Falar abertamente sobre redução do quadro de funcionários, ainda mais em tempos de crise, quando mais de 12 milhões de brasileiros perderam o emprego, é um assunto bastante delicado, mas não mais um tabu nas empresas. Em meio aos problemas econômicos do país, essa foi à solução encontrada por muitos negócios para continuarem de portas abertas e sobreviver a os tempos incertos.

Ainda assim, no dia a dia de uma organização quando falamos em qualquer tipo de redução de quadro, com toda razão, essa estratégia gera temor nos colaboradores, que obviamente não querem estar na lista de dispensa. Entretanto, por pior que seja o remédio, nem sempre o empresário tem outra solução, a não ser reduzir a sua equipe e manter apenas os profissionais-chave.

Neste artigo, você vai compreender como esse tipo de assunto pode ser abordado e como as empresas podem conduzir esses momentos tão delicados. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!

Redução de quadro de funcionários: como administrar essa situação?

Por mais delicada que seja, a situação precisa ser enfrentada de forma rápida e precisa, sem prolongar a ansiedade e sem dar tempo para que fofocas e um clima horrível sejam criados pelos corredores da empresa. Para isso, confira as orientações a seguir.

1. Verifique se é mesmo a única opção

Em cenários de crise financeira, pode ser que outras medidas surtam efeitos positivos, como reduzir os gastos, renegociar contratos, trocar de fornecedores, adotar o home office, enfim, fazer o possível para que a empresa não tenha que abrir mão de alguns dos seus colaboradores.

No entanto, se todas essas medidas já tiverem sido feitas, ou se elas não forem suficientes, então é o momento de realmente recorrer aos cortes nas equipes para conter os danos. Verifique quantas pessoas precisam ser desligadas em cada departamento.

2. Comunique o que vai acontecer por meios de reuniões presenciais

Tomada essa difícil decisão, é essencial que se tenha todo o cuidado e respeito com os seus funcionários, de modo a fazer os desligamentos da maneira menos dolorosa possível. Isso é importante tanto para aqueles que saem como para os que ficam, uma vez que a forma como a instituição trata a sua equipe diz muito sobre o seu compromisso e consideração para com ela.

Nesse momento, o melhor a fazer é reunir os líderes, comunicar-lhes a decisão em primeira instância e esclarecer quais são as razões para a empresa ter optado por essa alternativa. Em seguida, os gestores devem reunir as suas equipes e fazer o mesmo — informar que haverá corte de funcionários e os motivos que levaram a organização a ter que fazer isso.

3. Evite as fofocas

De modo algum deixe que essa informação escape deste grupo e chegue, antes, aos ouvidos dos funcionários, pois isso pode criar um clima bastante negativo e contaminar até mesmo aqueles que não serão desligados. Evite a rádio-peão e qualquer tipo de comentário ou fofoca que possa deixar os seus profissionais inseguros, apreensivos e ainda mais desconfortáveis com a situação.

Esse fato gera ansiedade e desconfiança, acabando com a motivação dos colaboradores e despertando um clima muito negativo. Além disso, ao abordar o tema, sempre convoque reuniões presenciais, explicando os procedimentos olhando nos olhos das pessoas, e não por meio de mensagens de texto ou telefonemas. Aborde o assunto com a seriedade e com a humanidade que ele exige.

4. Seja transparente e humano

O melhor a fazer nesse caso é buscar minimizar, na medida do possível, os danos causados pela redução do quadro de funcionários. A receita para isso se chama transparência, ou seja, falar abertamente que a empresa sofreu os efeitos da crise e que não tem condições, no momento, de manter todo mundo como gostaria.

É importante dizer ainda que ela agradece a todos os que fizeram parte da sua história até ali e, que conta com cada um que ficar para, juntos, superarem esse grave momento econômico e voltar a crescer e contratar.

Ainda que isso possa não ser o suficiente para diminuir a tristeza e a preocupação de quem perdeu o seu posto, já é um alento ter sido tratado com respeito. Para quem fica, também é importante saber que terá a oportunidade de manter o seu emprego e de fazer a sua parte para vencer problema.

5. Auxilie as pessoas desligadas na recolocação profissional

É claro que o ideal seria que todos pudessem trabalhar e permanecer no mercado — e que o país estivesse prosperando, e não obrigando as empresas a demitir. Todavia, como isso não é possível, cabe aos líderes que ficaram buscar valorizar, reconhecer, motivar e engajar ainda mais os seus colaboradores, pois, agora, eles vão precisar se esforçar ainda mais para suprir a ausência dos seus colegas e continuar empregados, ajudando a empresa a crescer.

Quanto às pessoas que precisam ser desligadas, peça para que cada gestor converse com esses indivíduos um a um, explicando a situação e agradecendo a todos pelo tempo em que prestaram os seus serviços. Além do mais, verifique de que maneira você pode ajudá-las na recolocação profissional, como em contatos com outras empresas, na ampliação da rede de contato desses profissionais e na escrita de cartas de recomendação.

Conclusão

A redução do quadro de funcionários é um recurso ao qual recorrem as empresas que realmente estejam vivenciando momentos de crise. Nenhum empreendedor gosta de passar por isso, mas, infelizmente, essa atitude pode ser necessária quando não houver outra saída. Seguindo as recomendações acima, porém, é possível fazer com que a empresa passe por essa situação com transparência e dignidade.

Que isso nunca aconteça com você, mas, se acontecer, que você conduza a situação com eficácia, responsabilidade e empatia!

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