Você consegue fazer leitura dinâmica ou tem dificuldade para relembrar trechos simples de livros? Bem, pensando nisso, podemos dizer que dos superpoderes que o Super-Homem exibe talvez o mais interessante deles seja o da rapidez com que o herói dos quadrinhos é capaz de realizar qualquer atividade, inclusive ler qualquer coisa em questão de segundos.
Salvar o mundo, livrar uma velhinha de um atropelamento, sair voando de punho em riste e a capa esvoaçante, acabar com os planos malévolos de um vilão para destruir a Terra, tudo isso tem muito valor, claro. Mas divertido mesmo é pensar o que o super-herói poderia fazer em uma fração de segundo, como dar à volta no mundo, viajar ao espaço, congelar o oceano…
À primeira vista, trata-se de uma competência menor diante de tantos atributos que possui nosso herói disfarçado de pacato jornalista do Planeta Diário. Se olhada com atenção, no entanto, podemos chegar à conclusão de que é isso que faz do herói…um herói. Do contrário, ele não poderia tão facilmente se habilitar a segurar um carro em queda livre em um precipício, por exemplo. Ou trocar de roupa em uma cabine telefônica com uma pressa tão grande que talvez explique porque o herói tenha vestido a cueca por cima da calça.
O que isso tem a ver com Leitura Dinâmica?
Considerações figurinistas à parte, nessa leva de atividades exercidas com a máxima rapidez sempre me entusiasmou a ideia de ler livros inteiros em questão de segundos. E essa é, sim, uma habilidade que o homem da capa vermelha detém como um diferencial para lá de super. Poder processar letras, páginas inteiras, capítulos de início ao fim em questão de minutos é uma qualidade e tanto.
A leitura a mil por hora, no modo fast forward (avanço rápido), como em um aparelho de DVD em que se passa o filme para frente até a cena desejada, é também o desejo dos estudantes, pois aumenta à possibilidade de ele se deliciar com bibliotecas inteiras, um sonho para cuja realização, convenhamos, às vezes, uma vida inteira não é suficiente.
Desbravar páginas e mais páginas de leitura em tempo recorde sempre foi um sonho humano, cultuado e acalentado inclusive por aqueles que por algum motivo nunca foram muito chegados em heróis de quadrinhos, e é também por isso que diversos conhecimentos convergiram para a elaboração, projeção e criação do que denominamos hoje como leitura dinâmica.
Mas antes é preciso saber três pressupostos da leitura dinâmica:
- O objetivo é ler melhor e não apenas mais rápido;
- A leitura dinâmica não é o fim em si. Ela é apenas o meio de conseguir informações, logo, o objetivo são as informações, o aprendizado.
- Nosso mente cognitiva tem formas limitadas de aprender, já nossa mente consciente tem formas ilimitadas de aprendizado.
Formas de Leitura Dinâmica
Embora seja uma prática que vise um objetivo específico, vários modelos compõem o que conhecemos como leitura dinâmica e não há apenas uma forma única e específica para se alcançar a meta de promover uma leitura acelerada ou ao menos mais dinâmica do que a tradicional, como já diz o termo.
Várias formas têm sido tentadas, e alguns dos tipos privilegiam três tópicos do ponto de vista didático. São eles: ver, pronunciar e compreender. Para fins de entendimento, se existe uma das etapas que pode ser suprimida, é a da pronúncia, seja ela da natura mental ou vocal.
Basicamente, a leitura dinâmica visa transformar nossos olhos em uma espécie de scanner que lê o texto com uma rapidez impressionante. Ao invés da leitura tradicional, palavra por palavra, esse escaneamento permite que se empreenda uma leitura por quadros, lendo blocos inteiros de informação, compactando o conteúdo em grupos de palavras e a partir daí processando o entendimento. Em suma, é o que permite que você tenha lido esta página em uma rapidez bem superior à que eu levei para escrevê-la.
Questões relativas às minúcias técnicas influenciam também a leitura dinâmica. Durante a “varredura” da página, os espaçamentos entre as bordas do texto fazem muita diferença, e reduzir esse tempo de deslocamento dos olhos pode resultar em um menos dispêndio de tempo, ou seja, em dinamização da leitura. A adaptação do cérebro para a leitura dinâmica não é imediata. Afinal, não se reverte o modus operandi de uma vida inteira no curso de minutos. É preciso treino, ajustes e adequação até que passemos a operar em um modo distinto.
Nosso cérebro trabalha com estímulos, por isso a superinteligência não cai como um raio sobre a sua cabeça, mas é construída passo a passo, reflexo a reflexo, sinapse a sinapse. Do mesmo modo, nosso cérebro esteve sempre condicionado a uma leitura lenta, gradualista, pausada e com um compasso específico. Tirá-lo desse condicionamento leva tempo e é uma tarefa que não se faz em um piscar de olhos. Para isso é preciso abrir sua mente e exercitar sua leitura dinâmica!