Começaremos a dissertar sobre a riqueza fazendo uma reflexão sobre o Batman. O super-herói da DC Comics, que surgiu nas histórias em quadrinhos pela primeira vez em 1939, tem como maior missão, maior propósito, livrar Gotham City, uma alegoria de Nova York, de criminosos como Coringa, Pinguim, Charada, Bane, entre outros.

Seu nome de super-herói, que esconde a identidade de Bruce Wayne, nasce de um trauma de infância. Quando ele era criança, caiu em um poço repleto de morcegos. Seu pai o resgata, mas aquele momento se torna uma marca em sua vida. Sempre que vê morcegos, ele associa aos momentos de terror que passou dentro do poço.

Quando seus pais morrem, vítimas de um assalto, ele, após um longo período de luto, resolve vingar suas mortes. Ele herdou a mansão e a empresa dos pais e, com o dinheiro que lhe foi deixado, investiu em tecnologia e na montagem do traje, carro, mecanismos, entre outras coisas que se tornam seus itens de batalha.

Dessa forma, ele se transforma em Batman que, em inglês, significa Homem Morcego. Seu objetivo ao criar o super-herói é encontrar aqueles que vitimaram seus pais deixando-o órfão.

Duas palavras são muito importantes quando se trata de Batman: medo e riqueza.

O medo é o maior incentivador da vida de Bruce Wayne. Apesar de ter se transformado em um herói por causa da violência que presenciou, ele buscou em seu mais profundo trauma, o medo que tem de morcegos, a motivação para se tornar mais forte e mais poderoso. Podemos juntos pensar, então, que ele se tornou aquilo que ele mais temia. Esse processo de transformar o próprio trauma, medo ou sentimento negativo em estimulo é caminhar o caminho da ressignificação.

A riqueza é permanente na vida de Bruce Wayne desde pequeno, porém, quando ele perde os pais, ele se percebe sem rumo e acaba tomando o caminho da vingança. A riqueza que tem, nesse momento, lhe serve apenas para financiar seu projeto de vingança, para que use todos os recursos para construir as ferramentas mais potentes, para encontrar os gurus nos lugares mais longínquos possíveis. Contudo, nesse momento, sua riqueza é apenas monetária. Dentro de si, ele está movido por sentimentos negativos de revanche e violência.

PSC

Ele só alcança a verdadeira riqueza quando encontra seu verdadeiro propósito: o combate ao crime. Enquanto ele seguia seu caminho movido por sentimentos negativos, ele só se deparou com obstáculos. A partir do momento em que percebe que sua missão era livrar sua cidade natal de criminosos, não apenas os que mataram seus pais, ele atinge verdadeiramente a riqueza, seu dinheiro passa a ser usado com um propósito, ele não o vê como um fim, mas como um meio.

É nesse ponto que nossa história encontra a história do Batman. Alguns podem dizer que o superpoder dele é ser rico, mas de que vale ter riqueza financeira quando a mágoa não te deixa caminhar sem sofrimento? Será que é apenas o poder de compra que te proporciona os melhores momentos da sua vida?

Quando tratamos do assunto abundância, prosperidade e riqueza, pode parecer que este último é incompatível com os dois primeiros, mas isso é apenas a visão de quem enxerga apenas a matéria. Com o devido planejamento financeiro, expandindo sua mente a ponto de encontrar sua verdade interior, expandindo sua consciência e agindo a partir de um estado de graça e beleza interior, focando sua energia em suas habilidades e ousando nas oportunidades, é possível conseguir uma conta milionária, gerar felicidade e prosperidade e manter-se nesse patamar, com abundância.

A riqueza é um estado de alma. Sua definição ultrapassa o significado que podemos resgatar do dicionário: “grande abundância e quantidade de dinheiro, de bens materiais; abastança, fartura, fortuna”.

No próprio dicionário, entre os demais significados, a riqueza aparece como “fartura de qualquer coisa, geralmente abstrata, considerada de grande valor”. Essa última se aproxima do que estamos buscamos demonstrar aqui.

