O cotidiano do ambiente de trabalho não é simples todos os dias. Além das tarefas diárias, dos problemas que chegam repentinamente, ainda há a personalidade diferente de cada um do time. Conviver com as diferenças respeitosamente é conviver bem em sociedade. Ter um colega de trabalho com transtorno bipolar é manter o tratamento de respeito só que com mais atenção, pois é preciso se lembrar que essa pessoa está passando por um problema e não é sua função intensificar isso.
Ao longo do texto, vamos falar mais sobre o transtorno bipolar no ambiente de trabalho. Acompanhe!
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Identificação, consciência e tratamento
O transtorno bipolar é um distúrbio psiquiátrico causado principalmente pela oscilação constante entre um estado depressivo e um estado maníaco. Entenda como algo a ser investigado somente se essas alternâncias de humor mudanças se tornarem bruscas e excessivas.
O estado da depressão tem sintomas como a tristeza, falta de interesse, falta de prazer, falta ou excesso de apetite, nervosismo, tendência para isolamento social. Já no estado maníaco, a pessoa tem pensamentos acelerados, humor mais exaltado e menos vontade de dormir. É importante não confundir esse estado com felicidade. Felicidade é algo bom de se sentir, o estado maníaco não é.
Não há causa definida para pessoas diagnosticadas. Alguns estudos indicam que pode ser hereditário, mas não há consenso entre os especialistas. Situações extremamente tristes como a perda de alguém próximo, abusos físicos e/ou psicológicos, uso de drogas ilícitas, uso de álcool, privação de sono e uso de medicamentos sem prescrição ou acompanhamento médico podem contribuir.
Infelizmente, não há cura para o transtorno bipolar, porém há o controle. Antes de mais nada, é essencial ter a consciência do problema e buscar ajuda médica. Outro ponto importante do estágio da consciência é que a família e os amigos mais próximos compreendam e estejam prontos para dar apoio. Após isso, é preciso seguir corretamente o tratamento indicado pelo profissional da medicina, fazer sessões de psicoterapia e trabalhar constantemente nas mudanças de hábitos de vida.
Revelação do diagnóstico no ambiente de trabalho
Contar para o gestor sobre um diagnóstico de bipolaridade é um assunto muito delicado. Imagine a seguinte situação: um colega de trabalho mais próximo de você conta que foi diagnosticado com bipolaridade, porém está com dúvidas se abre o jogo para a gestão ou não. O que você faz? Antes de fingir ser teraputa e fazer uma sessão, é preciso considerar alguns pontos:
- Antes de considerar qualquer coisa, mostre-se disponível para ajudar a pessoa caso ela precise. É sempre bom poder contar com alguém de confiança.
- Avalie o ambiente de trabalho como um todo. Reflita se área tem pessoas com a mente aberta e que compreenderiam e ajudariam. Faça a mesma reflexão em relação aos gestores e líderes.
- O tratamento pode ter impacto significativo no trabalho, alterando o desempenho e o relacionamento com outras pessoas. Seu colega deve discutir isso com o médico dele.
- Caso a pessoa decida comunicar é preciso que ela esteja pronta para explicar tudo sobre a doença e esclarecer possíveis dúvidas. Infelizmente, muitas pessoas ainda guardam preconceitos e fazem pré-julgamentos em relação a doenças como transtorno bipolar e depressão.
- Por fim, apoie a decisão de contar se a pessoa se sente confortável e acha necessário compartilhar os problemas da vida pessoal com o gestor.
Como conversar sobre o assunto
Se você desconfiar que alguém no seu ambiente de trabalho tem transtorno bipolar, não saía por aí achando que é formado no assunto.
Primeiro, analise se você realmente tem intimidade para falar sobre isso com a pessoa. Ela pode estar passando por outros problemas que você não sabe, pois não se sente confortável em lhe contar.
Se está sente a vontade para falar é hora de pesquisar sobre o transtorno: o que causa e quais são os sintomas. Só depois disso, escolha um momento privado para poder conversar sobre o assunto. Explique que você estudou sobre o tema e mostre quais são as atitudes do cotidiano que fizeram com que você chegasse nessa conclusão. Também incentive que a pessoa busque auxílio profissional. E, é claro, seja compreensivo e mostre que você está disponível para ajudar no que for preciso.
Convivência respeitosa
Pode ser difícil conviver com uma pessoa diagnosticada com transtorno bipolar, porém se lembre de que para ela também não está sendo fácil. As alterações constantes de humor e os efeitos do tratamento tem forte impacto na vida dela.
Por isso, é essencial não considerar a convivência como um desafio. Existe um velho ditado que diz “se você não pode ajudar, também não atrapalhe”. Traduzindo para essa situação: se você não sabe ou não quer lidar com seu colega bipolar, também não alimente crises.
Existem algumas ações que você pode fazer se você quer cooperar para deixar o dia a dia da pessoa e o seu mais agradáveis. Confira alguns pontos importantes que selecionei:
- Não faça pré-julgamentos: sua opinião não é o comentário profissional que a pessoa precisa ouvir.
- Aceitação: trate o distúrbio do colega sempre com respeito.
- Diálogo: converse com a pessoa se ela teve um comportamento bipolar e deseja falar sobre isso com você.
- Seja empático: tenha bastante paciência, compaixão e seja solidário.
- Consciência: esteja ciente de que poderá ter que presenciar crises de euforia ou depressão.
- Atenção: fique atento em relação a possíveis comentários sobre suicídio. Comportamentos desse tipo devem ser informados a família e ao médico.
- Disposição: esteja disponível para conversar sempre que a pessoa precisar.
- Incentivo: seja um estimulador para que a pessoa continue o tratamento com remédios e com o psicoterapeuta.
- Superproteção: é muito bom ajudar ao colega, mas não se esqueça de ser honesto. Não é preciso proteger o colega de críticas construtivas.
- Autoconhecimento: entender a si mesmo é mais um passo para aprender a entender as pessoas a sua volta.
Agora que você já leu sobre o que é o transtorno bipolar, possíveis causas, tratamentos e como é importante respeitar quem possui essa condição, é hora de fazer sua parte. Trabalhe em você mesmo como melhorar seus comentários e atitudes em relação a esse problema.
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