A Consciência Humana sempre foi matéria-prima para pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, desde profissionais voltados à neurologia, até mesmo aqueles que estudam o espírito humano. O que não podemos negar é o fascínio que gira ao redor da consciência e, ao mesmo, a dificuldade de lhe atribuir uma definição Universal, que englobe todas as suas propriedades.

O que é verdadeiramente a Consciência Humana? Dois pesquisadores, o linguista Ray Jackendoff, da Tufts University, e o filósofo Ned Block, da Universidade de Nova York, tentaram explicar. Eles chegaram a duas conclusões que dialogam entre si.

Para os dois, a consciência é o conhecimento que você tem de você mesmo conectado ao mundo. Isso acontece porque nossa mente funciona como um banco de dados, armazenando tudo o que vemos e percebemos. Ao mesmo tempo que faz essa compilação do todo ao nosso redor, ela monta uma ficha sobre nós mesmos, desde os nossos primeiros anos de sua vida.

Nesse ponto de vista, a consciência é, ao mesmo tempo, tudo o que está arquivado em nossa mente sobre nós mesmos e tudo aquilo que você pode acessar na sua mente, conhecimentos, vivências, etc. Sabe quando estamos conversando com alguém e colocamos um argumento em pauta que nem lembrávamos que estava lá? Então, essa é a sua consciência.

Claro que há aquilo a qual não temos acesso quando estamos em estado de alerta (falaremos mais adiante sobre os estados da consciência). Essa parte que fica escondida é tudo aquilo que o sistema nervoso decidiu que não iria para a consciência. Só teremos acesso a esse conteúdo em um estado de sonolência e sono, por exemplo.

Se essa definição de consciência pode ser considerada mais racional, partimos então para um significado mais emocional. Reflita um pouco sobre as surpresas e os sustos que levamos durante a vida e como reagimos a eles. O que vem primeiro: a emoção do susto e da surpresa ou o sentimento do medo ou inquietude? Quando levamos um susto, só depois de um tempo nós racionalizamos o que aconteceu. O mesmo ocorre com qualquer outra emoção.

O neurologista português Antonio Damásio, da University of Southern California, nos conta que a emoção compõe a maior parte da nossa mente e ela vem antes do pensamento. A consciência seria apenas uma pequena parte de toda nossa mente e essa pequena parte, conhecida como “Eu” é o que coordena essas emoções.

Ele é considerado o “mago do cérebro” por sua teoria sobre as emoções e os sentimentos. Damásio considera que todos os seres vivos possuem consciência, somente o nível de sofisticação varia de espécie para espécie. O que nos tornaria diferente das outras espécies que é que incorporamos capacidades como memória, imaginação, criatividade e raciocínio lógico.

Ele ainda postulou que as emoções são diferentes dos sentimentos. As emoções são um conjunto de várias coisas, como respostas químicas e neurais, que são projetadas na mente e formam um determinado padrão. Esse padrão são os sentimentos.

Dessa forma, as emoções que surgem são anteriores aos sentimentos que surgem delas. Por exemplo, quando atravessamos a rua e somos surpreendidos por um carro, primeiro aparecem a palpitação do coração, o suor, as pupilas dilatadas. Em seguida, o medo toma conta do nosso ser.

Assim, as emoções estão mais relacionadas às reações corporais, enquanto os sentimentos estão ligados diretamente aos pensamentos, ao raciocínio.

Essa emoção que sentimos foi, e continua sendo, essencial para a preservação da espécie e, com o tempo, o cérebro passou a lidar melhor com tais emoções primitivas e foi criado esse “Eu” para gerencia-las.

Nasce, dessa maneira, a nossa consciência. Ela é importante para controlar as emoções, mas também para nos manter vivos. Mas é claro que, como ponta do iceberg, esse “eu” racional não consegue administrar todo esse conjunto de emoções e sentimento. Por isso, que é muito difícil controlar as emoções, geralmente nos vemos tomados pelo estresse, pela raiva, ódio, entre outros impulsos naturais.

