As buscas mencionadas anteriormente levam a uma vida equilibrada e significada. Contudo, não sentimos apenas um único equilíbrio, pois o estado de graça nos oferece diferentes tipos de equilíbrio em todas as áreas da vida.

Quando estamos em um estado desequilibrado, qualquer riqueza que adquirimos ou qualquer coisa que damos ao mundo não recebe a apreciação de vida. Podemos nos sentir bem no momento, porém a devida felicidade não dura a longo prazo. O desequilíbrio interno é o pior dos desequilíbrios. O mesmo pode acontecer quando damos ao mundo toda a oportunidade de criação de riqueza, mas o outro, que pode ser um familiar, cônjuge, amigo, colega de trabalho, não consegue dar valor. Isso mostra que a outra pessoa não está recebendo em estado interno de beleza.

Então, só receberemos de volta desapontamento e sofrimento. Por quanto tempo podemos continuar a fazer isso? O que acontecerá com a nossa saúde? O que pode acontecer com nossos outros relacionamentos? O despertar do estado de não sofrimento em nossa vida propicia um entendimento intelectual de tudo o que nos rodeia e o equilíbrio de não cair em nenhum extremo, de conseguir manifestar raiva quando necessário, mas também demonstrar amor e compreensão. Quando despertamos para o estado de não sofrimento, atingimos sete equilíbrios supremos:

O 1º equilíbrio é de certezas e dúvidas: nem verdades absolutas nem eternas dúvidas e suspeitas são boas. Assim, em um estado de graça, conseguimos ser mais flexíveis com nossas convicções, aceitando o ponto de vista do outro, e não duvidar de tudo o que o outro faz, o que só demonstraria insegurança e falta de confiança.

O 2º equilíbrio é de indulgência e julgamento: o poder de perdoar o outro e a nós mesmos é importante para uma vida equilibrada, isso constitui a indulgência, uma disposição para o perdão em todas as suas formas. A dificuldade de perdoar vem do nosso ímpeto de julgar. Quem julga busca culpados e punições, e isso desarmoniza nossa existência, pois assumimos um lugar que não é nosso, o de juiz. Perdoamos quando somos capazes de julgar com condições para reavaliar nossos julgamentos.

O 3º equilíbrio é de dominação e subserviência: dominar o outro é privá-lo de sua própria liberdade. Submetermo-nos ao outro é, em contrapartida, privar a nós mesmos de nossa liberdade. Quando atingimos o estado de graça, conseguimos perceber que a liberdade de ser é fundamental.

O 4º equilíbrio é de possessividade e indiferença: a posse é sinônimo de exercer poder sobre o outro e tem tudo a ver com a dominação. Já a indiferença é um sinal de desprendimento e de desprezo para com o outro. Nenhum dos dois polos deve ser levado a ferro e fogo, por isso, o caminho para a iluminação leva também à moderação desses dois sentimentos.

O 5º equilíbrio é de renúncia e buscas extremas: abrir mão de algo é sentir que ele não vale mais a pena. Já a insistência é não admitir que não haverá bons resultados. A estabilidade entre esses dois sentimentos é primordial para pararmos de buscar consequências sem percebê-las e de abdicar de coisas que ainda podem dar certo.

O 6º equilíbrio é entre a falta de cuidado e a obsessão por perfeição: quem não se condenou perpetuamente por um erro? Quem não deixou de ter a atenção necessária para fazer algo e resultou em um trabalho malfeito? A jornada do despertar leva ao reconhecimento de sua essência e de que ser perfeito é ser do jeito que você é. A questão desse equilíbrio é ter sempre cuidado o suficiente com todas as coisas.

O 7º equilíbrio é de análises e sínteses: muitas vezes, precisamos apenas aceitar as coisas como são. Tentar entender motivos, respostas e ações pode ser prejudicial quando em demasia. Dessa forma, iluminar-se também é levantar os braços e deixar a correnteza levar.

 

 

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