Todo ser humano é um ser de luz. Todos trazem em si o sopro do Espírito, a vida — para o cristão o que brilha em nós é a luz de Cristo. Contudo, a luz que naturalmente temos, às vezes, está fraca e esmaecida. O trabalho do coach é despertar a luz no coachee. Assim como uma lâmpada precisa de um interruptor para acendê-la, precisamos, muitas vezes, de quem nos ajude a fortalecer nossa luz interior.

A luz que o coach nos ajuda a acender está sufocada pela nossa própria ignorância, no sentido de que ignoramos completamente nossas forças interiores, nossa autoestima, nosso poder. É fato que as dificuldades da vida contribuem para que percamos o brilho, mas continuamos sendo “seres de luz”. As várias sessões que compõem o processo de Coaching são responsáveis por reavivar essa chama.

Com a forte conexão criada entre coach e coachee, a aplicação de ferramentas e tarefas, rapidamente passa-se a ver coisas que antes não se conseguia, esse é o verdadeiro despertar do poder interior. Nossa ignorância é a superficialidade, é nossa expressão mais instintiva, é base dos 7 níveis da Teoria do Processo Evolutivo. Quando evoluímos mental e espiritualmente, caminhamos rumo ao desenvolvimento dessa luz. A luz é parte da nossa divindade, da nossa ligação com Deus e com todo o universo.

Se somos imagem e semelhança de Deus, com certeza sua luz brilha em nós. Eu, José Roberto, aprendi a chamar as pessoas de “ser de luz” e faço isso para que as pessoas se convençam dessa verdade. De tanto ouvirem, essa mensagem vai se introjetando e, inconscientemente, modificando uma crença muito importante sobre si mesmo.

A luz é oposição à nossa sombra. Luz e sombra constituem o que cada um de nós é. Querer ser apenas luz é um devaneio. Acreditar que somos apenas sombra é uma autopunição. Pessoas que acreditam ser apenas luz têm o hábito de julgar e se colocarem como modelo de ser humano a ser seguido. Assim, perdem oportunidades de aprender com suas próprias falhas e de se entenderem humanas, não como seres escolhidos e superiores.

Pessoas que acreditam terem apenas sombras se enfraquecem, perdem facilmente o sentido da vida e os objetivos a serem alcançados, pois sempre duvidam de si mesmas. Aumentar a nossa luz é um propósito de evolução. Evoluir sempre será uma ação no sentido da luz, pois o contrário seria uma involução. Quando nos tornamos mais solidários e empáticos, aumentamos nossa luz.

Quando nos aproximamos mais da nossa família e dos valores da benevolência e da humanidade, aumentamos a nossa luz. Assim, caminhamos sempre rumo ao encontro do nosso melhor. O papel do coach é o de conscientizar outras pessoas da natureza da evolução do ser humano, e essa natureza não exclui nossas sombras nem as adversidades. A adversidade é a única razão de existir, de viver; acabou a adversidade, simplesmente o movimento morreu.

Quando se entende isto, entende-se a base do Coaching, a ressignificação. Ressignificar é aceitar a adversidade como equilíbrio e aprendizado. Algo simples de entender, mas nem sempre fácil de praticar. Quando se entende e se pratica, é sinal de que já se conseguiu mudar de nível.

A ressignificação nos leva a uma teoria muito poderosa sobre a qual já falamos, mas que precisa novamente ser evocada, a Psicologia Positiva. Essa é a área da Psicologia que estuda o bem-estar subjetivo, saudável e, com isto, a felicidade. Quando falamos em ressignificação e em luz/sombra, falamos em buscar uma nova forma de olhar para o mundo e para nós mesmos, uma forma mais positiva e que nos impulsione à frente.

A Psicologia Positiva, diferentemente de outras abordagens psicológicas, tem foco não em doenças e problemas, mas nas forças e virtudes do ser humano. A Psicologia Positiva é a ciência que expande nossa luz, porque o seu foco está justamente nessa luz metafórica que representa nossa melhor parte, nossa parte mais positiva, forte, virtuosa, convicta, segura e feliz. Aliás, a felicidade ou o bem-estar subjetivo é o estado desejado de todas as pessoas, não é?

Na Psicologia Positiva teoriza-se sobre três tipos de felicidade: vida agradável, vida com comprometimento e vida com significado. A vida agradável traduz a forma mais superficial de felicidade, aquela voltada para o prazer e tudo que está externo. De jeito algum quero dizer que o prazer é algo ruim e banal. É muito importante termos condições de gozar de algum prazer momentâneo e, portanto, frequentar festas, shows, ter algum hobby ou algum bem material. Mas essa felicidade é passageira. A vida com comprometimento concentra-se em tudo que está dentro.

Significa comprometer-se com valores e princípios, com nossas forças interiores e virtudes. Na vida com comprometimento a felicidade nos encontra; na coerência entre nossas aspirações e forças de caráter, somos felizes por viver com verdade e honestidade — ser acima do ter Já a vida com significado reúne as premissas do prazer e também do comprometimento, mas, quando vivemos com significado, encontramos nossa missão no mundo, ou ouvimos e atendemos a um chamado.

Vida com significado é a conquista da felicidade plena, pois nos coloca em contato com algo maior que nós, nos despertando para o motivo da nossa existência. A vida com significado nos impulsiona para o servir, para a realidade de que não vivemos sozinhos, que a convivência com o outro é parte da nossa vida.

Cada vez que o ser humano vai evoluindo, vai tomando consciência de si e do mundo à sua volta, vai progredindo em novos ciclos de evolução. No estado de luz, o ser humano se entende a partir de uma identidade, missão, legado, espiritualidade. Ele passa a produzir uma congruência com as suas quatro dimensões: física, racional, emocional e espiritual. E nesta condição de luz, esse ser não consegue viver somente para si mesmo, ele tem a necessidade de compartilhar toda a sua luz, passar isso adiante.

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