Inovar significa introduzir alguma novidade em algo; fazer algo como não era feito antes. Uma inovação, portanto, é um elemento novo aplicado a um determinado contexto, com o objetivo de promover nele alguma melhoria. Uma mente inovadora é uma mente criativa, daquelas que questionam as coisas como são e que refletem constantemente sobre novas formas de fazer as coisas.
Segundo estudiosos das universidades de Harvard, Marriott School e Insead, cerca de um terço das nossas características criativas têm origem genética, ou seja, algumas pessoas são naturalmente beneficiadas nesse quesito. No entanto, os outros dois terços dessas características podem ser desenvolvidos ao longo da vida.
A partir dos estudos, os profissionais dessas universidades chegaram a um conjunto de cinco características comuns às pessoas verdadeiramente inovadoras. Será que você tem esse perfil? Continue a leitura deste artigo para descobrir quais são esses cinco atributos.
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1. Associação de diferentes saberes
Segundo os pesquisadores, uma importante característica das pessoas inovadoras é a capacidade de associar informações num contexto lógico, mesmo que a maioria das pessoas acredite que não exista nenhuma ligação entre elas. É sabido que a criatividade comumente surge quando saberes de diferentes áreas são conectados. Por isso, é natural que as pessoas mais criativas consigam fazer essas conexões.
Para que essas pessoas sejam capazes de associar diferentes informações, o primeiro passo é, obviamente, ter acesso a elas. Por conta disso, os criativos são indivíduos ávidos por conhecimento. Estão sempre ampliando o seu repertório individual de conhecimento, por meio de: leituras, filmes, pesquisas, conversas, viagens, documentários, exposições, entre outros.
Quanto maior for o repertório dessas pessoas, maiores serão as suas capacidades de associar conhecimentos de diferentes áreas, contribuindo para o surgimento da criatividade e da inovação. Portanto, se você quiser ser criativo, não limite o seu aprendizado à sua área profissional, mas procure ter conhecimentos gerais sobre diferentes assuntos.
2. Questionamentos constantes
Sabe aquela fase em que as crianças querem entender absolutamente tudo sobre o funcionamento do mundo e perguntam “por quê?” para cada informação que aprendem? Pois bem, a pessoa criativa é alguém que, de certa forma, não saiu dessa fase.
Os indivíduos mais propensos à inovação são aqueles que constantemente questionam as coisas como são. Estão sempre refletindo: “por que isto acontece desta maneira? Será que não há um jeito melhor de ser feito?”. São pessoas inquietas, que não têm facilidade em aceitar as coisas como são. Dessa inquietude, surgem as ideias disruptivas, ou seja, as propostas de novas formas de realizar as atividades.
Essa postura desafiadora às vezes é entendida como prepotência, ou mesmo como desrespeito às normas dos lugares. As pessoas inovadoras, porém, fazem isso com a melhor das intenções: a de descobrir meios mais eficazes de agir. Por não se contentarem com as coisas como são, esses indivíduos são os que verdadeiramente provocam mudanças de pensamentos e insights que promovem mudanças concretas e benéficas.
3. Observação e análise
Para que possam conduzir esses questionamentos citados acima, as pessoas inovadoras observam atentamente tudo o que as cerca, analisando cada detalhe. Elas concentram a sua atenção sobre as pessoas, sobre as informações, sobre os lugares, sobre os produtos, sobre as tecnologias, sobre os processos, enfim, sobre a vida.
Trata-se de uma curiosidade acentuada, que não tem o propósito apenas de conhecer as coisas, mas de analisá-las e chegar a um veredicto sobre elas — se já estão boas ou se podem ser melhoradas, de alguma forma. É da observação das coisas que já existem que surgem as ideias para a criação de itens novos.
Os biógrafos de Santos Dumont, por exemplo, afirmam que, desde a infância, ele observava os pássaros e analisava a sua constituição física. Depois, aprofundou os seus estudos em mecânica e no funcionamento dos motores de combustão. A partir dessas observações e da sua capacidade de associar esses diferentes conhecimentos, Santos Dumont conseguiu chegar à invenção do avião.
4. Novos relacionamentos
Para ajudar nessa aquisição de novos saberes e no estabelecimento das conexões entre eles, as pessoas inovadoras gostam de ter contatos e parcerias. No entanto, não se trata daquele networking convencional, de tomar um cafezinho ou de participar de eventos de uma determinada área profissional.
Esse tipo de pessoa geralmente prefere conversar com quem pensa diferente, preferencialmente de forma oposta. Segundo elas, é da diversidade de ideias e da oposição de crenças que surgem as melhores inovações. As unanimidades, em geral, não permitem análises tão profundas e questionadoras.
Por isso, esses indivíduos procuram pessoas com ideias “fora da caixa”, como se diz popularmente, e que também possuam boa bagagem cultural. A ideia desses relacionamentos é a soma de diferentes visões, preferencialmente contestadoras e sem medo de questionar e de enfrentar os padrões do momento.
5. Testes e exploração
Por fim, o processo criativo é concluído com a experimentação. Depois de adquirir conhecimentos, associar saberes, analisar as coisas e estabelecer parecerias com pessoas criativas, é chegada a hora de testar.
Pessoas inovadoras não têm medo de experimentar as suas ideias. Aliás, colocá-las à prova é a melhor maneira de verificar se fazem sentido e se funcionam. Por isso, gostam de testar novas ideias, novos caminhos, novas linhas de pensamento, novos hábitos, novos alimentos, novas músicas, novos produtos etc. Isso permite que esses indivíduos aprendam algo novo quase todos os dias, o que fortalece aquele repertório individual de que falamos anteriormente.
Ao testar uma hipótese, o indivíduo inovador pode atestar que ela está correta e seguir em frente, ou identificar uma falha e continuar trabalhando até encontrar uma alternativa que funcione. Portanto, a criatividade não é exatamente um dom, mas um trabalho intenso de aquisição de conhecimento e de experimentação.
“A inovação é o que distingue um líder de um seguidor” — Steve Jobs
É por meio desse conjunto de características que se constitui um indivíduo essencialmente inovador. Segundo Steve Jobs, cofundador da Apple, esses atributos não apenas tornam uma pessoa criativa, como também a tornam um líder em potencial.
Toda pessoa que encontra uma nova maneira de fazer algo se torna uma inspiração para as outras, desde que esse novo processo se mostre eficiente e eficaz. Em outras palavras, a sociedade não muda se as pessoas fazem sempre as mesmas coisas e deixam de questionar os padrões da atualidade. Por isso, se estivermos realmente em busca de uma vida melhor e de um mundo melhor, devemos entender a inovação como um processo essencial ao alcance desses objetivos.
E você, se identificou com esse perfil? Quais desses atributos você já possui e quais deles você acredita que ainda precisa desenvolver mais? Deixe o seu comentário com as respostas no espaço abaixo. Por fim, não deixe de compartilhar este artigo com os seus amigos, colegas, familiares e com todos aqueles que também possam se beneficiar destas informações.
Imagem: Por Rawpixel.com