Um vício, de acordo com o dicionário, é uma atividade nociva, ou seja, prejudicial, que fazemos repetidamente e da qual temos dificuldade em nos livrar. O alcoolismo e o uso de drogas provavelmente passaram pela sua mente ao ler essa definição. Mas e quanto aos vícios emocionais? Você já ouviu falar neles? Nesse caso, estamos falando de pessoas que são “viciadas” em sentir sempre as mesmas coisas, como se fossem incapazes de sair daquele estado emocional — o que não é verdade.
Neste artigo, você vai compreender o que são os vícios emocionais, por que eles aparecem, quais são as consequências que promovem e o que podemos fazer para solucionar o problema. Siga em frente e tenha uma ótima leitura!
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O que são vícios emocionais?
Um vício emocional é o hábito que um indivíduo apresenta de sentir de forma recorrente uma mesma emoção negativa, que pode ser a tristeza, a raiva, a insegurança, o estresse etc. Ainda que essas emoções sejam essencialmente negativas, o indivíduo que as sente, como em qualquer outro tipo de vício, sente algum tipo de prazer ao vivenciar esses sentimentos.
Dessa forma, ele procura experimentar sempre as mesmas sensações e quase sempre não faz ideia de que age dessa maneira. Esse indivíduo crê que esse comportamento é normal, mas desconhece o fato de que viver repetidamente emoções negativas (por mais que lhes pareçam prazerosas no momento) traz consequências graves à saúde física e mental.
Os vícios emocionais surgem quando as pessoas, por conta própria, procuram experiências que despertem emoções negativas, o que as leva a sentirem-se presas a uma realidade que não conseguem alterar. Na verdade, elas não percebem que essa realidade lhes faz mal, querendo sempre mais — como ocorre em qualquer vício.
Por que os vícios emocionais surgem?
Os vícios emocionais podem surgir por uma infinidade de fatores. O principal deles, porém, é a própria história de vida do indivíduo. Se ele passou por uma exposição frequente a determinados acontecimentos que despertaram essas emoções negativas, isso pode gerar uma predisposição ao vício por essas sensações.
A infância, em particular, é um período bastante determinante para que isso aconteça. Se a criança foi exposta com frequência a estímulos emocionais negativos, ela pode começar a acreditar que aquela é a única realidade que existe, acostumando-se a esses sentimentos. Esse processo pode levar ao surgimento dos vícios emocionais.
Como resolver o problema?
Para solucionar os quadros de vícios emocionais, como ocorre em outros exemplos de vícios, é importante diagnosticar o problema e ser persistente a fim de bloquear os gatilhos e desenvolver novos comportamentos. O processo pode ser lento, mas, gradativamente, podem ser feitos bons progressos, sobretudo com o auxílio profissional. A superação dos vícios emocionais consiste em um conjunto de novos comportamentos, conforme você vai ver na sequência.
1. Conheça os seus vícios emocionais
Como citamos, o diagnóstico é o primeiro passo para resolver um problema. Sendo assim, fique atento às emoções que você sente ao longo do dia, especialmente, é claro, às emoções negativas.
Se você suspeita que esteja emocionalmente viciado, anote os seus sentimentos negativos sempre que eles surgirem. Em um caderno ou no próprio bloco de notas do seu celular, registre esses sentimentos, de preferência citando o dia da semana e o horário em que ocorreram. Isso o ajudará a conhecer um pouco mais do seu padrão emocional, identificando as emoções negativas que se repetem com mais frequência.
2. Adquira consciência acerca dos seus comportamentos
Ao fim de cada dia, consulte o seu registro de emoções. Analise cada uma delas, fazendo a si mesmo duas perguntas: 1- Quais fatores ou acontecimentos levaram ao surgimento dessa emoção? 2- Como você reagiu ao ser tomado por esse sentimento?
Essa reflexão fará com que você se aprofunde no estudo do seu padrão emocional, identificando os contextos que despertam esses sentimentos (os chamados “gatilhos”) e quais atitudes você tem demonstrado e que não têm solucionado o seu problema. Essa perspectiva fará com que você perceba que esses sentimentos são reais e que podem ser revertidos, desde que você faça alterações na sua conduta — no que diz respeito à sua exposição a esses gatilhos e às suas reações diante dos fatos da vida.
3. Concentre a sua atenção no momento presente
Ao sentir uma emoção negativa, você não deve gostar dela, mas também não precisa reprimi-la, como se fosse um crime senti-la. Apenas foque no momento presente e observe o que você está sentindo. Entenda que se trata apenas de uma emoção, e não de um estado definitivo. Ela vai passar.
Antes de tomar qualquer decisão ou de chegar a qualquer conclusão, perceba que essa emoção negativa surge para fazer com que você modifique algo na sua realidade que não está satisfatório. Compreenda que isso não lhe faz bem, e que não faz sentido gostar de um sentimento negativo. Ele dói justamente para que você modifique algo.
4. Cuide da sua saúde física e mental
Para ajudar-lhe a focar no momento presente, há duas práticas essenciais e que promovem saúde: a meditação e o exercício físico. Preferencialmente, pratique-os diariamente. Em conjunto, ambos os processos promovem foco e compreensão de si mesmo (autoconhecimento).
Além disso, esses hábitos produzem endorfinas, que são substâncias que geram bem-estar, de modo que você perceba que as emoções positivas devem ser buscadas, e não as negativas. A respiração consciente, a ioga e a própria alimentação equilibrada também geram saúde física e mental, reduzindo o estresse.
5. Procure ajuda profissional
As quatro etapas acima englobam análise, diagnóstico, identificação da necessidade da mudança em determinados comportamentos e a substituição de hábitos nocivos por hábitos saudáveis. Por mais que no papel as coisas pareçam lógicas e simples, o processo pode não ser tão fácil na vida real.
Para auxiliá-lo nessa superação dos vícios emocionais, procure ajuda profissional — mais especificamente dos psicólogos. Esses profissionais não vão julgar você, mas vão levá-lo à reflexão para identificar os seus comportamentos nocivos e para orientar-lhe na adoção de novas atitudes, que sejam mais saudáveis na busca por emoções realmente felizes.
Os vícios emocionais são hábitos prejudiciais que levam as pessoas a vivenciar sempre as mesmas sensações negativas. Sair deles depende de autoanálise, reflexão, mudança de crenças e desenvolvimento de novos comportamentos. É possível viver sem esses vícios e ser verdadeiramente feliz. Procure ajuda!
E você, ser de luz, já passou por algum momento de vício emocional? Como lidou com esse fato? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!