As emoções que sentimos, como a alegria e a tristeza, são frutos de uma combinação causada por dois importantes e incríveis neurotransmissores do nosso cérebro. Existem muitas situações que podem fazer com que eles entrem em ação, contudo, é possível estimulá-los de forma intencional e, para isso, é necessário conhecê-los. 

Neste artigo falaremos especificamente a respeito da serotonina e da dopamina, que são conhecidos como os hormônios da felicidade e do bem-estar. Para saber mais sobre eles, é só dar continuidade à leitura!

Conhecendo a serotonina

O que é?

A serotonina é um neurotransmissor, ou seja, uma substância química produzida pelo cérebro que ajuda a transmitir sinais entre as células nervosas. Ela é sintetizada a partir do aminoácido triptofano e está presente em diversas áreas do corpo, incluindo o sistema nervoso central, o trato gastrointestinal e as plaquetas sanguíneas.

Quais são as suas funções?

A serotonina desempenha várias funções importantes no organismo, incluindo a regulação do humor, do sono, do apetite, da cognição e do funcionamento cardiovascular. Ela também está envolvida na modulação da dor, no controle da temperatura corporal e na regulação da atividade motora.

Esse hormônio faz com que o indivíduo se sinta bem, positivo e confiante. Ele desempenha um papel fundamental na forma como você se vê em relação ao mundo e às pessoas, sendo também um dos responsáveis por proporcionar boas noites de sono. Pessoas que estão com depressão, ou aquelas que se isolam da sociedade, geralmente apresentam alguma deficiência de serotonina.

Pesquisadores estudam a ligação entre a serotonina e a depressão há mais de 5 décadas. Embora inicialmente acreditassem que baixos níveis de serotonina causavam depressão, agora sabem que esse não é o caso.

A realidade é mais complicada. Embora a baixa serotonina não necessariamente cause depressão, aumentar a serotonina por meio do uso de inibidores seletivos de recaptação de serotonina é um dos tratamentos mais eficazes para a depressão. No entanto, eles levam algum tempo para trabalhar.

O que a falta de serotonina pode causar?

A falta de serotonina no organismo pode causar uma série de sintomas e transtornos, incluindo a depressão, a ansiedade, o distúrbio do pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a bulimia nervosa, o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) e a síndrome das pernas inquietas. Alterações no sono e no apetite, dificuldade em memorizar informações, sensação constante de cansaço, problemas de concentração e irritabilidade também são sintomas.

Como estimular a sua produção?

Existem algumas formas de estimular a produção de serotonina no organismo, incluindo a prática regular de exercícios físicos, a exposição à luz solar, a alimentação equilibrada e a suplementação com triptofano, que é um aminoácido precursor da serotonina. Uma maneira muito simples de manter níveis satisfatórios de serotonina é também ao lembrar-se de momentos felizes, como conquistas que tenha realizado, e ao demonstrar gratidão às pessoas ao seu redor.

Dica: alguns alimentos ricos em triptofano são: banana, leite, chocolate, atum e verduras escuras. Consuma-os com bom senso e moderação para não sobrecarregar o seu peso e causar doenças.

Além disso, alguns medicamentos antidepressivos, conhecidos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), podem ajudar a aumentar os níveis de serotonina disponíveis no cérebro. É importante lembrar que a manipulação dos níveis de serotonina deve ser feita sempre sob orientação médica, uma vez que o uso inadequado de alguns medicamentos ou suplementos pode trazer riscos à saúde.

Conhecendo a dopamina

O que é?

A dopamina, assim como a serotonina, é um neurotransmissor, ou seja, uma substância química produzida pelo cérebro que ajuda a transmitir sinais entre as células nervosas. Ela é sintetizada a partir do aminoácido tirosina e está presente em diversas áreas do cérebro, incluindo o sistema de recompensa, o sistema motor e o sistema límbico.

Quais são as funções da dopamina?

A dopamina desempenha várias funções importantes no organismo, incluindo a regulação do humor, do movimento, da cognição e do aprendizado. Ela também está envolvida no sistema de recompensa do cérebro, que é responsável por promover comportamentos saudáveis e reforçar ações positivas, despertando a motivação para agir.

É conhecido como o hormônio do bem-estar, que mantém a motivação e a sensação de se estar feliz com aquilo que se tem. Além disso, a dopamina está relacionada ao controle do ânimo, da atenção e do processamento de emoções.

O que a falta de dopamina pode causar?

A falta de dopamina no organismo está associada a uma série de sintomas e transtornos, incluindo a doença de Parkinson, a depressão, a ansiedade, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), a esquizofrenia e o vício em drogas. Também pode estar relacionada a alterações no sono, na memória e na atenção. Outros sintomas envolvidos são: crises existenciais, desânimo (inclusive por itens que antes geravam interesse), demora em realizar tarefas e falta de motivação para agir.

Como estimular a sua produção?

Existem algumas formas de estimular a produção de dopamina no organismo, incluindo a prática regular de exercícios físicos, a alimentação rica em tirosina e fenilalanina (aminoácidos precursores da dopamina), a exposição à luz solar e a realização de atividades prazerosas que ativam o sistema de recompensa do cérebro, como ouvir música, dançar, socializar e praticar hobbies

Para estimular a produção de dopamina, adquira também o hábito de traçar metas. Ao atingi-las, você terá uma grande sensação de bem-estar e autorrealização. Então, a dica é definir objetivos de curto prazo ou dividir as metas mais audaciosas em etapas, de modo que você se mantenha cada vez mais motivado para conquistar os seus resultados extraordinários. Outra informação interessante é que falar sobre si mesmo (histórias e memórias de vida e conquistas pessoais e profissionais) também estimula esse neurotransmissor. 

