Um quadro depressivo inclui muitos sintomas que vão além da tristeza. O problema atinge quase 6% da população brasileira, segundo a OMS, e atinge homens e mulheres em qualquer fase da vida. Por isso, é importante diferenciar a depressão da tristeza comum.

O Brasil é também considerado o país mais ansioso do mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 18,6 milhões de brasileiros, o que equivale a 9,3% da população, convivem com o transtorno de ansiedade (2019). Nos consultórios de psicólogos e psiquiatras, o diagnóstico tem sido cada vez mais frequente.

Mas o que essas doenças têm em comum? O que as diferencia? Neste artigo, vamos nos aprofundar melhor no desenvolvimento desses dois quadros psiquiátricos, que demandam tratamentos imediatos e que, infelizmente, têm aumentado consideravelmente na nossa população. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

Entendendo a depressão

  • O que é e quais são as causas?

Estudos conduzidos em famílias com irmãos gêmeos ou pessoas adotadas concluíram que a genética tem bastante peso sobre a doença. Em geral, ocorre depressão quando os níveis de determinados neurotransmissores (como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina) estão em níveis inadequados. Além disso, alguns eventos estressantes, como a morte de uma pessoa próxima, podem desencadear a doença em quem já tiver uma predisposição.

Além do estresse e da genética, outros fatores de risco incluem: problemas hormonais, abuso de álcool ou outras drogas, traumas psicológicos, conflitos de relacionamento, problemas financeiros, desemprego, crises familiares, entre outros.

  • Quais são os sintomas psicológicos da depressão?

Muito mais do que uma simples tristeza, a depressão é caracterizada por uma desmotivação profunda, em que a pessoa tem dificuldade em encontrar um sentido para as suas ações. Não são raros os casos de pessoas que têm dificuldade de sair da cama, trabalhar, sair de casa, estudar, enfim, concentrar-se nas suas atividades.

Sair com amigos ou fazer aquelas atividades que antes eram prazerosas agora já não oferecem graça nenhuma. Pensamento lento, falta de energia, problemas de concentração e memória e desânimo também são sintomas constantes. Em alguns casos, podem surgir sensações de culpa, uma visão exclusivamente negativa sobre a vida e pensamentos suicidas.

  • Quais são os sintomas físicos da depressão?

Pessoas deprimidas relatam fraqueza e cansaço, mesmo sem grandes esforços, uma sensação de que o corpo está pesado e sem energia. Além disso, as alterações nos neurotransmissores também podem causar insônia ou sonolência excessiva. O mesmo acontece com o apetite, que pode aparecer exagerado ou bastante reduzido.

Uma sensação geral de mal-estar pode vir acompanhada de problemas digestivos, suor excessivo, coração acelerado e cansaço. A falta de desejo sexual também é bastante frequente entre pessoas com depressão.

  • Quando procurar ajuda?

Todos nós temos dias ruins ou fases ruins da vida. Especialmente quando elas têm causas definidas, precisamos entender que a tristeza é algo natural. Se falhamos em algum projeto, se perdemos um ente querido ou se fomos demitidos, é natural que uma sensação negativa nos domine.

Os quadros depressivos, porém, não se resumem à tristeza, mas incluem uma total falta de esperança de que as coisas possam melhorar. É uma grande falta de vontade de fazer qualquer coisa, que se prolonga por dias, até semanas, sem sinal de melhora. Além disso, nem sempre há um evento específico que desencadeia a depressão.

É neste segundo cenário que você deve se preocupar em procurar ajuda. O lado bom é que, com psicólogos e psiquiatras, a depressão tem cura, e o indivíduo pode voltar plenamente a viver como antes. Portanto, tanto por meio de medicamentos prescritos como de práticas terapêuticas, não hesite em pedir ajuda!

Entendendo o transtorno de ansiedade

  • Por que sentimos ansiedade? Existe algum lado positivo nela?

A resposta é: sim. Ela tem um lado bom e importantíssimo, por sinal. A ansiedade é uma antecipação mental de possíveis situações problemáticas e de sofrimento físico ou emocional. Ela é importante para que todos nós, ao antecipar essa possibilidade, sejamos capazes de fazer o que for preciso para evitá-la. Resumindo, sentimos ansiedade para nos prepararmos para os desafios da vida.

