O otimismo faz parte do escopo da Psicologia, no entanto, ele tem criado em torno de si um grupo de pesquisas autônomas que reúnem também outros saberes. Somos otimistas. Alguns com genes privilegiados, como apontam os neurocientistas, outros aprendem a ser otimistas.
Segundo Kahneman, autor inglês, em seu último livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar”, a maioria das pessoas se acha mais competente do que realmente é, e percebe o mundo como mais benigno do que ele na realidade é.
Têm assim a impressão de que seus objetivos são mais facilmente alcançáveis do que de fato são. Além disso, achamos que nossa capacidade de prever o futuro é muito maior do que é efetivamente possível. O viés otimista, segundo Kahneman, o mais importante dos vieses cognitivos, está presente em todos nós.
O Poder do Otimismo
Pesquisas mostram que 80% das pessoas têm uma tendência natural para o comportamento positivo, e que ele protege de doenças, alimenta a autoestima e até melhora relacionamentos.
Vivemos rodeados de prognósticos preocupantes: a crise econômica mundial que perdura por anos a fio, especialmente Europa, mesmo em países latino-americanos e asiáticos; o crescimento do Brasil tem diminuído quase estagnado; a inflação volta a preocupar; os gastos domésticos sobem e a condição de vida não acompanha. Fora a corrupção que nos assusta cada vez que ligamos a TV no noticiário.
E a violência? Vamos falar da violência? Nada é animador. Mas, quando andamos nas ruas, vamos à praia ou saímos para comer, o que vemos é um povo alegre que se diverte; dá boas risadas da vida e cultiva amizades, tudo isso mesmo com os aterradores índices de problemas em todos os níveis.
Basta checar os números recém-divulgados do Barômetro Global do Otimismo, uma pesquisa mundial que mede a presença desse sentimento pelo mundo, para constatar que a onda “pra frente Brasil” toma conta do país. O que faz com que pensemos que o novo dia, mês, ano, sempre será melhor?
O que os pesquisadores constatam sobre otimismo e as emoções positivas é que a aparente incongruência entre esses dois ângulos: a realidade e a expectativa, não é um erro de cálculo. Pelo contrário, é uma elaborada estratégia do nosso cérebro para nos fazer seguir adiante. Essa artimanha atende pelo nome de “viés otimista” – a tendência dos nossos neurônios de pender para o otimismo ao projetar o futuro.
Segundo a pesquisa, esse modus operandi não é exclusividade de alguns poucos. Estima-se que essa seja a dinâmica cerebral de 80% das pessoas. E os impactos do otimismo, comprova a ciência, vão bem além do que apenas sonhar com um futuro melhor. Ele aumenta a autoestima, facilita os relacionamentos, movimenta a economia e faz bem à saúde. Experimente!