Imagem de simulação do Psicodrama

Tatyana Dzemileva/Shutterstock O Psicodrama é uma das ferramentas que ajudam a construir os resultados co Coaching em Grupo

O Coaching em Grupo pode (e deve) usar todas as ferra­mentas clássicas do Coaching como a Roda Vida, a Roda da Abundância, o Shazan, os testes de perfil e outros mais, mas há ferramentas que existem especialmente para serem usadas em grupo e uma delas é o Psicodrama e o Role Play. Um tipo de atividade em grupo que se pode fazer são jogos, dinâmicas e exercícios coletivos – respeitando o objetivo de cada atividade e aquilo que ela pode auxiliar no processo.

Os mesmos jogos de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) podem ser usados no Coaching Group. Há, por outro lado, ferramentas mais sofisticadas que exigem mais técnica e con­hecimento teórico. Essas ferramentas são o Psicodrama ou Role Play e as Constelações Familiares e Constelações Sistêmicas.

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O que é o Role Play?

O Role Play (ou Role Playing), que pode ser traduzido por “interpretação de papéis”, é uma técnica do Psicodrama, adota­da pelo Coaching, que consiste em encenar alguma situação, geralmente de relação interpessoal conflituosa, inspirada na vida real. Esta técnica promove o desenvolvimento da nossa autopercepção, a cartase, ou seja, um sofrimento purifica­dor que libera sensações de angústia e tristeza e promove o estreitamento de laços pelo grupo.

E o Psicodrama?

O Psicodrama nasceu com Jacob Levy Moreno (1889- 1974). Ele era um médico, psicólogo, filósofo e dramaturgo romeno. Seus estudos resultaram nas mais conhecidas técnicas de trabalho em grupo, como o Psicodrama, o Sociodrama, a Psicoterapia de Grupo, a Sociometria e o Teatro do Improviso ou Teatro Espontâneo (gênero em que participantes amadores improvisam acontecimentos do dia a dia).

Toda a tese de Moreno reside num ponto crucial: através de exercícios que, de alguma forma, exponham as realidades diversas das pessoas, seus dramas, conflitos e dilemas, é pos­sível fazer com que essas pessoas se tornem mais conscientes de si mesmas e encontrando melhores formas de lidar com seus conflitos.

Como é a Aplicação do Psicodrama?

O Psicodrama é, em síntese, uma prática coletiva com foco no desenvolvimento da autopercepção e ação que usa como recurso metodológico a representação dramática (como um teatro espontâneo) para trabalhar conteúdos da psique e da vida cotidiana.

O principal elemento do psicodrama, segundo seu criador, é a “espontaneidade”. A espontaneidade é concebida como um “fenômeno primário” e positivo, o que quer dizer que ela não é derivada de nenhuma outra ação humana, ela é, em outras palavras, uma forma primitiva de ação, pois não tem nenhum tipo de policiamento, preocupação ou controle. A espontaneidade é fruto de uma ação pouco pensada que acontece sempre frente a uma situação nova.

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Exemplo da Atuação da Espontaneidade

Um exemplo para entendermos a espontaneidade é percebermos como uma pessoa pública, ao ser entrevista, reage a uma pergunta que não era esperada. Frente a uma pergunta que já era prevista o entrevistado terá uma postura, uma entonação de voz, uma rapidez para responder, certa segurança. Frente a uma pergunta completamente inesperada o entrevistado pode gaguejar, mudar a entonação da voz, trans­parecer incômodo e preocupação, produzir frases desconexas e até mesmo encerrar as perguntas.

Quando o indivíduo percebe e reflete sobre suas ati­tudes espontâneas ele amplia o estado de consciência sobre si mesmo e passa a se conhecer mais e melhor. A mesma coisa acontece quando o grupo percebe sua reação espontânea, sua momentaneidade. A espontaneidade é um fator que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se.

Somos de duas formas: os espontâneos ou automonito­rados. Em situações de muita formalidade ficamos o tempo todo raciocinando sobre nosso comportamento para saber se estamos agindo de forma adequada, logo estamos “repre­sentando um papel”. No contrário, nas situações espontâneas, somos nós mesmos, sem monitoramento do comportamento. Agindo com nossa essência.