Já abordamos o tema antes e retomemos um pouco agora. Quando pensamos em sonhos, sempre vem à nossa mente nossos objetivos de vida, aquilo que nos faz levantar todos os dias de manhã, tomar banho e tomar um café reforçado.

Cada um de nós tem uma definição diferente para o que são sonhos e o que é necessário para realizá-los. Para você, pode ser ter seu próprio negócio ou alcançar um cargo importante, talvez seja necessário trabalhar dia e noite para juntar dinheiro. Para seu melhor amigo, pode ser ajudar ao próximo e usar os fins de semana para fazer trabalho voluntário.

Os sonhos podem até estar associados ao enriquecimento financeiro, mas não podem ser a mesma coisa. O que queremos dizer com isso? Queremos dizer que o ganho monetário, o dinheiro no bolso, tem de ser uma consequência da realização de sonho e não o próprio objetivo.

A relação entre sonho e realização financeira está amparada por três pilares:

  1. Saber fazer
  2. Amar fazer
  3. Ganhar dinheiro fazendo

Se fortalecemos apenas um dos pilares, o pilar do ganhar dinheiro, por exemplo, deixamos de cuidar dos outros dois e a estrutura desmorona. Deixamos de lado saberes e sentimentos que fazem parte de nossa essência. Da mesma forma, se fazemos o que amamos, mas não desenvolvemos os conhecimentos necessários para gerar renda dessas atividades, não nos sustentamos.

Saber fazer

Está relacionado aos saberes que adquirimos ao longo da vida e que nos tornaram quem somos, com nossa capacidade e nossas habilidades que foram e ainda serão cada vez mais apri­moradas. Além disso, quando continuamos estudando, adiciona­mos mais conhecimento ao que já tínhamos, fazendo com que surjam cada vez mais habilidades que estavam escondidas ou nos eram desconhecidas.

Amar fazer

Envolve o sentimento que temos em relação a uma atividade. De que adianta saber levantar paredes se não existe amor envolvido nisso? É importante que o amor seja empregado em tudo que fazemos e em cada gota de suor que sai de nosso corpo. Assim, sempre empregaremos o senso de significado, mesmo no trabalho mais duro.

Esses dois pilares são essenciais para manter o terceiro em pé, pois sem eles o terceiro não sobrevive. A cada obstáculo que se apresenta enquanto você persegue seus sonhos, é necessário ter motivação para que eles não sejam um motivo que faz você parar e recuar. É preciso seguir em frente e você só conseguirá isso se se mantiver motivado.

A motivação é fruto dos dois pilares da realização, pois tem relação direta com o amor pelo que fazemos e com a prática de tudo aquilo que sabemos. Precisamos nos manter animados para darmos o próximo passo,ou para recuar e tomar outro caminho, para encurtar processos e, sobretudo, para não desistir. Motivação também é ter esperança, é energizar corpo e mente com sentimentos positivos.

Sem os dois primeiros pilares, pode-mos afirmar que o terceiro se torna ainda mais distante, como um oásis no meio do deserto que nunca chega. Dessa forma, correr atrás apenas de dinheiro pode levar a frustrações incontornáveis, que geram sentimentos negativos intransponíveis e acomodações paralisantes. Reflita por um instante: como seria se você não conseguisse alcançar aquilo que mais deseja? Que tipo de sentimento você acredita que teria?

Esse pensamento sobre os pilares da realização mostra-nos que ter um propósito de vida é necessário para dar sentido ao enriquecimento sem perder de vista a evolução humana. O dinheiro será merecido quando for resultado de um propósito e, consequentemente, de uma contribuição para o crescimento da sociedade. Se seu trabalho, além de te engrandecer, te faz ganhar dinheiro e ainda provoca uma melhora na sociedade, você consegue vivenciar a prosperidade em sua forma mais plena.

Chegamos, assim, na riqueza como uma dádiva interior. Ser rico envolve, então, ter abundância de recursos materiais, mas também ter riqueza emocional e espiritual.