A inteligência e a sabedoria são dois aspectos muito importantes para que as pessoas alcancem os seus objetivos e sejam felizes. Os dois conceitos são muito utilizados no dia a dia como sinônimos, mas será que eles têm basicamente o mesmo significado? Se alguém lhe perguntasse se você é sábio ou inteligente, qual das duas opções você responderia? Ou diria que se encaixa nas duas categorias?
Por mais que haja aspectos que aproximem os dois termos, existem também algumas diferenças entre eles. Se você deseja compreender melhor o que têm de comum e de distinto, continue a leitura deste artigo!
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Compreendendo os significados
Segundo o dicionário, a inteligência é definida como “o conjunto de todas as faculdades intelectuais, como a memória, a imaginação, o juízo, o raciocínio, a abstração e a concepção”. Trata-se também de um conceito aplicado às pessoas que encontram soluções com facilidade, que relacionam conceitos entre si, que compreendem assuntos mais complexos, que estudam e que admiram a cultura erudita.
A sabedoria, por sua vez, é definida apenas como o “conjunto de conhecimentos; de saberes de um indivíduo”. Ainda que exista uma nítida aproximação entre as duas palavras, o conceito de sabedoria é mais amplo, já que uma pessoa pode ser sábia, mesmo que não tenha passado a vida mergulhada nos livros.
Uma pessoa analfabeta pode ser considerada sábia, por exemplo. Ela pode não ter tido acesso à escolaridade, mas pode ter a sua inteligência e a sua sabedoria desenvolvidas de outras formas: cozinhar, bordar, fazer o bem, ser justo, educar os filhos, compartilhar valores, relacionar-se de forma positiva com o outro. Todas essas questões fazem parte da sabedoria.
A personalidade, a história de vida, a maturidade e o gerenciamento das emoções são alguns dos aspectos que interferem na sabedoria e na inteligência de alguém. Aqui mesmo no blog, já citamos que existem 7 tipos diferentes de inteligência, embora a sociedade em geral valorize demais a inteligência lógica, em detrimento das demais. Por isso, definir uma pessoa como sábia ou como inteligente é algo complexo, já que há diferentes formas de demonstrar inteligência e sabedoria.
5 fatos sobre a inteligência e a sabedoria
As tradições religiosas, a filosofia e as ciências do comportamento humano, como a psicologia, têm se dedicado mais recentemente à compreensão profunda e analítica sobre as diferenças que existem entre a inteligência e a sabedoria. Os estudos são extremamente complexos, mas os principais achados podem ser resumidos nos cinco fatos a seguir.
1. Experiência nem sempre significa sabedoria
Há um aspecto cultural que costuma associar as pessoas mais velhas à sabedoria. De fato, parece natural que alguém que passou por mais experiências tenha acumulado mais saberes. No entanto, isso nem sempre ocorre.
Uma pessoa pode ter vivido por 100 anos e passado por uma série de acontecimentos, mas simplesmente não ter refletido sobre nenhum deles. Ela viveu diferentes fatos, mas pode não ter extraído de nenhum deles as lições que ali estavam. Ter muitas oportunidades não quer dizer que a pessoa soube aproveitá-las.
Em contrapartida, alguém mais jovem, que viveu uma quantidade menor de experiências, pode ter se dedicado a uma reflexão mais profunda e intensa sobre elas, extraindo grandes aprendizados de cada ocorrência. Isso significa que ser sábio não necessariamente depende da quantidade de acontecimentos das nossas vidas, mas da nossa capacidade de refletir sobre os seus significados e ensinamentos.
2. Os sábios lidam melhor com a frustração do que os inteligentes
As pessoas inteligentes costumam ser metódicas, pois analisam a melhor maneira para fazer as coisas e, consequentemente, encontrar os melhores resultados. Éticas e eficientes, essas pessoas têm maiores chances de serem bem-sucedidas, por meio do planejamento estratégico, da organização e da disciplina. No entanto, se os resultados esperados não forem atingidos, elas sofrem com essa frustração. Com tanto preparo, elas não deixam espaço para as incertezas, o que prolonga esse sofrimento.
