No decorrer da vida, muitas pessoas experimentam uma grande vontade de sumir, querendo, na realidade, deixar para trás tudo o que causa aflições e angústias. Nesses momentos, o trabalho, os relacionamentos, os sentimentos, parece que tudo deixa de fazer sentido, e o desejo é simplesmente desaparecer.

O que as pessoas desejam, na verdade, é que o turbilhão de emoções que estão sentindo cesse. Para superar essa sensação ruim, o primeiro passo é entender que não adianta fugir se o problema está corroendo o seu coração ou a sua mente. É preciso entender e enfrentar o que se passa.

Se você se identificou com essa questão, continue acompanhando este artigo para entender melhor essa fase pela qual está passando e aprender o que fazer na prática para superá-la definitivamente!

De onde vem essa vontade de sumir?

A vontade de sumir pode ser um sinal de que a pessoa está enfrentando dificuldades emocionais ou psicológicas. Existem várias razões pelas quais alguém pode sentir essa vontade. Confira as mais comuns na sequência.

Sobrecarga emocional

Quando uma pessoa experimenta muitas emoções negativas por um período prolongado de tempo, como estresse, ansiedade, tristeza, desesperança e desespero, ela pode sentir uma vontade de escapar de tudo e de todos, incluindo de si mesma. Isso pode acontecer pelos mais diversos motivos: conflitos familiares, perda de pessoas queridas, doenças graves, término de relacionamentos, crises financeiras, dificuldades na vida profissional, entre outros.

Sensação de impotência

Além da sobrecarga emocional que citamos acima, um fator agravante à vontade de sumir é a sensação de impotência. Ela ocorre quando a pessoa identifica os problemas que estão ocorrendo, mas acredita que não pode fazer nada para resolvê-los. Quando uma pessoa sente que não tem controle sobre a sua vida ou que está presa em uma situação que não pode mudar, ela pode se sentir impotente e querer fugir da realidade. Mas fica o questionamento: será mesmo que não há nada a fazer?

Isolamento social

Quando uma pessoa se sente sozinha e isolada socialmente, pode sentir uma vontade de sumir como uma forma de escapar dessa solidão. Nesse sentido, é importante diferenciar a solitude da solidão: a solitude é o ato de ficar só em alguns momentos por vontade própria (algo que a pessoa considera positivo), enquanto a solidão é sentir-se isolado e não pertencente a um grupo (algo que a pessoa considera negativo), o que gera tristeza e vazio — nesse caso, falta uma rede de apoio.

Traumas passados

Pessoas que sofreram traumas ou abusos no passado podem sentir uma vontade de sumir como uma forma de lidar com a dor emocional. Esses casos são particularmente relevantes porque, ainda que os fatos tenham ocorrido em um passado distante, as suas consequências são sentidas até a atualidade: medos, tristezas, ansiedade, dificuldade de confiar nas pessoas, entre outros. Com frequência, aqueles que não trabalham na superação desses traumas vivenciam essa vontade de sumir.

Pressões sociais

Por fim, pessoas que se sentem sobrecarregadas pelas expectativas sociais ou que se sentem inadequadas podem sentir uma vontade de escapar de tudo. É sabido que a vida em sociedade frequentemente impõe determinados padrões de vida: situação financeira, posses materiais, forma física, estrutura familiar, cargos profissionais, e por aí vai. Todos esses fatores geram pressões sobre as pessoas, sobretudo sobre as que não se encaixam nesses padrões, o que pode gerar angústia.

Todas essas questões podem ter uma série de causas: problemas conjugais, brigas familiares, crises financeiras, desemprego, sobrecarga de trabalho, preconceitos sofridos, doenças, cuidados com familiares doentes, perdas de entes queridos, entre outros.

Transtornos mentais

Em alguns casos, a vontade de sumir pode ser um sinal de algum problema de saúde mental subjacente, como depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de personalidade borderline (TPB), entre outros. É importante que as pessoas que sentem essa vontade procurem ajuda profissional de um psicólogo ou médico psiquiatra para avaliar e tratar quaisquer problemas de saúde mental subjacentes. Só esses profissionais podem prover o tratamento adequado.

Por que a falta de autoconhecimento gera esse sentimento?

Em grande parte dos casos, esse sentimento de inadequação ao ambiente se deve à falta de autoconhecimento. Isso mesmo, algo que parece tão simples, mas que muitos nunca pensaram a respeito, é um elemento essencial para que qualquer indivíduo consiga se entender e se sentir bem consigo, mesmo nos momentos de dificuldade e aflição.

Sem o autoconhecimento, uma pessoa é como um viajante sem um mapa e um destino, que simplesmente segue sem saber qual é o real caminho que deseja trilhar. Assim, o indivíduo toma rumos que, talvez, nada tenham a ver com os seus desejos e convicções — por apenas seguir o que acredita ser o seu destino ou por ir pelas ideias de terceiros. Então, ao perceber que está chegando a um local completamente diferente da sua verdadeira essência, a pessoa sente vontade de desaparecer dali.