Para completar esses dois conceitos, apresentamos mais dois, dessa vez opostos. O neurocientista e filósofo David Chalmers, da Universidade Nacional da Austrália, afirmou em seu livro “A mente consciente” (tradução livre de The Conscious Mind) que a consciente é uma propriedade de todas as coisas existentes, desde o copo que você segura cheio d’água até seu bichinho de estimação, passando por você mesmo.

Contudo, assim como afirmou Damásio, mas este a respeito dos seres vivos, Chalmers acredita que existem diferentes graus de consciência e estes estão diretamente ligados com grau de vivência de cada objeto, de experiências. A quantidade de experiência pela qual passa um objeto determina é proporcional a quantidade de consciência que ele possui.

O cérebro experimenta, a cada segundo, uma quantidade infinita de sinapses e conexões, fazendo com que tenha um alto grau de consciência. O contrário de uma pedra, por exemplo, que somente passa por deteriorações ao longo da existência.

Por fim, a quarta e última tentativa de definição da consciência é feita por Daniel Dennett. Rebatendo Chalmers, que considera que todas as coisas matérias possuem consciência, Dennett acredita que apenas os seres humanos possuem consciência, por um motivo muito simples: ela é fruto das interações entre as 100 trilhões de células que existem no nosso cérebro.

Nesse processo não linear, isso quer dizer que não podemos estabelecer uma conexão em decorrência da outra, todas acontecem ao mesmo tempo e em diversas partes de nosso cérebro.

Podemos até afirmar a representação o mundo na mente é uma capacidade humana assim como a postura que adquirimos ao longo do processo evolutivo, faz parte da seleção natural pela qual passamos.

O que varia de pessoas para pessoa, já que todos nós humanos possuímos essa capacidade de conexão entre as células do cérebro, é a forma como os neurônios transmitem os sinais para os diversos lugares da nossa mente.

Lembra-se da discussão que tivemos há um tempo atrás sobre se um vestido era azul e preto ou dourado e branco? Essa teoria poderia explicar porque você viu azul e preto e seu melhor amigo dourado e branco, mesmo que você tentasse convencê-lo do contrário. Essas diferentes interações entre neurônios podem ser chamadas também de “Eu”.

A que conclusão chegamos ao esmiuçar essas teorias sobre a consciência? Fazendo um entrelaçamento de todas essas teorias, chegamos a um modelo que consciência ideia para começarmos para falar sobre a Abundância, a Riqueza e a Prosperidade em vida.

A Consciência é a experiência se estar ciente de algo, seja o que for, desde o mundo ao seu redor até pensamentos e sentimentos. Ela é uma interação infinita entre todas as células cerebrais, que processam tudo o que percebemos no mundo ao nosso redor e tudo aquilo que compilamos sobre nós mesmos.

Dessa forma, a soma de todas as representações que você faz dos outros e de seu ambiente são realizadas pelas diversas e incontáveis conexões entre os neurônios. Podemos denominar isso consciência e ela pode se expandir a cada dia, desde que mantenha a mente aberta e busque conhecer cada vez mais.

Convido você a refletir sobre a sua consciência. Será que ela é igual a de sua mãe, a de seu irmão ou a de seu melhor amigo? Será que todos nós percebemos o mundo da mesma forma? Será que a percepção que temos de nós mesmos é a mesma que o outro tem de nós?

Tais perguntas promovem uma onda de reflexões sobre quem somos e o que podemos ser. Como levamos a vida até esse presente momento e como pretendemos alcançar nossos objetivos.

Cada um de nós tem uma visão de mundo, uma compreensão de como tudo deveria ser e, consequentemente, somos a extensão dessa compreensão. Ter consciência é entender o que nos cerca, é o que permite que naveguemos por todas as informações que existem em nossa cabeça e que seu pensamento nos leve para além da situação atual. É por meio dela que conseguimos refletir e pensar sobre o que nos aconteceu no passado e, ainda, imaginar quadros futuros.

Dessa forma, ela é o trunfo humano para sair de um estado atual para um estado desejado, além disso é o que temos de mais precioso quando precisamos superar algo que nos fez mal no passado. Sua ajuda é necessária para que possamos ressignificar eventos que nos causam ainda dor no presente.

