Blablo 101/Shutterstock Corpo e mente, razão e emoção devem caminhar juntos para o sucesso do processo de Coaching

O estranhamento com que muitos recebem a ideia de um coach sustentado em fundamentos ericksonianos, ou mesmo de um processo de Coaching que tenha um ponto de apoio em Milton Erickson e sua obra, já não é o mesmo dos primeiros dias.

A consolidação dessas práticas, um número cada vez maior de formações ministradas nesse tema, um aumento no número de coaches com esse viés e, sobretudo, uma infinidade de cases de sucesso de quem recorreu a essas ferramentas, são todos fatores que permitiram que essa feliz mistura alcançasse seu lugar ao sol.

A Prática do Coaching na Prática

Mas ainda existem as ocasiões em que sou indagado sobre as origens dessa fusão e, mais comumente, sobre os mecanismos de funcionamento dessas práticas. Tanto em um caso como no outro a curiosidade é mais do que bem-vinda, já que é reflexo direto da difusão do Coaching e das experiências bem-sucedidas que abundam por todos os lados.

À primeira vista, a principal dúvida faz mesmo sentido para quem tem uma noção não mais do que básica sobre os dois te­mas: como pode ser tão efetiva e bem-sucedida uma junção que mistura elementos como o Coaching e a abordagem ericksoniana?

A questão, embora muito legítima da parte de quem a tem, esbarra em um erro que podemos denominar conceitual. Em pri­meiro lugar, o Coaching não pode ser visto como incompatível com uma prática terapêutica que o tempo todo flerta com o in­consciente, com a porção não racional do nosso cérebro e da nossa existência. Aí é que mora a origem dessa visão distorcida a respeito da incompatibilidade entre as duas instâncias.

Razão, Emoção no Coaching

O Coaching é, sim, como acredita o senso comum, o domínio do que há de racional, direto, pragmático, efetivo. Por essa prática devemos entender as variadas formas com que se vai de um estado A para um estado B. Coaching é dinamismo, mudança, tem um caráter pragmático e bastante objetivo. Pode ser entendido sempre como um convite para que nos levantemos, tiremos a poeira e saiamos à luta.

Por outro lado, ao dizermos que o método tem uma dose gigante de razão e objetividade, não queremos em hipótese alguma assumir que o inverso dessa dose de razão seja estranho a esse mesmo tema. Ou seja, quando se fala de predomínio da razão nesse terreno, em medida alguma estamos ventilando a hipótese de se excluir daí o oposto dessa razão, que seriam a emoção e os sentimentos.

Por mais que pareça contraditório, o Coaching é exatamente esse equilíbrio entre as energias. Na balança da nossa profissão, o prato da razão é contrabalanceado ao prato da emoção. Não existe Coaching sem uma dose de afeto e emoção.

O discurso racional e pragmático que orienta a ação de um coach tem seu antídoto contra a presunção justamente na sensi­bilidade de saber qual caminho seguir, a que aspectos renunciar e que escolhas fazer. O que faz com que um coach seja sempre uma pessoa de carne, osso e sentimentos, e nunca uma mera planilha de resultados a nos dar indicadores sobre o que fazer e o que não fazer, é de fato essa carga emotiva que inspira, motiva, empurra e até sofre com seu coachee.

Não existe Coaching se não há envolvimento, e não pode haver qualquer tipo de envolvimento onde não há sentimentos e emoção.  Aí começa a ser desfeito o mito que julga serem incompatíveis o Coaching e a linguagem ericksoniana. Por afirmar diuturnamente o seu caráter humano, excessivamente humano, o Coaching é uma prática que jamais poderá ser exercida por robôs, por mais que nossa realidade e convivência com essas máquinas se aproximem dos devaneios ultramodernos de qualquer seriado de ficção científica.

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