida.

7. O amante: é aquele indivíduo apaixonado, que faz de tudo para concretizar o seu amor. Artísticos, atraentes e sedutores em sua essência, procuram não apenas o amor, mas também a conquista dos seus objetivos, as amizades, o respeito, enfim, o encantamento de quem estiver ao seu redor. Precisa ter cautela para não esquecer-se da própria identidade.

8. O comediante: outra figura comum na ficção, o comediante é aquele indivíduo que leva alívio cômico às histórias. Engraçado, atrapalhado, leve, alegre, espontâneo e divertido, também é conhecido como o “bobo da corte”. Pode ser ingênuo e, por mais encantador que seja, não deve se esquecer das suas responsabilidades e do lado sério da vida.

9. O comum: realista e simples, não quer se destacar, mas sim pertencer. Gosta de ser útil, sem ser o centro das atenções. É representado pelo funcionário competente ou pelo vizinho prestativo. O seu grande desafio é lutar mais pelas suas ideias e convicções.

10. O prestativo: um pouco similar ao arquétipo anterior, o prestativo é aquele indivíduo que gosta de doar-se e de ajudar os outros. É solidário e empático. Tenta cuidar de todos com compaixão e altruísmo. No entanto, não pode esquecer-se de cuidar de si mesmo e não deve carregar o mundo nas costas.

11. O governante: é o arquétipo do líder, aquele que se destaca na multidão por suas competências, experiências, capacidade de comunicar-se com persuasão e clareza. Responsável, gosta de seguir as regras e tem necessidade de poder. Precisa aprender a delegar e ser flexível, combatendo a postura autoritária.

12. O criador: criativo, imaginativo, artístico e inovador. Esse arquétipo pensa naquilo que não existe e inventa. Gosta de propor mudanças em velhos padrões, recusando-se a permanecer na mesmice e na mediocridade. Contudo, precisa combater o idealismo puro e trazer as ideias para a prática.

Além dos arquétipos de Jung, há varias outras representações. Como você pode notar, eles são figuras facilmente reconhecíveis na sociedade, pois representam determinadas características da personalidade das pessoas. Apenas devemos ficar atentos para que esses arquétipos não anulem a individualidade de cada um. Eles são apenas representações, mas jamais esgotarão o universo que é um indivíduo.

E você, querida pessoa, se identificou com algum dos arquétipos acima? Qual? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!