Existe uma força silenciosa que cria a realidade emocional de cada ser humano. Ela não vem do que pensamos, mas do que sentimos repetidamente. Essa força é o sentimento dominante. Ele age como uma vibração constante que organiza pensamentos, direciona decisões e molda destinos.

A Psicologia Marquesiana descreve essa lei como o coração da mente emocional. O que sentimos com constância se transforma em código biológico e espiritual. Mudar o sentimento dominante é mudar o corpo, a química cerebral, as escolhas e a vida.

Emile Coué e a descoberta da emoção que comanda

No início do século XX, o farmacêutico francês Emile Coué percebeu que os pacientes que acreditavam emocionalmente na eficácia de um tratamento se curavam mais rápido do que aqueles que apenas seguiam as instruções. Essa observação deu origem à Lei do Sentimento Dominante, uma das bases da Psicologia Marquesiana.

Coué afirmava que toda ideia que ocupa a mente tende a se tornar realidade, desde que seja sentida com intensidade suficiente. O segredo não está em pensar, mas em sentir. A mente inconsciente obedece à emoção dominante, não à lógica racional.

Ele identificou três leis da sugestão emocional:

  • A primeira é a Lei da Atenção Concentrada, segundo a qual tudo o que você foca cresce.
  • A segunda é a Lei do Esforço Reverso, que mostra que quanto mais você tenta forçar algo sem emoção coerente, mais resistência o inconsciente cria.
  • A terceira é a Lei do Sentimento Dominante, que explica que o que é emocionalmente mais forte sempre vence, mesmo que racionalmente pareça falso.

A mente, portanto, não responde à lógica, mas à vibração emocional que a domina.

O Self 2 e o poder de sentir

A Psicologia Marquesiana amplia a descoberta de Coué ao relacioná-la com a estrutura dos Três Selfs. O Self 1 representa a mente racional, o Self 2 é o centro emocional e o Terceiro Self atua como guardião subconsciente.

O Self 2 é o coração simbólico da psique. É nele que se armazenam as crenças emocionais, as memórias sensoriais, os vínculos espirituais e os traumas. É também nele que o sentimento dominante se instala e, a partir dele, toda cura ou transformação começa.

Você pode afirmar racionalmente que é amado, mas se o Self 2 ainda sente abandono, a emoção vence. E o Terceiro Self registra esse sentimento como verdade vivida. Por isso, mudar a realidade exterior exige antes mudar a emoção que domina o interior.

A neurociência da emoção dominante

A neurociência confirma que as emoções moldam padrões de conectividade neuronal. Cada emoção ativa circuitos específicos, libera hormônios e neurotransmissores e altera a química do corpo.

As emoções influenciam o sistema imunológico, o metabolismo, o ritmo cardíaco e até a respiração. Quando uma emoção é sentida repetidamente, o cérebro cria um caminho químico preferencial. Essa repetição transforma o corpo em espelho do sentimento dominante.

Emoções de medo e raiva ativam a amígdala cerebral e aumentam o cortisol, gerando inflamação e ansiedade. Emoções de tristeza prolongada reduzem serotonina e dopamina, favorecendo a depressão. Já as emoções de amor, fé e compaixão aumentam a liberação de ocitocina e endorfina, fortalecendo o sistema nervoso e promovendo equilíbrio e bem-estar.

O corpo obedece à emoção que mais se repete. Ele se torna a prova viva do que a alma sente.

Como reprogramar o sentimento dominante

A emoção dominante não pode ser substituída apenas pela lógica, mas por uma experiência emocional mais intensa e verdadeira. O Método PSC, alinhado à Psicologia Marquesiana, ensina um processo prático de substituição emocional.

Primeiro, identifica-se o sentimento dominante nocivo. Em seguida, cria-se um estado ampliado de consciência por meio de oração, meditação, imaginação ativa ou visualização simbólica.

Depois, gera-se uma nova imagem emocional com carga afetiva elevada, como se ver abraçado por alguém amado ou envolvido pela presença de Deus. Essa emoção é então instalada com repetição diária, por meio de rituais, mantras, respiração e prática vivencial.

A repetição cria um novo caminho emocional e o reforço cotidiano solidifica essa verdade dentro do Self 2. Assim, o cérebro se reorganiza e a alma se cura.

A fé como sentimento dominante

A fé é a mais poderosa emoção dominante disponível à alma. Ela não é crença teórica, mas sentimento vivo. Quando alguém crê com emoção na possibilidade da cura, do perdão ou da transformação, todo o sistema corpo-mente-espírito se reorganiza ao redor dessa nova vibração.

A fé é a emoção dominante com direção espiritual. Ela é a conversa direta entre o Self 2 e Deus. É a vibração que transcende o medo e reacende a confiança no invisível.

Quando a fé é sentida, o cérebro se ilumina, a bioquímica se altera e a energia vital se eleva. A fé não espera o milagre. A fé é o milagre sentido antes de acontecer.

A nova psicologia da emoção e da fé

A proposta da Psicologia Marquesiana é unir neurociência, espiritualidade e autotransformação em uma única visão. Ela reconhece que as emoções dominantes organizam destinos e que essas emoções podem ser substituídas por sentimentos elevados.

A emoção elevada é acessada pelo Self 2, ativada pela fé e consolidada pela repetição. O cérebro, diante de um novo padrão emocional, cria novas sinapses e adota uma nova química, transformando a experiência interna e externa do ser.

Você pode ter vivido com medo por trinta anos, mas basta um minuto de amor verdadeiro, sentido e aceito, para que a alma comece a se reprogramar.

Sentir é curar

O cérebro é servo do sentimento dominante. Ele obedece à vibração emocional mais constante. Escolher o que sentir é escolher o que viver.

A alma não precisa de teorias, precisa de uma emoção nova para voltar a acreditar. A verdadeira cura começa quando decidimos conscientemente qual emoção queremos nutrir todos os dias.

Sentir é curar. Quando o amor se torna a emoção dominante, o corpo se reorganiza, o cérebro se pacifica e a alma encontra repouso.

José Roberto Marques
Mentor, escritor e fundador do IBC Coaching