O auxílio medicamentoso pode ser necessário em alguns casos. Todavia, é importante lembrar que essa manipulação dos níveis de dopamina deve ser conduzida exclusivamente por um médico, pois o uso não supervisionado de certas medicações pode ser prejudicial à saúde.

Quais hábitos gerais ajudam a promover o bem-estar?

Depois de conhecer mais a respeito dos neurotransmissores serotonina e dopamina, veja que hábitos você pode adotar para que o corpo os produza com mais eficiência, recorrência e qualidade. São atitudes simples, mas que podem ajudá-lo a levar uma vida mais plena e feliz.

  • Praticar exercícios físicos com regularidade

A prática regular de exercícios físicos ajuda na produção de dopamina e serotonina. As atividades atuam promovendo o crescimento de novos receptores celulares no cérebro, produzindo dopamina e proporcionando o aumento do triptofano, que é uma substância que antecede a serotonina.

Vale ressaltar que é preciso se exercitar com equilíbrio e em um ritmo que esteja de acordo com as possibilidades do seu corpo. Realizar exercícios com uma intensidade muito acima do que de costume, além de oferecer o risco de lesões, não produz serotonina na mesma quantidade. Então, o ideal é aumentar a intensidade aos poucos, conforme for se sentindo confortável.

Outro fato interessante é que, quando você se exercita com outras pessoas, isso pode proporcionar benefícios sociais que melhoram o humor. Por exemplo, considere caminhar no parque, fazer uma aula de ioga ou participar de uma equipe esportiva recreativa com um amigo ou membro da família. As aulas de ginástica também podem ser um bom lugar para conhecer novas pessoas. Você pode aproveitar a estimulação física de um treino, enquanto recebe estimulação social também.

Os exercícios aeróbicos são mais associados a resultados positivos no tratamento da depressão. O exercício aeróbico eleva o ritmo cardíaco, o que melhora a circulação no cérebro. Isso ajuda a promover uma função cerebral saudável e uma química cerebral equilibrada. Esse tipo de atividade também oferece muitos benefícios para a saúde física. 30 minutos diários já fazem a diferença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

  • Expor-se à luz solar

Ao comparar o humor e o ânimo das pessoas no inverno e no verão, costuma-se ter a sensação de que, em dias mais quentes e ensolarados, elas se mostram mais animadas. Saiba que isso já foi comprovado por pesquisas científicas e tem relação com o fato de que no verão se toma mais sol, o que estimula a produção de serotonina e dopamina. Alguns países no norte da Europa, que sofrem com poucas horas de sol no inverno, registram um aumento de transtornos mentais nessa época.

Portanto, procure aproveitar ao máximo a luz solar, mesmo que esteja em um ambiente interno. Abrir as cortinas da sua casa e do escritório permite que a energia emanada pelo sol entre, promovendo uma sensação de mais bem-estar. Além disso, sempre que possível, tome sol durante alguns minutos, preferencialmente antes das 10h da manhã, quando ele ainda não está tão intenso. Exponha-se à claridade diariamente, mesmo que o dia esteja nublado.

  • Meditar com frequência

A prática da meditação é bastante indicada por neurologistas e psiquiatras porque ajuda a melhorar a concentração e promove a criatividade, o que beneficia o processo de aprendizagem e ajuda a manter o foco para alcançar metas. Outro benefício está ligado à produção de dopamina, que tem os seus níveis elevados quando se medita. Além disso, o fato de realizar uma atividade que ameniza o estresse da rotina permite que o corpo continue produzindo e sintetizando a serotonina.

Para iniciar, sugerimos que comece realizando a chamada meditação guiada, em que uma gravação de áudio sugere o que você deve visualizar mentalmente. Há, também, uma técnica bastante simples, que consiste na observação da respiração durante alguns minutos, o que ajuda a oxigenar o cérebro e reduzir o estresse e a ansiedade. Encontre a modalidade que mais lhe agradar e desfrute de momentos de relaxamento.

Quer acompanhar uma poderosa meditação? Assista ao meu vídeo!

  • Zelar pela qualidade das coisas em que você pensa

O seu mindset, ou seja, a sua mentalidade e a forma como enxerga e sente o mundo ao seu redor, tem grande influência sobre os níveis de serotonina e dopamina do seu corpo. Pensar em memórias felizes ajuda na produção desses neurotransmissores, pois evita que os seus pensamentos sejam tomados por negatividade, que é algo que os inibem. Além disso, esse pensamento mais equilibrado faz com que você tenha uma atitude mais otimista perante a vida.

Isso não deve, porém, ser confundido com a positividade tóxica. Forçar-se a sentir-se sempre bem, mesmo quando as coisas estiverem difíceis, é muito negativo, pois gera frustração e compromete a atividade desses hormônios. Portanto, tente ver o lado positivo das coisas, mas de forma natural, sem forçar-se a nada.

Invista em atividades que façam com que você se sinta feliz, como ouvir uma música de que goste, encontrar os amigos e passar momentos agradáveis com as pessoas a quem ama. Evite se deixar levar por sentimentos de desânimo e desmotivação e combata-os com pequenas atitudes que promovam o bem-estar. Valorizar as pequenas alegrias da vida ajuda a manter os níveis de dopamina e serotonina sempre elevados.

Um alerta importante

Se, mesmo mudando de hábitos, você perceber que está se sentindo sem ânimo, o ideal é procurar ajuda médica. Dessa forma, poderão ser realizados os exames necessários para verificar como está a produção dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e, caso necessário, definir o tratamento mais indicado. 

Todos têm o direito de se sentirem felizes, incluindo você. Portanto, busque se conhecer na essência, entender os seus sentimentos e estimular aquilo que faz bem a você. Cuide-se!

E você, ser de luz, tem agido no sentido de estimular a sua produção de serotonina e dopamina? Como? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!