Alguns autores consideram a era em que vivemos como a “Era da Ansiedade”. Isso porque esse estado psíquico de nossa mente tem sido cada vez mais alimentado pelo ritmo de nossas vidas hoje.
A Ansiedade é considerada um estado normal do Ser Humano, necessária à preservação da vida, pois funciona como um sinal de alerta que possibilita às pessoas perceber mais claramente sinais de perigo iminente à suas vidas. Entretanto, a Ansiedade se torna patológica quando permitimos que inconscientemente ela domine nossas emoções, pensamentos, comportamentos e ações.
Para ter mais clareza sobre o estado de Ansiedade que possuímos, é necessário buscar a ajuda de um profissional especializado. Ele avaliará a intensidade e a frequência com que ocorrem os episódios ansiosos na vida da pessoa, bem como a duração e a interferência que causam no desempenho social, pessoal e profissional do indivíduo.
Quando a Ansiedade deixa de ser normal e é diagnosticada como patológica, surgem os Transtornos de Ansiedade, que são enfermidades mentais das mais variadas. Eles compreendem quadros em que a ansiedade se faz presente na vida do indivíduo de forma tão acentuada, que toma a frente de seus processos comportamentais e psíquicos, causando prejuízos em seu desempenho diário.

E quais são os tipos de Transtornos de Ansiedade?

  • Transtorno do Pânico
  • Fobia Específica
  • Fobia Social
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo(TOC)
  • Transtorno de Estresse Pós-traumático
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada

 

  1. Transtorno do Pânico

A American Psychiatric Association (DSM-IV), considera que os critérios para o diagnóstico desse tipo de transtorno são:
Ataques de pânico recorrentes e inesperados – esse acontecimento se caracteriza por uma intensa sensação de medo, seguida por pelo menos 4 dos sintomas cognitivos ou somáticos descritos a seguir, que tendem a atingir seu pico em aproximadamente 10 minutos:

  • Palpitações ou taquicardia;
  • Sudorese;
  • Tremores ou abalos;
  • Sensação de falta de ar ou sufocamento;
  • Sensação de asfixia;
  • Dor ou desconforto torácico;
  • Náuseas ou desconforto abdominal;
  • Tontura, vertigem ou sensação de desmaio;
  • Desrealização ou despersonalização;
  • Medo de perder o controle ou de enlouquecer;
  • Medo de morrer;
  • Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);
  • Calafrios ou ondas de calor.

Também é necessário que o indivíduo tenha experienciando pelo os Ataques de Pânico por pelo menos um mês, acompanhado de mudanças de comportamento decorrentes dos ataques, ou de uma intensa preocupação sobre a possibilidade de ocorrerem outros episódios em que ele possa por exemplo, perder o controle, “enlouquecer” ou ter um ataque cardíaco.
Presença (Transtorno do Pânico com AgoraFobia) ou Ausência (Transtorno do Pânico sem AgoraFobia) de AgoraFobia
A AgoraFobia até pouco tempo atrás era o termo utilizado para indicar o medo que as pessoas ansiosas possuíam em lugares abertos. Hoje, segundo o “Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiatra Americana (DSM-IV)”, o termo é usado para fazer referência a comportamentos de esquiva, que aparecem quando a pessoa se encontra em situações ou locais dos quais pode ser difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro caso algo inesperado aconteça.
É válido ressaltar que Ataques de pânico não podem ser justificados por outros Transtornos psicológicos como a Fobia Social, Fobia Específica, Transtorno Obsessivo-compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-traumático ou Transtorno de Ansiedade de Separação.   

  1. Fobia Específica

A American Psychiatric Association (DSM-IV), considera que os critérios para o diagnóstico desse tipo de transtorno são:
Medo acentuado, irracional e persistente de objetos e situações específicas, como por exemplo o medo de voar, o medo de animais, tomar injeção, sangue, dentista, altura, dirigir, entre outros.
Ansiedade excessiva quando exposto a um estímulo fóbico, por exemplo, quando o indivíduo se vê diante de uma situação ou objeto que lhe causa Fobia e sua resposta a esse estímulo apresenta características de um Ataque de Pânico.
O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional. Embora os adolescentes e adultos que sofrem de Fobia Específica percebam seus medos como irracionais, em crianças essa característica pode estar ausente.
O objeto ou a situação fóbica são evitados ou suportados com intensa ansiedade ou sofrimento. Esse comportamento de esquiva, pode comprometer a rotina do indivíduo e causar disfunções em diferentes áreas de sua vida.

