G-stockstudio/ Shutterstock A função do Coach é fazer as pessoas deixarem de estar ocupadas para serem produtivas.

Quando falamos em alto desempenho, em tempos de crise, e descredibilidade do cenário econômico, deveríamos refletir em nossa visão de futuro, dentro de um prazo, de cinco anos, dentro de uma estratégia de ação, de um ano, e um plano tático imediato, de três meses.

O mundo é incerto, significa que não conseguimos prever o futuro. O mundo é complexo, não é fácil. Tudo é muito ambíguo, vamos para a direita ou para a esquerda num passe de mágica. A luz e a sombra se complementam. Nesse momento me conecto, infelizmente, com nossas últimas eleições, escolhemos de forma ruim ou horrível. O que nos consola é que o ruim é menor do que o horrível, e eu prefiro acreditar que foi uma escolha apenas ruim.

O mundo trabalha por processos. Antigamente você implementava um sistema e tinha resultados garantidos. Antes, achávamos o molde, duplicávamos muito fácil e tudo funcionava perfeitamente. No ano 2000 começou a explosão da tecnologia. Coisas imprevisíveis aconteceram, informações que as pessoas não tinham e o mercado imobiliário, nos EUA, ficou maluco. Hoje, em 2015, tudo se tornou muito mais complexo e profundo, e as organizações são um organismo biológico vivo.

No período pós-guerra a gente sabia que as pessoas queriam mais dinheiro e mais títulos de guerra, de reconhecimento, de status e poder. As pessoas hoje estão mais interessadas em: com quem eu passo o tempo, do que: no que eu realmente estou fazendo. O mundo se tornou muito mais relacional… As pessoas estão querendo buscar mais desenvolvimento pessoal. As pessoas do terceiro milênio trabalham 16-18 horas, por dia, e eles querem ser recompensados.

Quanto mais tempo você se torna produtivo, mais recompensas você vai ter. Hoje, temos mais trabalho com menos pessoas para fazê-lo. Quantos aqui estão sentindo que estão trabalhando muito? Quantos trabalham mais de 8 horas por dia? E dessas 8 ou 9 horas que trabalhamos, por dia, quantas horas são realmente produtivas?

Existe uma grande diferença entre estar produtivo e estar ocupado. Existe até certo orgulho em estar ocupado. Na nossa mentalidade trabalhar duro e estar ocupado, é ser importante. A empresa não é medida pela agenda das pessoas e, sim, por suas produtividades.

É sempre bom lembrar que uma das necessidades básicas que o Instituto Brasileiro de Coaching – IBC compartilha metodologicamente, é que todo ser humano necessita ser notado, reconhecido e ou amado para continuar vivendo positivamente.

A função do Coach é fazer as pessoas deixarem de estar ocupadas para serem produtivas. Muitos treinamentos ensinam as pessoas a ficarem ocupadas, de forma diferente, mas não as tornam produtivas. Muitas vezes estamos cansados pelo próprio estresse da quantidade do trabalho que temos de realizar.

Presente X Passado

 No passado, a estratégia era desenhada por experts especializados, geralmente contratavam um consultor externo para entregar estratégias a uma empresa. Hoje ela é muito mais emergente e acontece dentro da própria organização, o tempo todo. O trabalho do Coach é destravar a grandeza das pessoas o tempo todo também.

A estratégia está dentro da empresa, eu quero aprender o que está dentro da empresa, mas eu quero destravar as pessoas para utilizarem seus potenciais. A gente precisa de ter uma visão para trabalhar duro,mas sabendo onde quer chegar.

Parece que você está numa Ferrari, no banco do passageiro, e não tem motorista. Você quer pilotar a Ferrari e, não estar do lado de quem está dirigindo… Diferente disso, é frustrante!

Tem pessoas que pensam que ao compartilhar seus conhecimentos elas perderão seu trabalho. “Enquanto as pessoas não sabem o que eu sei, eu não corro risco”. As pessoas precisam estar engajadas no trabalho para produzir. Temos que parar de arrumar desculpas para explicar nossa falta de engajamento.

Qual a condição humana? Nós enxergamos nosso potencial e a gente resiste a ele. A maneira que nós, resistimos ao nosso potencial faz com que mintamos para nós mesmos e deixemos de tentar fazer muitas coisas… “Você não conhece minha história, não sabe o quanto eu sofri, o que eu já passei” …

A inovação é que faz as pessoas “fazerem diferente”. Não tem nada a ver com fazer coisas diferentes e, sim em DESTRAVAR as pessoas. Quando estamos em movimento é que temos a possibilidades de ter grandes ideias. É nesse impulso, saindo da inércia, é que começamos a ver o que não tínhamos visto antes…

Guerra por Talentos

Existe uma grande guerra na busca de talentos. As pessoas estão mais interessadas nas habilidades do que no caráter. Muitas pessoas são contratadas por causa das suas competências tecnológicas, mas depois não funciona porque as pessoas não têm valores congruentes. Muitos têm falta de caráter mesmo e são despedidos pela incongruência de seus comportamentos.

A segurança do seu trabalho não depende de seu conhecimento e, sim, da produtividade que você gera ou da forma que você usa seu conhecimento. Prefiro trabalhar com pessoas que são engajadas e participativas do que com pessoas inteligentes apenas. Conhecimento só tem valor se colocado em prática, se gerar movimento e participação.

A crise faz você olhar para dentro. Mas também é preciso olhar para fora, por exemplo, e se perguntar:  Como atrair os investimentos de volta para o Brasil? O que fazer para ter resultados extraordinários em plena recessão? Quais os melhores caminhos e tipos de negócios que devemos olhar neste momento?

Nessa grande busca de reconhecimento e produtividade, é muito provável que, daqui a 25 anos, as pessoas tenham muito mais múltiplos trabalhos, porque custa muito menos. A carga tributária e responsabilidade são muito menores. Talvez a multiplicidade de contratantes gere mais produtividade, conforto e segurança para ambos os lados.

E você, como enxerga que essa nova crise brasileira vai impactar em nosso futuro? Comente e compartilhe sua opinião!