Amor e Ódio

lassedesignen/Shutterstock Entenda porque tanta gente ama e “odeia” seu trabalho!

Hoje o trabalho é considerado uma necessidade natural do homem e um fator de dignidade humana, mas nem sempre ele foi visto sob essa perspectiva, o que pode explicar a relação de amor e ódio  de muitos ao laboro. Alguns, por exemplo, dizem que a segunda-feira é o pior dia da semana e a sexta-feira o melhor, considerando os dias de tarefas e os de descanso.

A História de Amor e Ódio ao Trabalho

A origem etimológica da palavra “trabalho” demonstra uma visão árdua da atividade laboral, pois seu significado se confundia com o de sofrimento ou de infortúnio. O termo vem do latim vulgar tripalium, que era um instrumento feito de três paus aguçados, com ponta de ferro, no qual os antigos agricultores batiam os cereais para processá-los.

Na tradição judaico-cristã, o trabalho está associado à noção de punição, maldição, pois seus preceitos se baseiam na referência da bíblia de punição do pecado original. Nela, o trabalho é apresentado como uma necessidade que leva à fadiga e que resulta de uma maldição: “Comerás o pão com o suor de teu rosto” (Gn 3, 19). Decorrem desse princípio bíblico os sentimentos de obrigação, dever e responsabilidade.

A equiparação entre trabalho e sofrimento não era a de simples cansaço; ela representava, também, uma condição social. Por isso, é importante desagregar esses conceitos arcaicos e fazer do trabalho uma fonte de satisfação.

No final da Idade Média (século XV), o trabalho passou a ter um sentido positivo, enquanto ação autocriadora; e o homem, em seu trabalho, era senhor de si e da natureza.

Assim, houve uma valorização positiva do trabalho, o qual passou a ser considerado um espaço de aplicação das capacidades humanas e de empenho, sendo esse o esforço para atingir determinado objetivo.

Porém, no Brasil, até o final do século XIX, ainda predominava o trabalho escravo. Possivelmente, muitos brasileiros ainda sofrem essas influências, especialmente se considerarmos que recebemos de nossos antepassados, além dos registros genéticos, os registros emocionais, os princípios e valores e crenças– o que o psiquiatra Carl Jung (1875-1961) chamou de herança psicológica.

Esses fatores sociológicos podem limitar a utilização das potencialidades inovadoras, estimular a obtenção de bens materiais como meio de obter a segurança e de restringir a criatividade.

Muitas mudanças ocorreram desde os tempos de escra­vidão até os dias atuais: as máquinas passaram a realizar grande parte dos trabalhos pesados, os trabalhadores buscaram novos ofí­cios, e a ênfase passou a ser dada às capacidades intelectuais. Hoje estamos na chamada era da informação e os profissionais que atuam nessa área são tidos como profissionais do conhecimento.

Provavelmente, buscando se distanciar do conceito de trabalho como sacrifício, dor e humilhação, as expressões que se referem ao trabalho foram sendo substituídas por outras expressões, como: ocupação, emprego, profissão e, mais recentemente, carreira.

E você, ama  ou odeia o seu trabalho? Comente e compartilhe seu comentário abaixo!