Benjamin Franklin dizia que “tempo é dinheiro”. Os versos de Caetano Veloso, por sua vez, definem o tempo como “o compositor de destinos”; “um dos deuses mais lindos”. Cazuza nos lembrava de que ele não para.
De uma forma mais pragmática ou mais poética, o fato é que o tempo é valioso, e ninguém é imortal. Por isso, tanta gente termina o dia com a sensação de tempo perdido, mas a realidade é que as 24 horas de hoje foram as mesmas de ontem. O que falta é sabedoria para administrá-las.
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Tempo: um conceito complexo
Você já percebeu que o tempo parece se esgotar rapidamente quando estamos fazendo uma atividade de que gostamos muito? As quatro horas de uma festa parecem passar muito mais depressa do que quatro horas no trabalho, não é mesmo?
Outro aspecto que as pessoas costumam citar é que, durante a infância, os dias, os meses e os anos pareciam muito mais longos. Entre os 8 e os 9 anos de idade, parecia existir uma diferença de tempo absurda. Os dias contados para a chegada do aniversário e do Natal, então, pareciam intermináveis.
Na idade adulta, porém, dá-se o contrário. A rotina sempre corrida, repleta de obrigações e compromissos, faz com que o tempo seja um recurso escasso. Como diz a música de Lulu Santos: “Hoje o tempo voa, amor. Escorre pelas mãos”.
Na verdade, o dia continua com as mesmas 24 horas de sempre, e o ano segue com seus 365 dias, com exceção dos anos bissextos, que nos dão um dia de brinde. A questão é que o tempo carrega consigo uma percepção psicológica e subjetiva. Essa percepção é cruel, pois nos leva a sentir que o que é bom dura pouco, e que o que é desagradável parece ser eterno.
O que podemos fazer é viver intensamente. Aproveitar ao máximo as horas felizes e suportar as horas difíceis, sem perder a noção de que elas também nos trazem valiosos aprendizados. Entre passado, presente e futuro, cada um deve ocupar o seu espaço, sem maior ou menor importância do que de fato merecem.
Passado: o conhecimento que vem da experiência
Passado. Nostalgia. Saudosismo. Olhar para trás apresenta as suas vantagens e desvantagens. Quando pensamos na infância, refletimos sobre um período de inocência, de descobertas diárias, de aprendizado constante. Na adolescência e no início da idade adulta, surge uma nova fase, marcada por mudanças físicas e psicológicas, por estudos, por carreiras em início e por um entendimento mais profundo sobre o funcionamento do mundo.
É claro que no passado também estão muitas dores, arrependimentos e erros. No entanto, se as pessoas não cometessem esses erros no passado, talvez elas não tivessem conseguido o que conseguiram hoje em dia. Por isso, o passado é um lugar de referência, que nos permite identificar as atitudes que deram certo, mas também aquelas que não surtiram bons efeitos, de modo que adotemos uma nova postura — que nos conduza a resultados mais felizes.
Não podemos viver no passado. Como o próprio nome sugere, ele passou e não pode mais ser alterado. Entretanto, isso não anula a sua importância. A história de uma pessoa, de um povo, de uma empresa, de uma nação não pode ser ignorada. Ela consiste numa trajetória de evolução e aprendizado, que nos trouxe ao momento atual.
Se o tempo passa, às vezes vale a pena olhar para trás, de modo que nos lembremos de nossa essência, de nossas raízes, de nossas forças e de nossas capacidades de superar adversidades.
Presente: o foco de nossos pensamentos e ações
Se o passado já passou, e o futuro ainda não chegou, isso quer dizer que o foco de todos os nossos pensamentos e ações deve ser o presente. O momento presente é a única coisa que existe de verdade. Ele é o único período que temos para, de fato, fazer alguma coisa.
É claro que o nosso passado nos trouxe até aqui. Contudo, os rumos de nossa vida dependem do aqui e do agora. Se você deseja ressignificar a sua história e adentrar novos caminhos, o presente é o momento para fazer isso.
Uma mente focada no presente consegue ser muito mais produtiva e feliz. Quem vive no passado se esquece do presente. Quem vive no futuro, também, pois mergulha num universo de ansiedade que impede que o indivíduo valorize os nos momentos felizes que estão ali, bem debaixo do seu nariz.
As escolhas, as ações, as decisões, os pensamentos — tudo isso deve ser feito no momento presente. Ele determina o nosso futuro. Ninguém pode colher sem antes ter plantado. Se você não semeou nada no passado, faça diferente no presente, de modo que possa “colher” um futuro mais feliz.
Futuro: um universo de possibilidades
O futuro representa aquele período que ainda não chegou, onde residem as nossas esperanças e as consequências de nossos atos do presente. Viver com a mente totalmente no futuro não é algo saudável, pois a ansiedade prejudica a nossa saúde e nos impede de perceber a felicidade que já é possível viver no tempo presente.
Muitas pessoas colocam todas as suas esperanças de ser feliz no futuro. No entanto, cada fase da vida, cada idade e cada época tem suas vantagens e desvantagens. Todos nós podemos vivenciar um futuro incrível, mas precisamos ter em mente que isso só será possível se fizermos, no presente, algo que nos permita receber essas consequências positivas.
Precisamos planejar o futuro, e fazemos isso a todo instante. Anotar os compromissos na agenda, fazer uma lista de compras, pedir alguém em casamento, orar, cuidar da saúde, administrar o dinheiro — você já percebeu que todas essas atitudes são maneiras de planejar um futuro melhor? No entanto, percebeu também que todas essas atitudes dependem do que você faz agora?
Resumidamente, concluímos que o passado é uma valiosa fonte de experiências e conhecimentos adquiridos. O futuro é um universo de possibilidades e esperanças. A ponte entre a sabedoria e a concretização dos nossos sonhos, porém, é o presente; é a atitude; é o agora.
“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem”
A frase acima é de autoria do escritor francês Marcel Proust. Ela reforça a ideia de tempo psicológico, ou seja, de que o que determina a lentidão ou a rapidez com que as horas passam depende, na verdade, das nossas emoções e das nossas atitudes.
Que a sua vida seja repleta de horas e dias felizes, daqueles que parecem passar bem rápido. Mas que você tenha a sabedoria de contemplar cada segundo com intensidade e paixão pela vida.
Lembre-se sempre de consultar o passado como fonte de conhecimento e de planejar o futuro para colher bons frutos. No entanto, jamais se esqueça de viver no tempo presente: é nele que estão a sua felicidade e as suas atitudes, que podem, certamente, te aproximar de seus objetivos na vida.
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