Essa vontade de sumir é o preço que muitos pagam por não terem olhado para si, se observado, descoberto quais são os seus verdadeiros sonhos e o seu propósito de vida. Entretanto, apesar de ser uma fase delicada e dolorosa, pode ser também um momento extraordinário de recomeço e redescoberta. Uma oportunidade de, assim como a ave mitológica fênix, renascer das cinzas, fortalecer a si mesmo e voar para chegar aonde deseja.

O que fazer quando surgir essa vontade de sumir?

Esse é um momento de insegurança, incertezas e confusão de ideias e sentimentos. É natural não saber como agir, principalmente porque não há vontade para isso. Contudo, é importante que você aja para que possa reencontrar o seu caminho e a sua felicidade e entender tudo com mais clareza.

Por mais que hoje tudo pareça estar perdido, não está! Isso quer dizer que você continua tendo o mesmo direito de ser feliz. Por isso, leia com carinho cada uma das dicas que daremos a seguir e coloque-as em prática para vencer essa sensação aflitiva, superar os seus problemas e voltar a ter qualidade de vida.

1. Assuma a responsabilidade pelo que você sente

Em primeiro lugar, por mais que você tenha chegado a esse ponto por conta da influência de outras pessoas, culpá-las não o levará a lugar algum. Por mais duro que pareça assumir a responsabilidade em relação ao seu estado atual, essa atitude é essencial para conseguir sair dele. Mesmo que a insistência externa seja forte, lembre-se de que apenas fazem conosco aquilo que nós permitimos. 

Por outro lado, evite se culpar por isso, pois esse sentimento também não o levará a parte alguma. Escolha se responsabilizar, assumir o controle e voltar a escrever a sua própria história. Entenda que nem tudo está sob o seu controle, mas boa parte está!

2. Cuide de si — física e mentalmente

Olhe para si e veja o ser de luz extraordinário que você é e que, por isso, merece ser tratado com todo o cuidado e carinho. Nesse sentido, procure fazer coisas de que você gosta e que fazem bem. Talvez sair para dar um passeio com uma pessoa de que goste muito, ler um livro, ir ao cinema, saborear o seu prato preferido, enfim, tirar um pouco o foco do estresse e da vontade de sumir seja uma boa ideia.

Além disso, jamais negligencie a sua saúde física e mental. Existem diversas doenças que afetam a sua visão do mundo e de si mesmo que precisam ser prevenidas. Por isso, coloque em prática algumas atitudes saudáveis:

  • Regularize o seu sono, com uma média de 8 horas por noite;
  • Pratique atividades físicas regularmente;
  • Hidrate-se e alimente-se de forma equilibrada, diversificando os grupos nutricionais e evitando, sempre que possível, alimentos altamente industrializados e processados;
  • Medite ou vivencie a sua espiritualidade para amenizar o estresse;
  • Tenha uma agenda, por meio da qual você possa anotar as suas obrigações e equilibrar a forma como dedica o seu tempo às diferentes áreas da vida: pessoal, profissional, social, familiar, amorosa, financeira, espiritual etc.

3. Ouça a sua voz interior

Chega o momento de vencer a vontade de sumir e, para isso, é necessário começar a se encontrar. Então, é importante que você busque ouvir a sua voz interior, de modo que descubra quais são as circunstâncias que o estão incomodando e causando o seu desejo de desaparecer. Identifique os gatilhos.

Conecte-se com o seu eu interior e observe como se sente em relação a tudo o que o cerca: a sua vida profissional, os seus relacionamentos, os seus sonhos, a sua família. Vale lembrar que esse é um exercício diário, que deve ser realizado sempre, mesmo quando tudo vai bem, porque é esse o segredo para manter-se no caminho do equilíbrio.

4. Reflita sobre a sua vida até aqui

Agora, a reflexão deve ser focada em alguns pontos específicos da sua vida. Encontre a resposta para a seguinte pergunta: nos momentos em que estava feliz, o que você estava fazendo? Depois disso, pense no que o desviou desse caminho e o trouxe até aqui, para essa fase cheia de dúvidas e angústias.

Muitas vezes, o que acontece é que o indivíduo permite que os desejos de terceiros sejam maiores dos que os dele. Assim, ele se esforça ao máximo para agradar e atingir as expectativas de familiares, amigos e da sociedade de forma geral — e não se atenta ao fato de que, agindo assim, corre o risco de desagradar a si mesmo.

