Você já ouviu falar em storytelling? Esse termo em inglês pode ser traduzido como a arte de contar histórias. Trata-se de uma técnica muito eficaz, utilizada não apenas por escritores, mas também por palestrantes, jornalistas, roteiristas, publicitários, educadores, vendedores, entre outros profissionais que podem utilizar as histórias a seu favor.
Contar uma história é uma maneira de transmitir conhecimento e até mesmo de divulgar uma empresa e seus produtos sem ser invasivo. Além disso, a técnica favorece a persuasão, justamente por explorar a emocionalidade. Na sequência, você vai compreender por que esse é método é tão vantajoso e como ele pode ser colocado em prática. Boa leitura!
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O que é o storytelling?
Como citamos, o storytelling é uma técnica de contagem de histórias, originária da literatura, mas também bastante utilizada nas áreas da educação, das palestras, do marketing, do entretenimento e da comunicação em geral.
Como técnica de marketing nas empresas, o storytelling permite que a marca conte a sua própria história, enaltecendo as suas superações, valores, conquistas e diferenciais — o que é ótimo para apresentações corporativas, por exemplo.
Além disso, pode ser utilizado na promoção dos produtos e serviços, como fazem várias campanhas publicitárias. Em vez de mostrar o produto e citar os seus benefícios, diversas peças publicitárias têm dado preferência à contagem de histórias em que o produto aparece como a solução dos problemas do protagonista.
Essa técnica pode ser utilizada em qualquer mídia, mas é mais adotada nos vídeos da internet, artigos, depoimentos, rádio e televisão. O importante é que o público se identifique com o protagonista da história e que se conecte emocionalmente com a aventura relatada. É isso o que cria conexão entre pessoas e marcas.
Por que o storytelling funciona?
Há uma explicação neurológica para o sucesso do storytelling. Quando começamos a acompanhar uma história, o cérebro libera o neurotransmissor dopamina, uma substância que nos deixa mais felizes e emocionalmente conectados. Além disso, outras áreas do cérebro, responsáveis pela linguagem e pela interpretação, são ativadas.
Esse mecanismo desperta nas pessoas uma grande motivação para continuar acompanhando aquela narrativa. É um processo muito mais atrativo do que um comercial de televisão que apenas mostra os produtos e os seus respectivos preços, sem qualquer diferencial em relação às outras marcas. A história, contudo, entretém, diverte, desperta a curiosidade e estimula o surgimento de emoções, o que torna a experiência muito mais memorável.
Como criar uma história encantadora?
Criar uma história encantadora envolve um trabalho fundamental de planejamento, de modo que a narrativa de fato desperte conexão com as pessoas. Nesse sentido, é essencial responder às perguntas a seguir:
- Qual é o objetivo da sua história?
- A quem a sua história se destina?
- Quais são os valores, medos, desejos e vontades dessas pessoas?
- Qual é o assunto principal da história? Ele é de interesse do público-alvo?
- Qual é o melhor tipo de linguagem para estabelecer a conexão com o público?
- Qual é o melhor meio de comunicação para contar essa história? E-mail? Blog? Apresentação de slides? Vídeo? Redes sociais? Rádio? Televisão?
Responder às perguntas acima consiste em definir o que deve ser feito — o que no mundo publicitário é chamado de briefing.
A contagem de histórias faz parte da vida humana desde que estávamos nas cavernas (como relatam os desenhos e pinturas), o que indica que essa é uma característica intrínseca a todos nós. Por isso, diversas técnicas para contar histórias já foram utilizadas, mas provavelmente a mais famosa seja a “jornada do herói”.
Essa jornada consiste em 7 etapas — e você provavelmente vai identificá-las com alguma facilidade em vários filmes, telenovelas, romances e até mesmo roteiros institucionais. Inspire-se nessa estrutura ao criar a sua história. Conheça as 7 etapas a seguir:
1ª etapa: introdução
Consiste em apresentar o tempo, o espaço, o cenário e as personagens que compõem a história, em um primeiro momento de conexão emocional e ambientação do público com a narrativa. No início, tudo vai bem, tudo está “normal”, mas as pessoas já começam a identificar características específicas das personagens da história, criando expectativas acerca do que vai acontecer em seguida.
2ª etapa: conflito
Tudo vai bem, até que algo acontece e coloca em risco a tranquilidade e a estabilidade que existiam naquele ambiente. O protagonista da história se vê diante de um desafio, que é um problema a ser resolvido e que impacta a sua vida e possivelmente as vidas das pessoas que estão ao seu redor. Não é preciso inventar monstros e bruxas nesse ponto. A simples identificação de um problema corriqueiro ou necessidade cotidiana do público já cumprem bem esse papel.
3ª etapa: recusa ao chamado
Assim que o problema é apresentado ao protagonista da história, ele se sente inseguro e tem medo de entrar na missão. A dificuldade imposta pelos desafios faz com que o herói tenha muitas dúvidas e angústias, podendo, em um primeiro momento, recusar-se a abraçar a causa. Isso humaniza o herói e cria ainda mais expectativas acerca do que ocorrerá na sequência.
4ª etapa: ajuda do mentor
Nesse momento de indecisão, surge uma figura importante nas histórias, que é a de um mentor — alguém mais velho e mais experiente que pode compartilhar os seus conhecimentos e acalmar a ansiedade do protagonista. Na comunicação institucional e/ou publicitária, esse “mentor” é a própria empresa ou o próprio produto/serviço que está sendo divulgado. Essa “ajuda” faz com que o herói aceite o chamado à aventura.
5ª etapa: superação
A quinta etapa do storytelling consiste no desenrolar do conflito em si. Com a ajuda necessária, o herói enfrenta os obstáculos em seu caminho, que incluem acontecimentos do dia a dia, imprevistos e ações deliberadamente promovidas pelos vilões da história. É nesse momento que ele revela os seus diferenciais, atributos e qualidades.
6ª etapa: grande virada
Depois de muitos combates (incluindo perdas e derrotas), é chegado o momento de um conflito final e definitivo, que consiste no clímax da história. Aqui, os espectadores da jornada já estão bastante envolvidos com a narrativa e confiantes na capacidade do herói de superar as adversidades e derrotar os vilões. O público torce para que o protagonista, com as qualidades já demonstradas, resolva de vez o problema.
7ª etapa: regresso e conclusão
Depois de vencer o duelo final, o herói voltada para casa, onde é recebido com alegria e recompensas. Essa etapa revela como as escolhas feitas pelo protagonista promoveram melhorias na sua própria vida e nas vidas das pessoas ao seu redor. Em geral, são finais felizes, que exploram a emocionalidade, mas com o cuidado de não gerar clichês.
Colocando em prática
A jornada do herói pode ser utilizada, na comunicação institucional, para mostrar como um produto ou a própria empresa podem transformar positivamente a vida das pessoas. Para isso, é importante criar uma narrativa que seja compatível com a realidade do público-alvo. Por isso, retome as perguntas iniciais para fazer o seu planejamento e coloque a criatividade para trabalhar.
Criar uma história envolvente nem sempre é fácil, mas, quanto mais você conhecer a sua empresa e o público-alvo a ser impactado, mais simples se tornará o seu processo de storytelling!
E você, ser de luz, já teve alguma experiência com a contagem de histórias? Se lembra de um uso inteligente dessa arte para emocionar, entreter ou promover vendas nas empresas? Então, deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!