A palavra vulnerabilidade costuma ser vista como um sinônimo de fraqueza e fragilidade. Contudo, no artigo de hoje irei mostrar que ela também pode ser um valor psicológico e contribuir para o desenvolvimento humano. Continue acompanhando e entenda o quanto se permitir estar e se mostrar vulnerável pode ser transformador e, curiosamente, proporcionar força e autoconfiança.
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Entenda o que é a vulnerabilidade como valor psicológico
Imagine duas pessoas que trabalham em uma mesma empresa, vamos chamá-las de Cláudia e Fernanda. A primeira é do tipo perfeccionista, tem pavor a críticas e, portanto, está sempre fazendo além do que lhe é pedido para evitar que coloquem algum defeito em seu trabalho. Fernanda é igualmente competente, mas não tem medo de se mostrar vulnerável, inclusive, ela gosta de ouvir feedbacks, pois acredita que eles podem ajudá-la a evoluir e aperfeiçoar as suas habilidades.
Considerando essas informações, qual delas acha que é mais feliz? A resposta para essa pergunta é Fernanda, afinal, ela vive com muito mais tranquilidade, se dedica sem temer que alguém aponte algum defeito nas coisas que faz e ainda desfruta das críticas para aprender e se desenvolver. Já Cláudia, por mais que consiga obter resultados fantásticos em tudo o que faz, é motivada pelo medo das críticas e não pelo desejo de evoluir. Assim, essa grande pressão interna acaba lhe fazendo um grande mal, gerando ansiedade e outros problemas.
É preciso dizer que Fernanda não tem nenhuma característica especial, além da coragem de se mostrar como é, porque todos os seres humanos são vulneráveis. Por mais que pareçamos estar protegidos e seguros em determinadas situações, estamos correndo riscos a todo o momento, de falarmos algo e nos arrependermos, de magoarmos alguém, de nos magoarmos e assim por diante. Estar vulnerável significa estar vivo e isso é maravilhoso!
Permita que sua vulnerabilidade seja a sua força
A palavra vulnerabilidade é derivada do latim vulnerare, que significa “ferido”, e descreve o potencial do ser humano de ser ferido física e psicologicamente. Geralmente, as pessoas consideram a vulnerabilidade como uma fraqueza e o oposto da resiliência e, no fundo, somos todos inerentemente vulneráveis a lesões físicas e psicológicas.
Nossas principais vulnerabilidades psicológicas são emoções de vergonha, culpa e medo. Além disso, também enfrentamos o medo de tomar uma decisão errada, confiar na pessoa errada, escolher a carreira errada ou ser inadequado para realizar uma tarefa, resultando em fracasso. Não há nada filosófico ou abstrato em todas essas ansiedades, elas são apenas parte do papel de ser humano em meio a um mundo com tantas incógnitas, riscos e perigos.
Paradoxalmente, é esse profundo sentimento de inadequação que nos leva a buscar o aprendizado e a evolução. Afinal de contas, assim como, por um lado, a vulnerabilidade pode nos colocar em risco e gerar danos físicos e emocionais, por outro ela pode ser a porta de entrada para a resiliência, a criatividade e a transformação pessoal. A questão está em saber usá-la como uma ferramenta que funcione a seu favor e não contra você.
7 Dicas para usar a vulnerabilidade a ser favor
Agora que entendeu essa outra face da vulnerabilidade e seus benefícios, aproveite para conferir sete dicas que irão te ajudar a usá-la a seu favor e, assim, se tornar mais forte e resiliente.
1 – Saiba exatamente quem você é
Em primeiro lugar, é preciso que saiba exatamente quem você é, assim, evitará se abalar com uma crítica relacionada ao seu trabalho, por exemplo, porque saberá que ela se refere a algo pontual e que não é pessoal. O fato de alguém não ter gostado de algum detalhe de um projeto seu não significa, nem de longe, que você é um incompetente, aceitar sua vulnerabilidade te ajudará a identificar isso.
2 – Prefira a excelência ao perfeccionismo
Aqueles que se deixam levar pelo perfeccionismo, geralmente o fazem pelo grande medo que sentem de receber críticas. Se deseja se libertar dessa pressão, escolha sempre buscar a excelência, assim, irá dar o seu melhor, mas sem a cobrança de deixar tudo perfeito. Então, caso alguém faça uma crítica, irá analisá-la com tranquilidade e identificar se pode ou não agregar.
3 – Se abra para o novo
Se costuma ter medo do novo, saiba que, para utilizar sua vulnerabilidade como valor psicológico, precisará aprender a lidar com ele. Para isso, comece a fazer pequenas mudanças em seu dia a dia, fugindo um pouco da rotina, saindo da zona de conforto, e, assim, abraçando cada vez mais as novidades.
4 – Tenha a inovação como um objetivo
Nunca se falou tanto em inovação e nos benefícios que ela pode nos trazer. Desse modo, se tem um perfil um pouco mais conservador, experimente inovar. Mesmo que realize determinada tarefa da mesma maneira há anos e que isso traga bons resultados, experimente tentar outras formas e, quem sabe, obter resultados ainda melhores.
5 – Compartilhe seus sentimentos
Aceitar a própria vulnerabilidade inclui olhar para os próprios sentimentos com naturalidade, sem o desejo de se livrar deles. Falar a respeito do que sente com alguém da sua confiança pode ser bastante positivo, para que aceite seus medos e inseguranças e entenda que eles não precisam te parar, pelo contrário, podem ser o combustível para que se fortaleça e evolua.
6 – Confie que poderá lidar com os resultados
Um dos grandes medos das pessoas perfeccionistas é ter que lidar com resultados que elas julgam que não irão conseguir. E a verdade é que elas conseguem, mesmo que sofram, poderão trabalhar esses sentimentos dentro de si e seguir em frente. Portanto, confie em si mesmo e acredite que é forte e que poderá lidar com qualquer coisa.
7 – Entenda que os riscos são necessários para crescer
Por fim, é preciso entender que se mostrar vulnerável perante a vida é essencial para se desenvolver. Se lembra da Fernanda que citei como exemplo no início do artigo? Ela assume riscos, aceita críticas e, por essa razão, se desenvolve muito mais do que a Cláudia, que se fecha em seu próprio mundo e busca a perfeição por conta do medo de parecer imperfeita.
Brené Brown, uma pesquisadora norte americana que se dedica a estudar sentimentos humanos, afirma que a vulnerabilidade é a nossa medida mais precisa de coragem. Então, lhe pergunto, em uma escala de 0 a 10, o quanto se considera uma pessoa corajosa? Deixe sua resposta nos comentários abaixo e aproveite para compartilhar o artigo em suas redes sociais.
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