18É bastante desafiador reconhecer os próprios pontos cegos como líder, muito menos observá-los minuciosamente. Mas, mesmo com essa dificuldade para identificá-los, suas consequências são claras. Os pontos cegos dos líderes têm efeitos de amplo alcance em uma organização. Contudo, essas desvantagens não costumam ser expostas por uma simples razão: o medo inevitável de expor o lado negativo do chefe.

Não há muitas pessoas ousadas o suficiente para alertarem os seus líderes sobre imperfeições profissionais. Ao invés disso, elas tentam trabalhar em torno das fraquezas dos gestores e se adaptar da forma como podem. Isso é ruim porque pode acabar desestabilizando a equipe e o clima organizacional.

Se você lidera uma equipe, é importante refletir para verificar quais são os seus pontos cegos nessa função. Assim, poderá se planejar para realizar as mudanças que forem necessárias para se tornar um líder cada vez melhor. Continue lendo para saber mais.

 Principais Pontos Cegos dos Líderes

Os chamados pontos cegos dos líderes são comportamentos que supervisores podem ter sem perceber e que prejudicam sua atenção à frente de uma equipe. Veja quais são os principais e aproveite para fazer uma autoanálise. Apenas lembre-se de que o intuito não é se julgar e sim se observar para encontrar pontos para evoluir e se desenvolver.

Necessidade de ter razão

Para alguns líderes, a necessidade de estar certo é mais forte que a de considerar todos os fatos e possivelmente admitir uma deficiência em sua opinião, diretriz ou plano. Supervisores que agem dessa forma se tornam autoritários, levando os liderados a seguirem as ordens por medo e não por estarem motivados.

Foco em autopromoção

Esse tipo de líder se concentra em si mesmo, direcionando uma energia considerável em suas pautas pessoais. São pessoas que visam receber créditos pelas realizações e achar alguém para culpar quando algo estiver errado.

É um tipo de atitude inadequada porque líderes devem ter, acima de tudo, espírito de equipe. Por mais que sejam eles à frente do time, precisam reconhecer os esforços de todos e assumir as responsabilidades pelos erros cometidos.

Falta de controle

São altamente competitivos e frequentemente têm relações frágeis com seus colegas de trabalho. Eles possuem uma forte tendência a ver as pessoas como ameaças e acreditam que, de alguma forma, elas possam ofuscá-lo.

A falta de controle afeta o aspecto emocional, assim, o indivíduo acaba ficando desestabilizado a qualquer problema ou desentendimento. E o estado de espírito do líder geralmente dá o tom do ambiente, fazendo com que a convivência seja marcada por medo e tensão.

Ambição e falta de realismo

Líderes demasiadamente exaltados costumam ter funcionários confusos, que estão inseguros quanto às prioridades e visão da organização. O excesso de metas destrói a confiança e o sentimento de realização dentro de sua área de influência.

Isso ocorre porque o fato de a equipe ser levada a se engajar em muitas coisas ao mesmo tempo compromete o alcance desses objetivos. O melhor a fazer é direcionar esforços a um objetivo, no máximo dois, por vez.

Falta de preocupação com o fator humano

Os líderes que têm esse ponto cego pressionam as pessoas como se fossem máquinas, sem se preocupar com os conflitos emocionais que podem causar. Uma pessoa da equipe que não esteja disposta a trabalhar por excessivas horas é taxada como descomprometida.

Hoje, sabemos que o capital humano de uma empresa está entre os seus principais recursos. E pessoas que não estão se sentindo verdadeiramente acolhidas, respeitadas e valorizadas possivelmente não terão o desempenho esperado.

7 Dicas para superar os pontos cegos dos líderes

Depois de saber mais a respeito dos principais pontos cegos dos líderes, confira dicas de como superá-los para liderar de forma positiva. Assim, a equipe será inspirada a dar o seu melhor naturalmente e não por sentir medo.

1. Lidere pelo exemplo

O primeiro passo que qualquer profissional que tenha um cargo de liderança deve dar é inspirar a equipe através do exemplo. Então, se deseja que os colaboradores se comportem dessa ou daquela maneira, comece você se comportando assim. Pontualidade, trabalho colaborativo e respeito com os colegas são alguns exemplos de ações que devem ser ensinadas por meio de exemplo.

2. Tenha humildade

Ser humilde nada tem a ver com se colocar como alguém inferior aos demais. Um líder precisa ter humildade para reconhecer que não sabe tudo e que, embora tenha um cargo de maior responsabilidade, pode aprender muito com todos na empresa. A partir dessa postura, atitudes inadequadas e arrogantes serão evitadas.

3. Comunique-se com clareza

A comunicação é uma habilidade extremamente importante dentro de uma empresa. Para que todos se comuniquem com clareza, isso deve partir daqueles que ocupam cargos de liderança. Assim, as informações irão fluir dentro da organização, garantindo que todos estejam sempre bem informados em relação a tudo o que for relevante.

4. Busque orientação com outros líderes

Podemos aprender muito através da troca de experiências com profissionais que tenham mais tempo de estrada. Então, se na empresa em que trabalha há líderes mais experientes, converse com eles. Tire dúvidas, ouça suas histórias, peça sugestões. Essa atitude ajuda muito a identificar e superar os pontos cegos da liderança.

5. Trabalhe o controle emocional

Todo profissional deve buscar desenvolver o controle emocional, especialmente aqueles que têm cargos de liderança. Isso pode ser feito de várias formas, mas a principal e mais importante delas é o autoconhecimento. Quando você se observa, se questiona e se acolhe, consegue entender exatamente sua essência e é isso que te ajudará a controlar suas emoções em vez de se tornar refém delas.

6. Aprenda através dos seus erros

No segundo tópico falamos sobre a importância da humildade e ela é fundamental neste tópico também. Um líder que se mostra humilde consegue reconhecer os seus erros e, assim, aprender lições poderosas através deles. Sem essa autorresponsabilização o aprendizado não acontece, porque o orgulho não permite.

7. Peça feedbacks aos liderados

Por fim, lembre-se de sempre pedir feedbacks aos seus liderados, dando liberdade para que compartilhem a visão deles sobre a sua liderança. Para que as respostas sejam realmente sinceras, é necessário deixar claro que está totalmente aberto a ouvir. Afinal, caso contrário, eles farão apenas elogios por medo de sofrerem retaliações.

E você, em uma escala de 0 a 10, o quanto se considera um bom líder? Conseguiu identificar algum dos pontos cegos apresentados em seu comportamento? Deixe suas percepções abaixo e aproveite para compartilhar o conteúdo em suas redes sociais para passar a reflexão adiante!