A vida profissional pode ser bastante cruel às vezes. Aos 16 ou 17 anos, precisamos decidir o que queremos fazer pelo resto de nossas vidas. A questão é que nem sempre temos a experiência necessária para tomar uma decisão dessas em tão tenra idade. Podemos priorizar um determinado estilo de vida ou um salário alto, mas percebemos, com o passar do tempo, que aquela profissão simplesmente não nos satisfaz.

A felicidade no trabalho é fruto de uma série de quesitos: remuneração adequada, prazer nas atividades executadas, bom convívio com colegas, possibilidades de crescimento, estilo de vida, entre outros. Nesse somatório de fatores, é preciso que haja um saldo positivo que nos mantenha em nosso caminho. Caso contrário, pode ser a hora de recalcular a rota e partir para uma nova profissão.

Mas como saber que é hora de mudar? Como conduzir esse processo? Para compreender melhor essas questões, confira as 5 dicas a seguir.

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1. Não desista na primeira dificuldade

Toda escolha traz perdas consigo. Cada “sim” que é dito significa “nãos” a todas as outras possibilidades. Por isso, entenda que toda profissão tem os seus prós e os seus contras, sem exceção. Para saber se vale a pena continuar onde você está ou se é melhor mudar, é preciso fazer uma análise profunda e extensa. Não julgue uma carreira por um dia, por um mês ou por um ano.

Talvez você esteja num curso de graduação com colegas desagradáveis. Talvez você esteja numa empresa cuja filosofia é incompatível com as suas crenças. Talvez você tenha um chefe abusivo. No entanto, entenda que você não precisa mudar completamente de carreira para resolver esses problemas. Pode ser que uma troca de empresa já resolva. Quanto ao curso, você só precisará conviver com essas pessoas enquanto as aulas ocorrerem, o que não vai se perpetuar por sua vida.

O que você precisa fazer em sua análise é identificar se as questões que lhe incomodam atrapalham o futuro da sua carreira ou a felicidade do seu momento presente. Se as suas queixas estiverem apenas no momento presente, pode ser que valha a pena continuar na sua carreira, esperando aparecer uma oportunidade mais adequada.

Em compensação, se você identificar que as suas insatisfações estão no cerne da profissão em si, e não em chefes ou em empregos pontuais, pode ser interessante partir para um novo caminho. Pense em longo prazo e pese os prós e contras. Se as desvantagens superarem as vantagens, é sinal de que é melhor mudar. Seja sincero consigo mesmo e não insista em algo em que você não vê futuro.

2. Pesquise sobre as possíveis novas áreas

Se você chegou à conclusão daquilo que você não quer, precisa começar a refletir sobre aquilo que quer. Pense em novas profissões que correspondam melhor às suas expectativas do que aquela em que você estava.

Lembre-se de que essa análise precisa levar em consideração diversos quesitos para que você não fique deslumbrado com apenas um deles e se decepcione novamente. Considere: tarefas do dia a dia, competências exigidas, rotina, remuneração, possibilidades de crescimento, investimento necessário (estudo, formação etc.), demanda por profissionais da área, enfim, tudo aquilo que pode impactar a condução dessa carreira.

Ao realizar essa avaliação de possíveis novas profissões, seja exigente, mas lembre-se de que não existe uma profissão que seja nota dez em todos os quesitos. Cabe a você determinar quais deles têm maior peso para você e identificar qual das carreiras analisadas tem maior potencial para satisfazer os seus desejos e necessidades profissionais. Apenas lembre-se de que a perfeição não existe e que, em toda escolha que fizer, precisará estudar, trabalhar e mostrar a sua competência.

3. Converse com profissionais da área desejada

Ao fazer as suas pesquisas, você provavelmente terá um bom panorama da profissão desejada. No entanto, essa visão mais generalista pode esconder uma série de questões importantes para você, sobre as quais você não tinha conhecimento.

Por conta disso, é muito importante conversar com profissionais dessa área em que você deseja ingressar. Tire todas as suas dúvidas sobre formação, remuneração, dia a dia da profissão, enfim, sobre todos os aspectos sobre os quais você deve entender. Conheça as vantagens e desvantagens da profissão e pergunte ao profissional como foi a trajetória dele até aqui.

Alguns cuidados: conversar com alguém extremamente bem-sucedido pode oferecer uma visão otimista demais. Conversar com alguém que também está desanimado na profissão pode proporcionar uma visão pessimista demais. Portanto, saiba bem com quem você deseja conduzir essa entrevista e mantenha uma postura realista, compreendendo que há prós e contras em todas as áreas profissionais possíveis.

4. Estude e invista em sua formação

Sem conhecimento, você será um profissional sem competência e extremamente fraco. No mercado de trabalho atual, existe uma competitividade acirrada em praticamente toda e qualquer profissão. Portanto, saiba que novos rumos vão exigir novos estudos e novas formações.

Não necessariamente estamos falando que você deve prestar vestibular e fazer uma nova graduação, embora seja uma boa ideia. Você pode fazer cursos de curta duração, especializações e até mesmo cursos técnicos profissionalizantes que o preparem para o mercado de trabalho.

Leia, estude, se informe e preocupe-se em desenvolver todas as competências comumente exigidas nas vagas da sua nova carreira escolhida. E lembre-se: se você está começando agora numa nova profissão, precisará começar de baixo, o que pode significar remunerações e cargos inferiores àqueles que você costumava ter na profissão antiga.

5. Saiba que não existe tempo perdido

Por fim, fica aqui um aviso motivacional: saiba que não existe tempo perdido. Ao mudar de carreira e se reencontrar profissionalmente, você pode ficar com a sensação de que perdeu muito tempo com a carreira antiga, mas não se martirize nesse sentido.

Entenda que todo conhecimento que você adquiriu e que toda atividade que você executou foram importantes fontes de aprendizado e de desenvolvimento de diferentes habilidades. Se você trocou engenharia por arquitetura, por exemplo, certamente há conhecimentos de uma área que podem ser empregados em outra.

Mesmo que a sua mudança tenha sido mais radical e que não existam conhecimentos técnicos de uma área que possam ser empregados na outra, pense em suas competências individuais. Paciência, resiliência, persistência, boa comunicação interpessoal, criatividade — traços individuais desenvolvidos numa área podem lhe auxiliar na nova carreira, mesmo que elas tenham muito pouco a ver uma com a outra.

Ao seguir as cinco dicas acima, você será capaz de identificar se é melhor permanecer na profissão em que se encontra ou se é válido encontrar uma nova trajetória. Também saberá como proceder de forma inteligente, caso opte por mudar de profissão. Independentemente da decisão que tomar, que você seja imensamente feliz em sua carreira!

E você, o que achou das dicas acima? Se você tem alguma experiência com mudança de carreira, não hesite em relatá-la aqui nos comentários, pois certamente você ajudará muita gente com isso. Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo com os seus amigos, colegas de trabalho e familiares, por meio de suas redes sociais!

Imagem: Por CuteCute