Ao longo dos anos, das décadas e até mesmo dos séculos, a humanidade identificou que as pessoas apresentam determinados comportamentos parecidos, mesmo em diferentes países. Todo mundo conhece alguém que pode ser classificado como “o sábio”, “o rebelde” ou “o herói”, não é mesmo?

Essas classificações típicas não passaram despercebidas pelo olhar analítico do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Jung. Nos seus estudos, ele desenvolveu 12 arquétipos, ou seja, 12 personagens que representam o comportamento das pessoas em sociedade. Assim, cada indivíduo tende a se reconhecer mais em 1 ou 2 arquétipos, com base nos traços predominantes da sua personalidade e nas suas atitudes.

Quem é o rebelde?

Um desses 12 arquétipos é bastante conhecido: o rebelde. Trata-se do arquétipo daqueles que se rebelam contra um sistema vigente, questionando as regras que, na sua visão, limitam a sua liberdade de agir e de ser quem são. “Fora da lei” ou “vivendo no limite” são títulos fáceis de atribuir a esses indivíduos.

O objetivo dos rebeldes é a revolução, ou seja, derrubar o que não está funcionando, em busca de liberdade, justiça e até mesmo vingança. As atitudes dos rebeldes podem chocar a sociedade. A sua grande fraqueza é que os meios pelos quais desejam alcançar os seus fins sejam motivo de punição.

Quais são as principais características desse arquétipo?

Confira, na sequência, os 7 traços dominantes no arquétipo rebelde.

1. Conhecimento das regras

Os rebeldes são indivíduos que não concordam com as regras. Por isso, desejam quebrá-las, sabotá-las, ignorá-las, modificá-las ou aboli-las. Contudo, antes de tomar qualquer decisão, precisam compreender bem as regras que tanto os incomodam.

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Ao contrário do que muitos pensam, um rebelde precisa ter um lado racional desenvolvido, pois ele precisa compreender com clareza o sistema contra o qual quer se rebelar — caso contrário, a sua atitude vira “rebeldia sem causa”, enfraquecendo a sua credibilidade. Por isso, todo rebelde precisa compreender a realidade em que está inserido, antes de questioná-la.

2. Desobediência às regras

Depois de adquirir um bom entendimento sobe o sistema, os rebeldes começam a desobedecer às regras que o compõem, por não concordar com elas. Eles questionam se todas essas leis e normas ainda fazem sentido, especialmente se estiverem beneficiando apenas um grupo de pessoas.

Se pensarmos em grandes momentos da história, como a Revolução Francesa, perceberemos que eles foram conduzidos pelo arquétipo da rebeldia. Ideias como liberdade, igualdade e fraternidade a todos os cidadãos — o que hoje parece óbvio — estiveram, um dia, restritos à minoria.

3. Sede de independência e liberdade

O arquétipo do rebelde é o que mais representa a vontade de ser um espírito livre, vivendo a vida de acordo com os seus próprios valores, e não de acordo com as regras que a sociedade determina.

São indivíduos que questionam, por exemplo: quem disse que uma mulher precisa ser mãe para ser feliz? Quem disse que um homem não pode amar outro homem? Quem disse que jogar futebol é coisa de menino? Diversas crenças reproduzidas por muito tempo na sociedade começam a ser questionadas e contrariadas por aqueles que se sentem ofendidos ou excluídos por elas. É por isso que o objetivo do rebelde é a liberdade.

4. Luta por mudanças e justiça

Quando um rebelde deseja modificar as regras, na maioria dos casos, ele o faz por realmente desejar mudanças positivas. Uma revolução em nome do povo é aquela que é contra privilégios da elite, sendo que todo ser humano tem direitos básicos que devem ser respeitados.

Por isso, o que todo rebelde almeja com a sua desobediência às regras é a mudança. Ele contesta o jeito como as coisas funcionam hoje, de modo que possa encontrar um futuro mais favorável e justo a todos, e não apenas a um grupo social.

5. Ceticismo e questionamento

O arquétipo rebelde é bastante cético. Isso significa que ele não acredita em tudo aquilo que lhe dizem ou que lhe é imposto. Ele não aceita que imponham a ele um determinado estilo de vida, especialmente se esse estilo vai contra a sua essência. É o caso de alguém que cresce em uma sociedade ditatorial, mas que acredita que a democracia é o melhor modelo de governo, por mais que não seja perfeito.

Essa incompatibilidade entre os valores do indivíduo e os da sociedade que o cerca é o que o faz ser visto como rebelde. Assim, ele não acredita no que a sociedade impõe e começa a questionar as regras vigentes.

6. Momentos de predomínio emocional

Identificar uma injustiça e querer mudar a realidade é um movimento que demanda muita força. Essa força, contudo, pode acabar vindo mais da emoção do que da razão — e é aí que o rebelde pode perder a sua eficácia.

Por mais que os seus motivos sejam legítimos e que as causas defendidas façam sentido, os meios para lutar por elas não podem deixar a racionalidade de lado. Uma revolução que sai do controle e que começa a ser mais nociva do que benéfica tende a perder a razão e até mesmo o apoio popular.

7. Momentos de confusão entre justiça e vingança

Por fim, outra fraqueza dos rebeldes pode ser a confusão existente entre os conceitos de justiça e vingança. A luta por justiça deve ter com base, de forma óbvia, o fim da injustiça, trazendo a sociedade a um sistema igualitário, sem que haja prejuízo de uns em benefício de outros. Já o desejo de vingança consiste em o oprimido tomar o lugar do opressor, cometendo basicamente os mesmos erros contra o seu antagonista.

Essa confusão pode ocorrer e enfraquecer, por exemplo, movimentos de oposição política. Mudar as regras do jogo deve ser importante para tornar a sociedade mais justa, mas não para manter as injustiças, apenas mudando o lado dos times.

O arquétipo rebelde está entre os mais conhecidos, mas também entre os mais polêmicos. As suas causas e os seus princípios podem ser nobres, mas os seus métodos de atuação também precisam ser, de modo que a sua conduta não seja enfraquecida e perca credibilidade.

E você, ser de luz, se considera um rebelde? Por quê? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!