Muitos casos de ansiedade e depressão têm a sua origem nessa vida inautêntica, em que a pessoa vive apenas para o outro. Além disso, também podem ser causados por expectativas irreais, em que idealizamos a vida e queremos que tudo saia perfeito — mas a realidade não é assim. Portanto, procure sentir-se bem, mas entenda que isso não ocorrerá sempre — e isso é normal e ocorre com todo mundo!

5. Tome a si mesmo como uma prioridade

Ao adquirir essa consciência, você saberá o que precisa fazer para reencontrar o seu caminho e trazer a sua felicidade de volta. Faça desse um momento apenas seu, em que a prioridade é o seu bem-estar e a sua felicidade. Lembre-se de que não se trata de uma atitude egoísta, mas sim de amor próprio, pois apenas conseguimos ser bons para os outros quando nos amamos em primeiro lugar.

Contudo, é fundamental que você aja com cautela, de modo que não tome decisões importantes no calor do momento. Portanto, reflita, converse com pessoas da sua confiança e descubra qual é a melhor maneira de voltar a se sentir parte da sua própria história. Isso pode envolver priorizar a si mesmo e aprender a dizer “não” em alguns momentos.

Veja o vídeo a seguir e descubra como a meditação pode ajudá-lo a atrair positividade!

6. Procure ajuda especializada

Por fim, é importante dizer que existem casos em que a vontade de sumir é um sintoma de depressão ou de outros transtornos psicológicos. Aliás, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essas frases do tipo “eu quero sumir do mundo” podem até mesmo indicar a vontade de tirar a própria vida, o que deve ser visto com extrema seriedade. Se você perceber que está muito complicado lidar com esse sentimento, não hesite em pedir o apoio de familiares e amigos e de procurar ajuda profissional. 

Um médico especialista poderá entender melhor o que está sentindo e, assim, definir qual é o tratamento mais indicado que o ajudará a superar essa fase e recomeçar. Para esses casos, os profissionais a serem consultados são o médico psiquiatra e o psicólogo. O trabalho conjunto desses dois especialistas produz os melhores resultados.

Como o coaching pode ajudar?

Se a sua “vontade de sumir” não se enquadrar nos casos graves descritos acima (que demandam orientação médica e psicológica), o processo de coaching pode ser útil, sobretudo no reencontro do seu propósito de vida.

O coaching pode ser uma ferramenta valiosa para quem experimenta o sentimento de “vontade de sumir”, ajudando a compreender as origens desse estado emocional e a transformá-lo em ações construtivas. Por meio de um processo orientado, o método auxilia o indivíduo a identificar os gatilhos que estão gerando essa sensação, que muitas vezes está associada ao acúmulo de estresse, insatisfação ou falta de propósito.

Com técnicas que promovem o autoconhecimento, o coaching permite que a pessoa reflita sobre as suas emoções, valores e objetivos. Isso ajuda a criar clareza sobre o que está realmente causando o desconforto e quais mudanças podem ser implementadas para aliviá-lo. Além disso, o coach oferece apoio para estabelecer metas realistas e desenvolver estratégias para enfrentar desafios de maneira saudável, reduzindo a sensação de sobrecarga.

Outro benefício do coaching nesse contexto é o fortalecimento da inteligência emocional e da resiliência. Essas habilidades são essenciais para lidar com situações difíceis, melhorar a capacidade de tomar decisões e cultivar uma perspectiva mais positiva sobre os desafios da vida.

Em vez de fugir dos problemas, o coaching encoraja o indivíduo a enfrentá-los com ferramentas práticas e eficazes, promovendo um equilíbrio entre as demandas externas e as necessidades internas. Dessa forma, o indivíduo consegue transformar a vontade de “sumir” em uma oportunidade de crescimento pessoal e de maior conexão com os seus verdadeiros propósitos.

Conclusão

Que este artigo tenha ajudado você a entender os motivos que podem estar causando a sua vontade de sumir e encontrar o caminho para a sua felicidade. Por isso, erga a sua cabeça, olhe para frente, mude o que precisa ser mudado e vá ao encontro da sua verdadeira essência.

Lembre-se de que independentemente do seu problema, tudo na vida tem uma solução. Assim, o que hoje parece um grande caos, amanhã pode ser fonte de grandes crescimentos para você. Busque ser resiliente e mantenha-se otimista, pois estar positivo pode verdadeiramente ajudá-lo a vencer tudo isso. Não há mal que dure para sempre!

Além disso, saiba que há outras pessoas que podem ajudá-lo, como os membros da sua rede de apoio — amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho etc. Por fim, você também pode recorrer ao auxílio do processo de coaching ou, nos casos mais graves, de médicos e psicólogos.

E você, querida pessoa, já passou por esses momentos de “vontade de sumir”? Como lidou/lida com eles? Deixe o seu comentário no espaço a seguir. Além do mais, que tal levar estas informações a todos os seus amigos, colegas de trabalho, familiares e a quem mais possa se beneficiar delas? Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!