Aliás, a ansiedade tem uma importante função evolutiva. Se não fosse por ela, o homem primitivo não sairia do lugar, não procuraria alimentos por meio da caça e da pesca, não teria descoberto o fogo, não teria desenvolvido a agricultura e, você, Homo sapiens do século XXI, não estaria lendo este texto agora. Aliás, sem o sistema de “luta ou fuga”, a nossa espécie provavelmente teria sido dizimada por algum animal de grande porte.

  • Existe um nível saudável de ansiedade?

Como é possível perceber, a ansiedade não apareceu nas nossas vidas sem motivo. Na vida contemporânea, ela também é essencial. Sem essa preocupação com o futuro, você não procuraria trabalho, não compraria comida, nem casa, nem carro, nem qualquer coisa necessária para viver com o mínimo de qualidade e tranquilidade.

Sem ansiedade, os adolescentes não se preparariam para as provas, e os adultos não pagariam as suas contas, ou seja, ninguém sairia do lugar. Na verdade, a total ausência de ansiedade é também um problema grave, pois demonstra que o indivíduo pode estar com um quadro profundo de depressão, desmotivado e sem qualquer interesse pela vida, o que também exige tratamento imediato.

  • Quando a ansiedade extrapola os níveis saudáveis e se torna um transtorno?

Podemos concluir que a ansiedade é fundamental para a nossa existência, desde que ela se apresente em níveis adequados. O excesso desse sentimento também é prejudicial.

Quando a ansiedade começa a ser desproporcional aos acontecimentos e a causar muito sofrimento psicológico, ou mesmo físico, ela também está “descalibrada”. Nesses casos, a ansiedade pode configurar um verdadeiro transtorno, caracterizado por sintomas como: preocupação excessiva, cansaço frequente, inquietação, irritabilidade, tensão muscular, problemas de concentração e noites mal dormidas.

Outros sintomas físicos podem incluir: alterações gastrintestinais, suor excessivo, dores de cabeça, taquicardia, palpitação, respiração ofegante e elevação da pressão arterial. Obviamente, esse tipo de ansiedade é patológico e precisa de um tratamento imediato, geralmente com acompanhamento psiquiátrico e psicológico.

Portanto, nós precisamos, sim, de ansiedade, mas em níveis funcionais. Isso significa que a ansiedade precisa existir para nos motivar a fazer o que é preciso, principalmente para nos prepararmos para os momentos difíceis, como uma prova ou uma apresentação no trabalho, por exemplo.

Ela é prejudicial se estiver tanto em níveis muito baixos quanto em níveis muito altos. A ansiedade saudável é aquela que nos leva à ação e a uma rotina de produtividade para alcançarmos os nossos objetivos. Se essa energia está em falta, ou se ela está se apresentando de forma excessiva, de um jeito ou de outro ficamos paralisados.

Portanto, agradeça diariamente pela sua ansiedade, pois ela o trouxe até aqui. Apenas não permita que ela apareça mais do que o necessário, a ponto de prejudicar a sua vida pessoal, profissional e social. Cuide-se e procure ajuda quando for necessário!

Por que as duas doenças são tão confundidas?

Nos consultórios psiquiátricos, nem sempre a pessoa chega sabendo aquilo que tem. Os sintomas podem ser confundidos, de modo que apenas o psiquiatra, entrevistando o paciente e compreendendo a sua vida, pode estabelecer um diagnóstico. Basicamente, os transtornos ansiosos e a depressão mexem com os mesmos neurotransmissores e podem ser tratados com medicações semelhantes, mas são doenças distintas.

A depressão é marcada pela perda do prazer e da capacidade de ver sentido na vida, caracterizando-se pela desmotivação, pelo pessimismo e pela falta de vontade de fazer qualquer coisa no presente. Os transtornos ansiosos, por sua vez, correspondem a um medo excessivo de tudo o que pode dar errado no futuro, pois a mente está sempre acelerada e preocupada, desencadeando os sintomas físicos e psicológicos citados acima.

As duas doenças têm alguns sintomas em comum e até mesmo podem ocorrer simultaneamente. Entretanto, apenas os médicos e os psicólogos podem fazer o diagnóstico de cada paciente, com base no seu relato e nos sintomas vivenciados. A boa notícia é que as duas condições têm cura, por meio da psicoterapia e do uso de medicamentos, quando for necessário. Por isso, em caso de suspeita, não hesite em procurar ajuda especializada!

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