As pessoas sábias também podem ser metódicas, assim como as inteligentes. No entanto, sempre que algo sai das suas expectativas, elas têm maior capacidade de abraçar o inesperado, lidando melhor com a frustração. Esses indivíduos compreendem que a vida nem sempre ocorre como esperamos, mesmo com muito planejamento. Por isso, ao invés de lamentarem o erro, recalculam a rota e tentam de um novo jeito, sem perder a calma, a paciência e a autoconfiança.
3. A sabedoria nos leva a decisões melhores
Uma diferença que tem sido bastante reconhecida entre pessoas inteligentes e pessoas sábias é que as últimas têm as mentes mais abertas do que as primeiras. O indivíduo inteligente geralmente é uma pessoa muito focada, com conhecimentos e habilidades incríveis em determinados aspectos da vida. O indivíduo sábio, por sua vez, pode não ser um mestre nesse ou naquele assunto, mas ele consegue relacionar aquilo sabe das diferentes áreas da vida antes de tomar as suas decisões.
Assim, os inteligentes são mais práticos e objetivos, sendo muito profundos naquilo que conhecem. Os sábios não têm a mesma profundidade de conhecimentos, mas, em compensação, conseguem levar vários aspectos em consideração antes de fazer as suas escolhas — o que os coloca em alguma vantagem sobre os inteligentes. Na vida, as decisões quase sempre são multifatoriais, ou seja, dependem de diferentes elementos. Por isso, quem souber relacioná-los melhor tende a escolher melhor!
4. A inteligência pode fazer o mal
A inteligência pode ser utilizada em nome do bem da humanidade. O desenvolvimento da ciência, da medicina, da psicologia, da sociologia, da economia, enfim, de todas as áreas do conhecimento, pode ajudar a humanidade a resolver muitas das suas mazelas, como a doença, o preconceito, a fome, a desigualdade, a miséria etc. Esse lado nobre deve ser o grande estímulo para que as pessoas tornem-se mais inteligentes e desenvolvam continuamente as suas respectivas áreas de atuação.
Por outro lado, não se pode negar que pessoas altamente inteligentes também podem utilizar as suas habilidades para mentir, enganar, roubar, manipular, arquitetar crimes, promover a guerra e provocar sofrimento. Por isso, mais uma vez, reforçamos que a inteligência, por si só, pode não ser algo bom. Já a sabedoria, por levar em consideração outras áreas da vida, que não apenas o conhecimento bruto, tende a ser empregada com mais consciência, bondade e humanidade.
5. A sabedoria conduz as pessoas a uma postura mais otimista
Por fim, vale a pena ressaltar que as pessoas sábias costumam ser também mais otimistas. Mesmo que, com base em sua experiência, tenham vivido momentos difíceis e descoberto grandes problemas, elas compreendem que os altos e baixos fazem parte da vida. O conhecimento, desde que utilizado com bons propósitos, tem o poder de nos fazer não apenas solucionar os problemas identificados, como também de prevenir a sua ocorrência. Isso é libertador e favorece o otimismo no dia a dia.
Dessa forma, é importante ressaltar que, entre a inteligência e a sabedoria, não há um elemento que seja melhor ou pior. As pessoas precisam desenvolver as duas frentes. É necessário escolher uma área do conhecimento para aprofundar-se (ser inteligente), mas relacioná-la com os outros conhecimentos da vida para tomar decisões melhores (ser sábio). A felicidade é resultado da sensatez, da inteligência e da sabedoria.
Ser inteligente significa desenvolver e aprofundar os conhecimentos e as habilidades. Ser sábio significa compreender como utilizar tudo isso adequadamente, com vistas à felicidade do indivíduo e de quem estiver ao seu redor. Que você, querida pessoa, possa ser sábio e inteligente! Se você gostou deste artigo, deixe o seu comentário no espaço abaixo e compartilhe-o nas suas redes sociais!