  1. Fobia Social

A American Psychiatric Association (DSM-IV), considera que os critérios para o diagnóstico desse tipo de transtorno são:
Medo excessivo e persistente de situações sociais ou de desempenho. Existe um intenso temor em “passar vergonha”, bem como demonstrar sintomas de Ansiedade, diante das pessoas, especialmente de desconhecidos.
Ansiedade provocada por exposição à situação social fóbica, e consequente (possível) Ataque de Pânico. Em crianças, pode haver comportamentos como choro, raiva, imobilidade ou afastamento de situações onde há desconhecidos.
O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional. E embora os adolescentes e adultos que sofrem de Fobia Social percebam seus medos como irracionais, em crianças essa característica pode estar ausente.
As situações sociais fóbicas são evitadas ou suportadas com intensa ansiedade ou sofrimento. Esse comportamento pode prejudicar a realização de atividades cotidianas do indivíduo, e causar disfunções em diferentes áreas de sua vida.

  1. Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Os critérios diagnósticos para o Transtorno Obsessivo-compulsivo, de acordo com o DSM-IV são os seguintes:
Presença de obsessões ou compulsões. Obsessões caracterizam pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são experimentadas pelo indivíduo como intrusivos e inadequados. Já as compulsões, caracterizam comportamentos repetitivos (por ex. lavar as mãos) ou por atos mentais (por ex. repetir palavras mentalmente), que o indivíduo se sente obrigado a realizar em resposta a uma obsessão.
As obsessões e as compulsões consomem tempo e causam sofrimento significativo, pois são severos a ponto de o indivíduo gastar mais de uma hora por dia em suas realizações.

  1. Transtorno de Estresse Pós-traumático

O Transtorno de Estresse Pós-traumático é diagnosticado segundo os critérios do DSM-IV descritos abaixo:
Exposição a um evento traumático. Esse comportamento, refere-se à experiência ou testemunha de eventos que envolveram falecimento, grave ferimento, ou qualquer outra ameaça à integridade física própria ou de pessoas próximas.
O evento traumático é constantemente revivido pelo indivíduo. Isso ocorre por meio de pensamentos, imagens ou sonhos. Pode também haver a sensação de que o evento traumático esteja ocorrendo novamente, o que causa uma “anestesia emocional”, caracterizada pela diminuição do interesse de situações e atividades anteriormente satisfatórias, pelo afastamento e retraimento social, ou pela redução da capacidade de sentir e expressar emoções.
Esquiva de estímulos relacionados ao evento traumático. Esse tipo de comportamento é comum em indivíduos que desejem evitar a sensação de reviver a experiência traumática.  
Sintomas físicos que não estavam presentes antes da ocorrência do trauma. Por exemplo, dificuldade em conciliar ou manter o sono, irritabilidade ou ataques de raiva, dificuldade de concentração, hipervigilância, e uma acentuada resposta de sobressalto, que perdurem por pelo menos 1 mês após o evento traumático.

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

A American Psychiatric Association (DSM-IV), considera que os critérios para o diagnóstico desse tipo de transtorno são:
Ansiedade e preocupação excessivas no decorrer de pelo menos 6 meses. Por exemplo, o medo de que doenças e acidentes possam ocorrer, ou o receio de uma avaliação negativa por parte de outras pessoas.
O indivíduo tem intensa dificuldade em controlar a preocupação. Medos e receios podem ter embasamento em várias questões, porém o indivíduo ansioso julga que todas sejam de difícil controle.
Sintomas físicos. Por exemplo, tensão muscular, inquietação, fadiga, falta de ar, taquicardia, sudorese, tontura, boca, seca, micção frequente, diarréia, dificuldade para dormir, problemas de concentração, irritabilidade e cefaléias.
 
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