A constelação familiar, também conhecida como constelação sistêmica, é uma técnica que tem se popularizado e atraído diversos estudos para compreender os seus princípios e o seu funcionamento. Por meio dela, é possível compreender informações inconscientes que existem em um determinado contexto, que pode ser um grupo, uma família, uma organização etc.

Quem orienta esse processo é o constelador sistêmico, o profissional que interage com o indivíduo para compreender as características do sistema e identificar as situações problemáticas que nele existem. Dessa forma, se você pensa em ser um constelador sistêmico, é fundamental compreender bem o papel desse profissional, entendendo até onde ele pode interferir. Para saber mais sobre o tema, continue a leitura do artigo a seguir!

O que é a constelação sistêmica?

A constelação sistêmica é um método psicoterapêutico que parte do princípio de que o todo de um sistema é mais do que a soma das suas partes. Nesse método, uma pessoa “estranha” é chamada para representar um grupo ou família (quando o processo recebe o nome de “constelação familiar”). Esse indivíduo acaba reproduzindo sintomas físicos e comportamentos similares desse grupo ou pessoa, sem necessariamente saber algo a respeito dele.

Assim, a constelação sistêmica mostra que os problemas que afetam a dinâmica de uma família hoje em dia podem ser, na verdade, repetições de acontecimentos do passado. Isso ocorre porque um membro de uma família gera um campo de influência sobre os seus descendentes em até 4 gerações. Portanto, um bisneto pode reproduzir determinados destinos vividos por seu bisavô, mesmo que eles jamais tenham convivido um com o outro, por exemplo.

O método foi desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger. Além da constelação familiar, a constelação sistêmica também tem sido aplicada em outros contextos, como prática integrativa complementar na área terapêutica, no ambiente organizacional (empresarial), em pesquisas científicas e até mesmo na mediação de conflitos no sistema judiciário.

Quem é o profissional de constelação?

O profissional de constelação é a pessoa que conduz todo o processo, acolhendo o indivíduo e dando a ele as instruções necessárias para que consiga representar a sua família ou o grupo ao qual pertence. Ele deve solicitar informações sobre os membros da família do indivíduo que passaram por determinados acontecimentos, considerados relevantes.

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Em posse desses dados, o profissional solicita que o indivíduo selecione pessoas da família ou do grupo que, em sua visão, são relevantes. Então, esse profissional consegue fazer relações entre as vivências desses indivíduos com a do cliente. A ideia é compreender como as partes que compõem o sistema se relacionam e como uns reproduzem os hábitos e destinos dos outros.

Compreendendo o cenário, o indivíduo e o profissional conseguem encontrar uma solução para que os representantes do sistema identifiquem maneiras de se relacionar de forma saudável, sem que ninguém seja excluído e sem reproduzir padrões nocivos. É um trabalho de muita seriedade e responsabilidade.

3 características fundamentais desse profissional

O constelador sistêmico deve, com base em tudo o que já foi dito, compreender até que ponto pode interferir no sistema apresentado e a partir de onde deve dar liberdade para que o indivíduo chegue a determinadas conclusões. Por isso, esse profissional deve desenvolver as três características citadas a seguir.

1. Ausência de intenção

É claro que a intenção de todo terapeuta é restabelecer a ordem no sistema que lhe foi apresentado, de modo que uma dinâmica mais saudável possa ser adotada. No entanto, é fundamental compreender que o grau de interferência do terapeuta é limitado.

Assim como devem agir os psicólogos, os consteladores sistêmicos não devem simplesmente dizer o que o outro deve fazer. Eles devem servi-lo e permitir que ele chegue a determinadas conclusões, sem a intenção de interferir diretamente no resultado do processo. É preciso agir com essa “não intenção”, respeitando o andar natural da constelação.

Em determinados processos de constelação, nem sempre ocorre a reconciliação que era esperada entre os membros do sistema. Um constelador inexperiente pode sentir, nessas circunstâncias, a necessidade de agir para evitar que isso ocorra. Isso não deve ser feito, pois um terapeuta não pode assumir ser mais inteligente do que o próprio campo, acreditando que pode resolver tudo.

2. Empatia

Ao conhecer o cliente e compreender o sistema em que ele está inserido, o terapeuta pode cair na armadilha de acreditar que existem lados bons e lados ruins na história. Contudo, é importante manter a neutralidade, a fim de evitar que isso aconteça. O amor e a empatia devem superar qualquer julgamento precoce que possa querer aparecer.

O objetivo do constelador é encontrar meios de incluir os excluídos, de modo que o cliente possa encontrar soluções para o emaranhamento em que se encontra. No entanto, esse processo precisa partir do cliente, e não do constelador. Sendo assim, esse profissional deve agir com profissionalismo, ética, responsabilidade e neutralidade diante das pessoas envolvidas. Com amor e empatia, o processo certamente será conduzido com sucesso.

3. Verdade

Por fim, a última das características de um constelador sistêmico é a verdade. Isso quer dizer que esse profissional deve viver de acordo com os princípios dessa filosofia, a fim de oferecer credibilidade a todos aqueles que recorrem a ele.

As constelações sistêmicas não são apenas conhecimentos teóricos, como podem ser vistos nos estudos de Bert Hellinger, mas um método com aplicação prática. As constelações que aparecem nos consultórios podem também ser reconhecidas nos grupos dos quais fazemos parte no dia a dia, como os círculos de amizade, os departamentos das empresas e as famílias.

Sendo assim, o constelador sistêmico deve desenvolver um olhar amoroso e analítico sobre como os sistemas se formam e como ocorrem as suas dinâmicas no cotidiano. É um trabalho constante e contínuo, que demanda estudos frequentes, atualizações e, acima de tudo, vontade de servir àqueles que desejam encontrar mais qualidade nas relações das suas vidas.

O papel de um constelador sistêmico, portanto, é o de permitir que o seu cliente desenvolva meios de criar essas redes de maneira saudável, libertando-se da repetição de padrões disfuncionais. Para isso, contudo, ele deve agir sempre sem intenções de interferência, mas com empatia e verdade em suas atitudes.

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