ESTADOS DE CONSCIÊNCIA

Os estados de consciência têm relação direta com a vibração do corpo humano. Nós somos formados por células que vibram, se chocam, se multiplicam, compõem tecidos. Esses pequenos componentes são comandados por estímulos eletroquímicos emitidos pelo cérebro.

A frequência desses impulsos é o que vai determinar em que estado de consciência estamos, de que forma percebemos e captamos as coisas e entendemos as pessoas. A quantidade de frequência mental determinar a capacidade e a profundidade da experiência humana.

Podemos estar em cinco estados de consciência:

  • Beta: Estado de alerta ou de consciência normal
  • Alfa: Estado sonhando acordado ou de relaxamento profundo
  • Theta: Estado de sonolência ou de meditação
  • Delta: Estado de sono e sem sonhos
  • Gama: Estado de alto nível de percepção

 

  • Beta: Estado de alerta ou de consciência normal

Neste estado, nós estamos acordados, plenamente conscientes de quem somos, de onde estamos e o que está acontecendo ao nosso redor. Chamado também de estado de alerta ou estado de vigília, ele é caracterizado por uma frequência de 12 a  30 Hz, ou 21 ciclos por segundo. Quando estamos sob efeito do medo, da tensão, do estresse e do susto, a frequência aumenta para 60 ciclos por segundo.

  • Alfa: Estado sonhando acordado ou de relaxamento profundo

No estado Alfa, nós estamos mais relaxados e não tão focados quanto costumamos estar, quando estamos em estado de vigília. Também chamado de estado de meditação leve (quando é induzido) ou sonhando acordado, o cérebro, quando está neste estado, apresenta um ritmo de 8 a 13 Hz (ou 7 a 14 ciclos por segundo) o que favorece a inteligência, a criatividade, a intuição, as percepções sensoriais e extra-sensoriais, a memória e a inspiração. Podemos chamá-lo também de estado da genialidade e do fluxo artístico.

  • Theta: Estado de sonolência ou de meditação

O Theta é um estado de semiconsciência, quando estamos semiconscientes sobre o mundo ao nosso redor. Quando ele é induzido, é chamado também de meditação profunda. Ele é o último nível que atingimos estando ainda em um estado consciente.

A atividade cerebral é caracterizada por um ritmo de 4 a 7 Hz, ritmo de um estado de sonolência ou hipnose profunda.

É importante lembrar que estamos caminhando para uma ausência de fronteira entre o consciente e o subconsciente. Quanto mais próximo chegamos a união dos dois, mais adentramos a Sabedoria Infinita.

  • Delta: Estado de sono e sem sonhos

Este é o estado de inconsciência, quando não estamos mais conscientes do todo ao nosso redor nem de nós mesmos. Também chamado de sono profundo e sem sonhos, ele apresenta um ritmo cerebral de ½ a 4 ciclos por segundo.

Esse estado é essencial para que consigamos restaurar nossa consciência cotidiana e nos conectar com a mente universal. No estado Delta, já não há mais fronteiras entre o consciente e o subconsciente.

  • Gama: Estado de alto nível de percepção

Mais recentemente, descobriu-se um quinto estado de consciência: O estado Gama, também chamado de estado ne alto nível de percepção. Ele é caracterizado por uma frequência elevada da atividade cerebral (40 a 100 Hz).

Nele, a ocorrência de insights é muito maior, pois a frequência das ondas possibilita um maior aprendizado, devido ao processamento acelerado da memória e das informações.

As escolhas que fazemos em nossa vida são originárias de um livre-arbítrio movido pelas situações que mundo nos apresenta. Assim, quando percebemos o mundo, conscientemente, tomamos um caminho ou outro. Indo mais fundo na teoria, as razões que nos são apresentadas pelas outras pessoas, por meio da linguagem, nos faz tomar determinados caminhos. O que conta, assim, não é apenas a forma como vemos o mundo, mas também a interação com as outras pessoas.