Você já ouviu falar em arquétipo? Nós já citamos esse conceito em algumas ocasiões aqui no blog, mas, em todo caso, não custa relembrar, não é mesmo? Um arquétipo é um personagem fictício utilizado para representar um grupo de pessoas, com base em determinadas características da sua personalidade.

Eles são muito utilizados na psicologia para compreender melhor o comportamento humano, simbolizando padrões comportamentais relacionados a determinados papéis sociais. Os arquétipos são muito utilizados também na literatura, nas produções cinematográficas, na mitologia e até mesmo nas estratégias de comunicação adotadas pelas empresas.

Neste artigo, você vai compreender melhor o que é um arquétipo, descobrir quais são os principais exemplos e entender como esse conceito pode ser útil no planejamento de comunicação de uma empresa. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

Os arquétipos de Jung

O conceito de arquétipo foi desenvolvido pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Para ele, os arquétipos são personagens que representam características típicas dos seres humanos, estando presentes no inconsciente coletivo de toda a humanidade. Por isso, essas personagens são facilmente reconhecidas por todos, já que as suas respectivas características são identificadas no dia a dia.

Os estudos de Jung culminaram com uma relação de 12 conhecidos arquétipos que representam típicas características humanas, sendo que já dedicamos um artigo inteiro em nosso blog a eles. Esses arquétipos são: o sábio, o mago, o explorador, o criador, o herói, o rebelde, o amante, o tolo, o cuidador, o homem comum, o inocente e o governante.

O processo de formação de um arquétipo vem do somatório de referências da humanidade. Por exemplo: quase todo mundo tem na vida uma referência de pessoa idosa sábia, que pode ser um pai, um avô, um professor, um vizinho, um padre etc. A partir desse conjunto de referências, surge o arquétipo do sábio.

Como os arquétipos podem ser úteis na comunicação?

A comunicação social, mais especificamente a publicidade, faz um uso bastante frequente do conceito dos arquétipos. Como eles representam características tipicamente humanas, ajudam as marcas a se posicionarem e a compreenderem o seu próprio consumidor.

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Por isso, é natural que as empresas recorram a esses personagens presentes no inconsciente coletivo para facilitar o processo de comunicação e identificação do consumidor com as imagens exploradas nas peças publicitárias. Entenda melhor como isso ocorre a seguir.

  • Mapeamento comportamental do perfil do consumidor

Antes que uma empresa comece a desenvolver as suas campanhas publicitárias, ela precisa fazer a si mesma uma clássica pergunta: a quem a minha comunicação se dirige? É a partir desse questionamento inicial que é definido o público-alvo da campanha, o que norteia todas as decisões que deverão ser tomadas a partir de então.

Em geral, são utilizadas segmentações demográficas para definir o público-alvo, como gênero, faixa etária, faixa de renda, profissão, estado civil, localização geográfica etc. No entanto, cada vez mais, também têm sido levados em consideração os aspectos psicográficos, ou seja, a personalidade e o estilo de vida desse consumidor.

É aí que entra o arquétipo, pois ele simboliza e facilita a compreensão desse grupo de pessoas que deve ser alcançado. Uma marca de farinha para bolos e outras receitas, por exemplo, dialoga claramente com o arquétipo do cuidador, ou seja, daquela pessoa apegada à família, que cozinha com amor e que cuida dos filhos, dos netos etc.

Por isso, podemos dizer que o uso dos arquétipos na comunicação ajuda as marcas a definirem e a compreenderem melhor o universo psicográfico do público a ser impactado pelas ações. Cada arquétipo pode ser útil na representação de uma parcela da sociedade que tem determinadas características.

  • Posicionamento da própria marca e dos seus produtos

O arquétipo, portanto, ajuda a empresa a descobrir com quem ela deve se comunicar. Todavia, mais do que isso, ele ajuda a própria marca a se identificar e a se construir. Se uma marca, por exemplo, comercializa produtos para a prática de esportes radicais, ela certamente vai se identificar com o arquétipo do rebelde, afinal de contas, a rebeldia e o mundo radical caminham juntos.

Assim, isso será útil não apenas para compreender o tipo de consumidor a ser impactado, mas também para que a própria marca possa constituir a sua identidade e definir a imagem que deseja transmitir. As marcas têm personalidade, o que deve ser comunicado nas campanhas publicitárias.

Ainda nesse exemplo da empresa de artigos para esportes radicais, o arquétipo do rebelde ajuda a definir muitas das escolhas de comunicação que precisam ser feitas para a campanha, como: escolha dos atores (jovens, rebeldes, cheios de atitude), definição das fontes tipográficas (fortes, impactantes), seleção da trilha sonora (rock pesado), definição da linguagem (jovial), entre outros aspectos.

Como você pode perceber, a definição de um arquétipo ajuda a marca a estabelecer a sua identidade e a fazer várias escolhas de comunicação. Em todas elas, é importante que o público a ser impactado se identifique. Isso não ocorreria, por exemplo, se a campanha publicitária dessa marca radical tivesse uma trilha sonora calma ou uma identidade visual muito delicada, pois certamente não haveria identificação com o arquétipo do rebelde.

Conclusão

Os arquétipos são personagens que representam determinadas características facilmente identificadas na sociedade. Segundo Jung, são representações do inconsciente coletivo que nos ajudam a compreender as pessoas. Por isso, essas personagens são identificadas também na literatura, no cinema e na própria comunicação publicitária.

Nesse último campo, conforme pudemos notar, há uma dupla função do arquétipo: promover um mapeamento comportamental do perfil do consumidor a ser alcançado pela marca e, consequentemente, auxiliar no posicionamento da própria marca e dos seus produtos, de acordo com as características do arquétipo. É por isso que a marca de farinha para bolos é mais meiga e delicada, enquanto a marca de artigos para esportes radicais tem uma identidade completamente diferente, mais rebelde e cheia de atitude.

E você, querida pessoa, já conhecia o universo dos arquétipos? Tinha noção de como eles podem impactar a comunicação das empresas? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!